Meu Diário
13/03/2013 23h59
13-03-13

            Esta é uma data muito significativa para mim do ponto de vista espiritual. Continuo no deserto quaresmal há quatro semanas, 28 dias. É a minha primeira vez que fico nessa espécie de deserto quaresmal que é representado por minha solidão no apartamento onde moro e redução ao máximo dos relacionamentos afetivos externos.

            Hoje pela manhã foi dia da plenária do departamento onde trabalho, na academia, na Universidade, apresentei pela primeira vez o piloto de um projeto de pesquisa, a avaliação de um texto adaptado da Bíblia, o Salmo 65, que fala da existência de Deus. Falei aos colegas do objetivo do trabalho, que seria avaliar do ponto de vista cognitivo, racional, à luz da ciência, se os argumentos colocados pelos livros sagrados apresentam alguma distorção de coerência com a realidade e como podemos fazer nova interpretação, se for o caso. Orientei que todos não eram obrigados a participar, mas agradeceria bastante a opinião de quem se interessasse, pois isso seria de grande colaboração para a academia que usa de forma generalizada os conceitos e aplicações espirituais, inclusive com capelas e ministros religiosos em seu meio e no entanto no campo teórico existir tanta resistência e até descrença. Durante a reunião, o colega chefe do departamento e que se considera ateu informava em tom jocoso como andava a eleição do Papa que ocorria naquele momento no Vaticano. Senti que a proposta foi bem acolhida por todos e espero agora como vai ser o retorno.

            Logo mais a tarde tive a feliz notícia que o novo Papa havia sido eleito e que havia escolhido o nome de Francisco I, e que já indicava de início que o caminho para a humanidade seria o Amor. Isso me deixou muito alegre e até comprometido, pois o Papa é conterrâneo do meu continente, do pais vizinho, a Argentina, recebeu o nome do Santo que, segundo minha família deixou eu vir à luz do mundo, por isso me dedicaram a ele com o nome Francisco das Chagas. Até ressaltaram as chagas que o afligiram nos seus últimos dias de vida e que o aproximou tanto de Jesus, pois eram estigmas, chagas nas mãos e pés que lembravam as mesmas feridas que Jesus sofreu na cruz.

            E tudo isso aconteceu no dia que privilegia o número de minha predileção, o número 3: 13-03-13. Recebo tudo isso, neste momento do deserto, como o sinal que o Pai aceita a minha oferta de ser o Seu instrumento e sinaliza em todo o orbe, desde o Vaticano, passando pela história, a sua unção na minha consciência. Pode até parecer tamanha prepotência, Deus se ocupar e dar sinais tão grandiosos a uma simples ovelhinha cheia de vícios e pecados, mas como tenho comigo o dever da transparência, não poderia deixar de colocar essas intuições que chegam ao meu coração e que devem afetar o meu comportamento.


Publicado por Sióstio de Lapa em 13/03/2013 às 23h59
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr