Meu Diário
02/04/2017 09h01
HOMENS E DEMÔNIOS

            Encontrei um texto no livro de Huberto Rohden, “Jesus Nazareno”, que me trouxe alguma luz na compreensão da relação do homem com os demônios.

            Repetidas vezes, menciona o Evangelho que Jesus expulsou demônios de homens possessos.

            Diante da confusão geral, passamos a explanar o seguinte:

  1. Demônio não é o diabo, também chamado Satanás (adversário). Demônios são entidades da Natureza, de corpo invisível, cuja evolução consciente é inferior à dos homens, e são por isso chamados habitantes dos “ínferos”, isto é, um nível inferior aos homens. Se os homens estão no nível mental, os demônios estão no mundo elemental.
  2. Os demônios não são almas de seres humanos. Sendo o diabo, ou Satanás, uma criação do livre-arbítrio, Deus não expulsa do homem algo que ele (homem) criou pelo abuso do seu livre-arbítrio, que é sempre respeitado por Deus; somente o próprio homem pode expulsar o diabo que ele mesmo criou. Nesse sentido, Jesus chama Pedro Satanás, revelando logo o que ele entende por Satanás: “o teu modo de pensar não é de Deus, mas do homem”, porque Pedro protestara a ideia da morte voluntária de Jesus. Mas não expulsou do seu discípulo esse Satanás; o próprio Pedro o expulsou, quando se converteu. Judas é chamado diabo (diábolos, palavra grega para adversário), e o Evangelista explica por que Judas é chamado diabo.
  3. Sendo os demônios entidades de uma evolução infra-hominal, sentem eles a necessidade de se apoderarem das energias vitais do corpo humano, sobretudo do fosfato do cérebro, obsidiando, assim, certos homens. Os demônios não obsidiam o corpo humano por maldade moral, mas por motivos biológicos, nem prejudicam o homem moral ou espiritualmente, mas apenas fisicamente. São uma espécie de vampiros do mundo infra-hominal.
  4. Nem uma vez refere o Evangelho que Jesus tenha expulsado um Diabo, ou Satanás, é uma mentalidade criada por um ser mental (humano ou sobre-humano).
  5. Os demônios são entidades objetivas, e não apenas males subjetivos; do contrário os demônios não poderiam sair do homem e apoderar-se de uma manada de porcos como refere o Evangelho.
  6. Nunca nenhum dos demônios mencionados no Evangelho mostra ódio ou hostilidade a Deus ou às coisas espirituais; todos revelam grande respeito e admiração a Jesus, chamando-o “Filho de Deus”, “Filho do Altíssimo”, mas todos tem medo de Jesus e se sentem mal na presença dele – assim como um morcego ou uma coruja se sentem mal em plena luz solar. Sendo que o corpo de Jesus estava sempre envolto numa vibração ou aura de alta frequência, os demônios, de nível baixo, se sentem atormentados e bradam: “que temos nós contigo?” ou “vieste atormentar-nos antes do tempo?”, “não nos mande para o abismo.”
  7. Paulo de Tarso, na epístola aos Filipenses, diz que, em nome de Jesus, se dobram todos os joelhos, dos celestes, dos terrestres e dos infraterrestres (ínferos). O Credo Apostólico, que é do 2º século, diz: “Jesus foi crucificado, morto e sepultado e desceu aos ínferos”. Ultimamente, para evitar confusão entre inferno e ínferos, esta última palavra do credo foi substituída por “mansão dos mortos”, e assim a emenda saiu pior que o soneto, porque não existe não existe nenhuma mansão dos mortos; as almas dos mortos vivem em algum espaço do Universo.
  8. O homem de elevada evolução espiritual não corre perigo de ser obsidiado pelos demônios, que são do mundo elemental, de baixa evolução.

Sim, eu não fazia essa relação do demônio ser criado pelo próprio homem que é obsidiado por ele, imaginava que era o espirito desencarnado de pessoas mais primitivas, e poderia ser expulso do homem por Jesus ou por qualquer pessoa que tivesse estatura moral superior. Mas surge a informação de que esse demônio é uma criação do nosso livre-arbítrio, e por isso Deus não se intromete.

Interessante que fala que esses demônios não têm curso evolutivo e que podem ser retirados do homem e colocado nos porcos.

Merece maiores reflexões.


Publicado por Sióstio de Lapa em 02/04/2017 às 09h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr