Meu Diário
16/10/2017 12h07
A CABANA

            Assisti um filme baseado no livro “A Cabana”, muito conceituado nos círculos espiritualistas. Realmente, traz boas lições quanto os princípios espirituais que devemos desenvolver para evoluir e ficarmos próximos de Deus.

            O filme inicia com a retrospectiva do principal personagem, que geralmente espancado pelo pai alcoólico, termina se vingando colocando veneno em sua bebida. A história dar um salto e passamos a ver esse filho casado, com 3 filhos, e todos frequentando a igreja. Apesar de sua infância tumultuada, ele se tornou um bom pai, bom marido e bom cristão. Porém, uma fatalidade acontece durante um acampamento que a família foi fazer e na hora de voltar a filha caçula desaparece. Após intensas buscas, inclusive com o uso de helicóptero para vasculhar a floresta, terminam por encontrar uma cabana com vestígios da morte da criança por um assassino de menores que já estava sendo procurado na região.

            A partir desse momento o protagonista se torna uma pessoa amarga, convivendo com a culpa de sua filha ter sido assassinada e nem ao menos o corpo ter tido oportunidade de sepultar.

            Um dia descobre na sua caixa de correio, uma carta deixada de forma misteriosa, pois não tinha pegadas de quem a colocou. Nessa carta tinha a mensagem para ele comparecer à cabana onde a sua filha tinha sido, provavelmente assassinada. Ele pega emprestado o carro de um amigo e armado de um revolver se dirige para o local. Imagina que seja o assassino e por isso ele terá a chance da vingança.

            No caminho se envolve num acidente com o carro, mas felizmente nada de grave acontece e ele consegue chegar à cabana. Entra e está tudo deserto, os móveis jogados, a neve por todo o canto. Revoltado, quebra todos os objetos que estava ao seu alcance, jogando-os contra a parede, e termina caindo, batendo com a cabeça. Pega o revolver e pensa em destruí sua vida, quando passa na porta da cabana um alce, que desvia sua atenção. Sai da cabana para ver qual o destino do alce, e percebe que tem uma pessoa se aproximando. Ele se esconde por trás da árvore e ver um jovem conduzindo um feixe de madeira. Ele ameaça o jovem com o revolver, mas esse não se abala, simplesmente convida para ele voltar à cabana. Ao retorna ele percebe que tudo está mudado, a cabana está agora bem mobiliada e habitada por três pessoas que ele termina entendendo ser Deus, Jesus e o Espírito Santo.

            O protagonista se revolta com Deus por Ele não ter impedido o assassinato de sua filha, que Ele é um Deus perverso. Deus explica que não pode intervir no livre arbítrio de ninguém e por esse motivo o mal surge no mundo pela ignorância de quem não sabe ainda o caminho correto. Jesus vai com ele para o lago, o protagonista fica sozinho num barco, remando para distante, quando percebe que o barco está furado, afundando, na água do mar que se torna escura. Jesus na margem diz para ele tirar o foco de sua atenção dessa situação perigosa, que olhe nos olhos dEle para evitar o perigo. Com muito esforço ele consegue seguir o conselho e sente a situação ao seu redor se normalizando. Ver Jesus caminhando sobre as aguas em sua direção e ele termina, com fé, caminhar com Jesus até a margem do lago.

            Essa cena mostra que o protagonista estava mergulhado em culpas sombrias que estavam lhe arrastando para a morte. Que ao retirar sua atenção desses problemas do passado e colocar nas instruções de Jesus, ele consegue sair da situação de perigo e até caminhar sobre o perigo das águas com o amparo do Nazareno.

            Em outro momento Jesus deixa o protagonista caminhar sozinho em direção à sabedoria. No primeiro diálogo, a sabedoria diz que ele está sempre julgando, numa posição de juiz, e agora ele demonstra com muita energia essa condição, querendo a morte do assassino de sua filha de qualquer jeito. A sabedoria então faz ele se sentar na cadeira do juiz onde ele possa exercer com firmeza sua função de julgar e condenar. A sabedoria mostra que os filhos do protagonista apresentam comportamento de mentira, de evitar o contato com os pais, e que merecem também a punição. O protagonista se ver na condição de julgar os filhos e condenar com o mesmo rigor que condena os erros dos outros. Então pede à sabedoria que seja aplicada a punição nele e que seja perdoado os filhos. Então a sabedoria mostra que Deus age da mesma forma com os seus filhos. Quando algum deles erra, Ele prefere se sacrificar, como no caso de ter enviado Jesus para pagar os pecados dos filhos ignorantes que precisam de punição.

            Depois dessas lições o protagonista reconhece que foi muito duro quando criticou Deus por ter sido perverso e não ter evitado a morte da filha. Viu que o perdão era necessário, pois mesmo o seu pai que tanto o espancou, teve na sua infância tanto sofrimento quanto ele.

            O filme termina mostrando que o protagonista conseguiu perdoar o gesto assassino que retirou a vida da sua filha e resolve voltar para o lar sem o peso da culpa que destruía sua vida. Agora ele estava capacitado para voltar a amar e ajudar a sua filha que também sofria o peso da culpa pela morte da irmã. 

            Em resumo, o filme enfatiza a importância do perdão para aqueles que fazem algum tipo de mal para a gente, não no intuito de deixar um crime sem castigo, mas que isso é função de Deus, mas sim de deixar o nosso coração limpo para continuar a amar. Reconhecer Deus como Pai de todos e que tanto recompensará o justo por suas ações, quanto punirá o mau e ignorante por suas ações, na forma da lei que Ele coloca em nossas consciências, se tivermos tirocínio para isso, ou vidas amarguradas pelas mais diversas mazelas, se essa consciência não se fizer operar.


Publicado por Sióstio de Lapa em 16/10/2017 às 12h07


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr