Meu Diário
21/10/2018 12h21
NARRATIVAS

            As narrativas são construídas por cada pessoa usando os argumentos que recebem de outras pessoas com base nos acontecimentos, vistos ou informados. A verdade e a mentira podem estar presentes numa mesma narrativa, e dependendo do narrador, das suas convicções, das informações que recebe e dos fatos testemunhados, a narrativa que ele constrói pode ter majoritariamente a verdade ou a mentira.

            Vivemos um momento importante no nosso País, onde surge uma personalidade política que se tornou porta voz da maioria da nação e sobre ele passam a surgir diversas narrativas de tons diferentes, uns puxados majoritariamente para a mentira e outros para a verdade. Interessante que tanto de um lado como do outro, os que querem destruir ou construir a personalidade do candidato, podem usar a mentira e a verdade. Isso é verdade, mas por outro lado, podemos constatar que um dos lados usa majoritariamente a mentira e com isso já conseguiu permanecer no poder por 13 anos e influenciar a mente de milhões de pessoas.

            O fato incontestável de que a gerência política dos partidos de esquerda no Brasil foi nefasta e criminosa, é ver o quanto de seus integrantes foram julgados e condenados, principalmente o seu líder, hábil mentiroso que chegar a se gabar das mentiras que diz; é ver o quanto de nosso capital financeiro fluiu para países de mesmo conteúdo ideológico com a anuência de quantos tinham responsabilidade de brecar essa sangria e não fizeram, por receberem propinas caracterizadas no escândalo do mensalão; é ver empresas importantes, ícones da nacionalidade, como a Petrobrás, serem destruídas no seu patrimônio, moral, e respeitabilidade frente ao mundo; é ver os pobres e doutores serem usados como massa de manobra por receberem benefícios que mitigam a fome de alimentos ou a sede de poder.

            Jair Bolsonaro, um deputado federal sem tanta influência, mas que era uma voz que sempre se manifestou sozinha no Congresso Nacional, como uma voz que bradava no deserto contra as iniquidades que ele via acontecendo, que evitava se contaminar por elas e acusava os seus autores com veemência, como acontecia com João Batista, nas suas falas enquanto batizava no Rio Jordão, terminou sendo reconhecido por isso.

            Enfim, o povo brasileiro, sofrido na ignorância e escravizado pela carga de impostos, revoltou-se quando a justiça começou a apontar os roubos escandalosos na forma de corrupção em todos os níveis e encheram as ruas das principais cidades do país pedindo uma saída dessa situação, que culminou com o impeachment da Presidente. As mentiras continuaram forjando narrativas falsas como a existência de um “golpe” no país que repetiam maquinalmente em todos os círculos, onde existiam pessoas associadas a essa verdadeira quadrilha que assolava o País, como bem identificou o Ministério Público.

            Hoje, com a quase certa vitória do obscuro deputado, que dava voz a nossa voz, as narrativas destrutivas contra a sua personalidade são vistas em demasia. É importante que nós, capazes também de construir nossas próprias narrativas, sem obrigatoriamente ter que seguir a narrativa de qualquer pessoa ou grupo, sejamos capazes de, honesta e de livre pensar, definir a relação desse personagem com o passado, quais as circunstâncias que motivaram o seu posicionamento, com o intuito de destacar sua importância para o presente.

            Seguir as narrativas, positivas ou negativas, sem se dar a esse trabalho crítico em busca da coerência e a da verdade, minimiza nossa condição humana e nos nivela a meros papagaios, marias vai-com-as-outras.


Publicado por Sióstio de Lapa em 21/10/2018 às 12h21


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr