Meu Diário
08/01/2019 02h01
ASSASSINO ECONÔMICO (03) - GUATEMALA, 1954

            Quando Árbenz virou presidente da Guatemala o país se encontrava sob o jugo da empresa Unitet Fruit. Grandes cooperações internacionais e Árbenz abraçava o seguinte discurso: “Queremos devolver a terra para as pessoas.” E assim que ele assumiu o poder ele estava implementando políticas que fariam exatamente isto, devolver o direito sobre a terra ao povo. A United Fruit não gostou muito disso, e então contratou uma empresa de relações públicas para realizar uma grande campanha nos EUA para convencer o país, o povo... os cidadãos dos EUA, a imprensa dos EUA e o Congresso dos EUA de que Árbenz era uma marionete soviética. Se permitissem que ele continuasse no poder, os soviéticos teriam uma vitória. Naquela época havia um grande temor na cabeça de todos, do terror vermelho, do terror comunista... Para encurtar a história, a partir dessa campanha de relações públicas surgiu um comprometimento da parte da CIA e dos militares de derrubar esse homem. E de fato conseguimos! Enviamos aviões, enviamos soldados, enviamos chacais, enviamos tudo que podíamos para derrubá-lo. E conseguimos. Assim que ele deixou seu gabinete o sujeito que o sucedeu, basicamente devolveu tudo para as grandes corporações internacionais incluindo a United Fruit.

            Observamos aqui uma disputa focal quanto a um produto: frutos da terra. Um país que produz através de seus cidadãos e cujo suor não é suficiente para viverem com dignidade. Mais do que justo que o líder dessas pessoas lute pelo resgate de suas dignidades exigindo o preço justo por seus produtos. Pagar mais por esses produtos implica na empresa que faz a intermediação diminuir seus lucros ou aumentar o preço no mercado consumidor. A outra opção é retirar esse líder de cena e colocar outro que mantenha o status quo de antes. Essa foi a decisão da empresa intermediária, e para isso jogou parte dos seus lucros dentro da mídia do mercado consumidor para destruir a reputação de quem ameaçava seus lucros. Não colocava para esse mercado a real situação do que acontecia. O povo, inclusive seus líderes, terminavam absorvendo essas informações trazidas pela campanha de difamação e o caminho para a destituição do líder rebelde estaria sendo tomado. Aqui entra um ingrediente da mais alta importância para nós que queremos usar nosso senso crítico dentro da justiça, dentro dos princípios cristãos. O poder que a mídia possui em formar a opinião pública e que essa direcionada por falsas narrativas termina trazendo prejuízos ao redor em benefício das elites que a patrocinaram. É importante que o povo tenha um sentido crítico afiado, que tenha acesso à verdade dos fatos, para que possa se manifestar a contento, como vimos acontecer aqui no Brasil na atual eleição de presidente. Colocarei em seguida a transcrição de um vídeo que está sendo divulgado nas redes sociais abordando essa questão, que a força da mídia levando falsas narrativas, não consegue se impor a população que tem conhecimento dos fatos e decide pelo caminho mais apropriado.


Publicado por Sióstio de Lapa em 08/01/2019 às 02h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr