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ESCRAVO DA VIDA
Sou a rocha fincada em alto mar
Sou o tronco de casca secular
Sou o vento que sopra ao luar
Sou a voz de quem chora no calar

Sou aquele que espera sem saber
Nem o dia nem a hora do chegar
Nem quem vem e de qual é o lugar
O que traz ou o que deseja achar

Os meus olhos são faróis no anoitecer
Sempre atentos ao que pode acontecer
Minha lágrima é o óleo que ao pingar
Gira a luz, faz qualquer nau se encontrar

A solidão deste meu posto faz doer
Pois eu sinto que não posso merecer
Alguém que fique ao meu lado sem sofrer
Que me toque o coração, me saiba amar

Mas como escravo tenho que obedecer
Que importa para a Vida meu querer?
Que desejo em noite fria me aquecer?
Que do amor que tanto sei um dia ter?

Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 28/12/2011
Alterado em 23/07/2017


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr