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SÃO FRANCISCO DE ASSIS
São Francisco foi um embaixador do Amor aqui na Terra. Também quero ser embaixador do Amor; do Amor exibido por Francisco, ensinado pelo Cristo e que é a essência de Deus. Hoje é um dia especial, dia para ser lembrado esse grande embaixador do Amor e que devido a ele eu devo o meu nome. São Francisco, que morava em Assis, Itália, e que suportava as chagas estigmatizantes no seu corpo e alma. Que estranha sabedoria dos meus pais, em vez de colocar o nome principal associado à cidade que o santo nasceu, colocou associado às chagas que ele sofreu. Assim eu sou chamado, Francisco das Chagas. Talvez isso tenha sido uma premonição do que eu iria sofrer na minha caminhada, ao aceitar a missão de também ser divulgador do Reino de Deus, de carregar o Evangelho em minha mente e o Amor no coração, de amar tanto a Natureza, aos meus irmãos, que abro chagas em qualquer aceno de despedida que me fazem, em qualquer gesto de raiva, em qualquer atitude de ódio, em qualquer forma de ingratidão. Mesmo a quem me faz sofrer não posso deixar de amar, pois sou como o sol, como a chuva, como a lua ou como a brisa, e a todos levo a minha essência que ilumina, que nutre, que romantiza, que alivia...
Meu nobre Francisco, que está à direita do Mestre, que está à direita do Pai, permita que eu aprenda contigo a ser o irmão, por menor que eu seja, de todos os irmãos do meu caminho. Que eu seja o instrumento da paz de Deus; onde houver ódio que eu leve o Amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver a discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver trevas, que eu leve a luz.
Nobre Francisco me ensina a consolar mais do que ser consolado; mais a compreender, que ser compreendido; mais a amar, que ser amado... Ensina-me que dando a todos Amor e Perdão é que posso merecer do Pai Amor e Perdão. Que minha recompensa não está aqui neste mundo e que é na morte do corpo físico que tomo posse dos valores do espírito, para usufruir na eternidade junto ao Pai e junto com todos aqueles que suas dores sofreram ao meu lado na sintonia do Bem.
Francisco, quero te agradecer como tu fazes ao nosso Senhor com todas Suas criaturas; quero agradecer especialmente ao irmão Sol, que me acorda todo dia em minha janela envidraçada, e faz o dia e nos alumia, com beleza e esplendor; quero agradecer à irmã Lua e as Estrelas que no escuro do céu se acendem tão claras, preciosas e belas; quero agradecer ao irmão Vento, ao Ar, as Nuvens e a Chuva, que me envolvem com delicadeza, cobrem as minhas chagas e disfarçam as minhas lágrimas com os seus pingos; quero agradecer a irmã Água que forma os rios e mares, que enfeitam o meu olhar com as ondas ornamentadas de espumas e embalam o meu sono com o seu marulhar; quero agradecer ao irmão Fogo, belo, jucundo, robusto e forte,  que assa o pão para fortalecer o meu corpo; quero agradecer a nossa irmã, a mãe Terra, que nos sustenta e governa, produz variados e saborosos frutos, flores coloridas e perfumadas, e verduras nutrientes; quero louvar ao Senhor como tu, por aqueles que perdoam por Amor e suportam em paz e sem murmurações enfermidades e tribulações; quero agradecer pela nossa irmã a Morte corporal à qual nenhum vivente pode escapar e liberta o nosso espírito para se aconchegar nos braços do Pai.
Aprendi também, nobre Francisco, com outro Francisco, o Xavier, que tudo é Amor. A vida é o amor existencial; Razão é o amor que pondera; Estudo é o amor que analisa; Ciência é o amor que investiga; Filosofia é o amor que pensa; Religião é o amor que busca a Deus; Verdade é o amor que eterniza; Ideal é o amor que se eleva; Fé é o amor que transcende; Esperança é o amor que sonha; Caridade é o amor que auxilia; Fraternidade é o amor que se expande; Sacrifício é o amor que se esforça; Renúncia é o amor que depura; Simpatia é o amor que sorri; Trabalho é o amor que constrói; Indiferença é o amor que se esconde; Desespero é o amor que se desgoverna; Paixão é o amor que se inflama; Ciúme é o amor que se desvaira; Orgulho é o amor que enlouquece; Sensualismo é o amor que se envenena; e finalmente, nunca tinha imaginado, o Ódio que eu pensava ser o contrário do amor, não é senão o amor que adoeceu gravemente.
Agora me sinto, graças a esses grandes mestres, capacitado a reconhecer a paternidade original, de estar incluído na Natureza de Deus e mergulhado na Sua essência onde tudo é Amor nas suas mais diversas formas, mesmo que em certos casos equivocadas por algum motivo.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 03/10/2014


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr