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ORAÇÃO NOVEMBRO 2014
Pai,
Olhai para mim e tem compaixão das minhas deficiências.
Por mais que eu saiba das minhas obrigações frente a Ti, a Ti não escuto e nem procuro falar com a frequência que é necessária.
Sinto o tempo passar, o tempo que ajudou a formar toda estrutura biológica para que eu servisse de instrumento para a Tua vontade, é o mesmo tempo que agora, inexoravelmente, vai diminuindo cada vez mais o meu vigor...
E, no entanto, Pai, apesar de toda a compreensão psicológica que adquiri, por Tua permissão, com essa mesma compreensão, percebo que não faço a Tua vontade como já estou capaz de fazer.
Faltam-me as forças, a coragem, a persistência...
O simples compromisso de falar Contigo, uma vez por mês neste espaço internético, não consigo cumprir, como bem vês pelo atraso deste texto.
E, no entanto, eu sei que Tu continuas a esperar por mim, por minhas ações, que eu vença o inimigo que me constrange, a preguiça, a vergonha, o orgulho, a vaidade...
Sei que a seara já foi escolhida por vós, que já começastes a enviar companheiros, seareiros de acordo com a Tua vontade, cada um com uma missão específica, e não posso falhar na minha sob o risco de deixar ruir todo o trabalho já iniciado.
Olha, Pai, nada posso pedir a Vós além de força, coragem e sabedoria, pois tudo o mais eu recebo de Vós através dos mais diferentes meios, até através de pretensos adversários...
Não vou pedir paciência de Contigo para comigo, e sim, de mim para comigo, pois nas minhas fraquezas eu posso perder a paciência e deixar a perder tudo o que, com tanto esforço já conquistei.
Sei, Pai, que se eu apresento esta oração como um boletim escolar, Tu vais ver a maioria dos itens em vermelho, que eu não alcancei o ponto desejado por Tua vontade.
O que me sustenta a dignidade de sempre voltar à Tua presença com esse boletim rubro da minha vergonha, é porque sei que tudo que sou, todos os instintos que possuo e que garantem a minha sobrevivência na base do egoísmo, também foram criados por Ti e que a mim apenas compete a domesticação deles.
E isso eu continuarei a fazer enquanto existir forças e juízo crítico dentro do meu corpo e da minha mente!  
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 10/01/2015


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr