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JESUS, MEU MITO
JESUS, MEU MITO
Considero Jesus como o meu mestre, escolhido conscientemente como o ser mais perfeito que viveu entre nós, que deu lições fundamentais para nosso crescimento social e evolução espiritual. No entanto, existem vários trabalhos que mostram a inconsistência dos quatro Evangelhos que foram escritos como relato de suas ações, até mesmo o comportamento do Cristo fica colocado sob suspeita sobre aquilo que ele dizia ser, suas lições. Vejo que essas críticas tem um fundo de verdade, tanto nos fatos como na interpretação.
Vejamos um exemplo dessas críticas e que eu considero consistente: “o Senhor Jesus, ao voltar para Jerusalém, de manhã, sentiu fome e dirigiu-se a uma figueira cheia de folhas. Como, porém, ela não tinha frutos (não era época), Cristo amaldiçoou a planta e ela secou de repente. Os discípulos se espantaram com a eficácia das palavras do Mestre, mas Ele nada comentou sobre o feito. Disse apenas que a fé remove montanhas e pela oração tudo se alcança.”    
A crítica diz que essa atitude não é coerente com aquele que veio como o filho de Deus para ensinar sobre o Amor Incondicional. Uma planta, como criatura de Deus, que obedece às Suas leis dentro da Natureza, não merecia ser amaldiçoada, como nenhuma das criaturas do Pai merece.
Existem outras interpretações sobre esse fato, o que Jesus procurava ensinar sem ser objetivo, sem ser claro aonde ele queria chegar, mas que tinha um sentido por trás.
Sim, podem existir diversas interpretações do que Ele queria dizer, mas o fato do que foi feito é muito mais contundente: uma árvore saudável foi amaldiçoada por não estar com frutos, mesmo que ela não tivesse culpa, não era época dela produzir, pois ela obedecia a vontade do Criador.
São observações como essa que jogam dúvidas na atuação de Jesus como um mensageiro do próprio Deus, confundido com o próprio Deus, na sua perfeição de conceitos e ações.
A imagem de Jesus perfeito, inatingível por qualquer tipo de críticas, fica comprometida. Porém na minha consciência permanece a figura do Jesus perfeito, mas como tem essas falhas levantadas pela crítica e que não posso fingir que não tive conhecimento de nada disso, a minha figura de Cristo passa a ser mitológica. Um ideal de comportamento que continua servindo como modelo, e dessa vez inatingível por qualquer tipo de crítica.
Jesus real pode ser acusado de falhas e isso ser verdade, mas foi Ele que criou no meu imaginário o Cristo mitológico, e que todos nós devemos ter como modelo para nos aproximarmos cada vez mais do Pai.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 20/03/2018


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr