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ROUBO E CARIDADE
Podemos associar o ladrão a um homem caridoso? Parece que são polos opostos. Como é que uma pessoa que rouba o suor do trabalho de outra pessoa, pode ser uma pessoa boa, caridosa? Vejamos um exemplo.
Um homem entra em uma casa e passa a roubar tudo que vê: prataria, joias, relógio, e uma bandeja de ovos. Ao sair da casa, carregado, ver um homem faminto, pedindo esmolas. Pega a bandeja de ovos e doa, continua o seu caminho. Outra pessoa, que viu tudo, adverte ao mendigo que ele recebeu o produto de um roupo, que aquela pessoa caridosa era um ladrão, acabara de depenar uma residência. O mendigo, ainda com o gosto do ovo na boca, que come um a cada dia, não quer saber dessa história, considera aquela pessoa caridosa e faz os maiores elogios.
Mas nem todos agem assim. Uma pequena parte dos beneficiados percebem que foram agraciados com produtos de um crime e concordam que a justiça deve ser feita, que o criminoso deve pagar pelos roubos que fez.
Também tem outra parcela da população, que não mendiga pela sobrevivência, que foram beneficiadas por uma boa parcela do roubo, e as vezes até participa do saque, que defende com a máxima energia o criminoso, tenta incutir na população que vive sendo saqueada que aquela é uma pessoa honesta e bondosa. Tenta ocultar ao máximo o roubo cometido e destaca a caridade que esse criminoso fez com os mendigos.
Dessa forma podemos ver na sociedade brasileira esse jogo de incompatibilidades, de incoerências, de um tamanho ladrão ser defendido como tamanho caridoso. As falsas narrativas são construídas constantemente para mostrar que a mentira pode se sobrepor à verdade. A nação, vítima do furto sistemático do produto do seu suor, através da alta carga de impostos, quase não tem nenhuma solução, pois os candidatos que se apresentam para a gestão do país, são quase todos envolvidos na dimensão continental desse furto. Até dentro das altas cortes da justiça, são observadas atitudes claramente incoerentes com a ética e a moral.
Enquanto isso as ruas ficam tomadas por pessoas beneficiadas de forma antiética tentado causar fatos que mostrem que eles estão com a razão. Felizmente, o povo a cada dia tem os seus olhos abertos, e as falsa narrativas vão caindo no vazio ou no ridículo.  
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 10/04/2018


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr