Textos

AUTOHEMOTERAPIA NO SENADO
            Fiz um texto sobre a importância da autohemoterapia há cerca de quatro anos e vejo agora a utilização dele na defesa da técnica chegando até o senado. Vejamos o que diz:
            “Memória – médico diz que Parecer do CFM é ‘Prepotência travestida de ciência’. A liberação da receita da autohemoterapia pelos médicos brasileiros, com a revogação da Nota Técnica da ANVISA e nova mudança no Parecer do Conselho Federal de Medicina – CFM, foi defendida hoje mais uma vez pelo médico Francisco das Chagas Rodrigues, Vice Chefe do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Desde a época da publicação do Parecer do CFM sobre o assunto, Dr. Rodrigues afirma que aquele documento ‘é uma agressão à arte de curar’. O médico potiguar afirma que ‘O que importa é a disposição ética de cumprir os ensinamentos hipocráticos, de procurar cuidar do enfermo com o melhor do nosso tirocínio, evitando lesar o paciente, por ação ou omissão’. Acrescenta: ‘espero que a conjuntura se torne cada vez mais favorável à destruição da prepotência travestida de ciência.’ E conclui: ‘É isso que penso e defendo, mesmo porque considero a medicina como uma arte que pode e deve usar a ciência, mas não ir de reboque a uma verdade científica que amanhã pode ser desmentida pela realidade, como temos visto em tantos momentos da história’. Pesquisa – A declaração do Dr. Rodrigues foi dada no momento em que ele tomou conhecimento de que a Senadora Ana Amélia está interessada em informar-se a respeito da auto-hemoterapia, em razão do trabalho que vem realizando para tornar mais céleres as pesquisas científicas. A Senadora Ana Amélia determinou à sua assessoria que obtivesse informações a respeito do assunto. A coleta de informações é importante, pois trata-se de um procedimento que mexe com a saúde da população e envolve órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, o Conselho Federal de Medicina – CFM, a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia – SBHH e o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN. Inicialmente é preciso observar que para compreender a questão e situação da auto-hemoterapia no Brasil atual, é preciso admitir que aqueles órgãos não são perfeitos, infalíveis ou completamente corretos e imparciais em suas afirmações e decisões. Desta forma será dada chance de analisar o assunto tecnicamente e não diante de interesse de cúpulas que em certas circunstâncias manifestam-se de maneira tendenciosa. Obstáculos – Há mais de dez anos, por conta da popularização do uso da auto-hemoterapia, em vista da divulgação da entrevista do Dr. Luiz Moura, forjaram um jeito de criar obstáculos à utilização da técnica, com informações distorcidas e discutíveis. Episódios que seriam dignos de investigação, caso os interesses da população fossem levados verdadeiramente à sério. Basta citar que a ANVISA proibiu de forma enviesada e estapafúrdia o uso da auto-hemoterapia através de Nota Técnica que não teria esse poder, gerando uma situação de indefesa para a população e de autoritarismo para o órgão governamental. Depois de proibir o uso da técnica, com argumentos e citações disparatadas, o referido órgão resolveu consultar o CFM – numa clara inversão da ordem – se seria “reconhecida” uma técnica que já era usada havia quase 180 anos. O CFM, por sua vez, emitiu um parecer tendencioso, incompleto e falho proibindo os médicos de usarem a técnica, mas logo foi forçado a voltar atrás permitindo uma parte da auto-hemoterapia através do Tampão Sanguíneo Peridural – TSP, atendendo reclamação dos anestesistas; fazendo vistas grossas de outra parte, como o Plasma Rico em Plaquetas, utilizado na recuperação rápida de atletas; permitindo tacitamente o uso da técnica na forma de ozonioterapia; e mantendo a proibição em mais outra parte. Verdade – Forte exemplo dessa realidade é a notícia dada pelo Conselho Federal de Medicina – CFM em seu portal, no final de fevereiro de 2015, reafirmando que a auto-hemoterapia não teria eficácia comprovada. Em seguida, veiculou peça publicitária no facebook com essa mesma afirmação. Resultado: cerca de 1.000 manifestações, entre compartilhamentos, comentários e curtidas, mostram que 99% das pessoas que opinaram obtiveram bons resultados com o uso da auto-hemoterapia. Para confirmar esse percentual, basta acessar o referido endereço. Conforme já mostramos, ocorre que se trata de uma técnica que não requer gastos com hospital, laboratório, medicamentos, etc. e como não é lucrativa vai de encontro aos interesses econômicos da indústria da doença. Todas essas contradições precisam ser abordadas, para que seja fácil, prática e clara compreensão do problema. Diante desse quadro, a expectativa dos usuários, beneficiários e defensores da auto-hemoterapia é de que sejam realizadas pesquisas sobre a eficácia da auto-hemoterapia na prevenção e combate a doenças; que sejam promovidas audiências públicas sobre o tema; revogada a Nota Técnica da ANVISA que trata da auto-hemoterapia; e recomendado que o CFM, SBHH e COFEN façam um ajuste de conduta, por vir tratando desse assunto de forma tão contrária aos interesses da sociedade.”
            Esta proibição persiste até os dias atuais. Reflito, como pode pessoas que devem ter como missão cuidar do ser humano, termina envolvido em outros interesses e perdem o sentido lógico de como proceder, não veem que suas decisões prejudicam não só uma, mas milhares de pessoas, que testemunham se beneficiar de uma técnica e de repente se tornam impedidas, marginais dentro de uma legislação autoritária e perniciosa. Mas, continuamos a clamar e lutar para que nossos direitos de cidadão sejam respeitados, que possamos ir em busca dos nossos interesses mais profundos, como é o caso de preservação da vida com qualidade; para que nossos direitos como profissionais, como médicos, vá em busca do dever de seguir as orientações do mestre Hipócrates: “Aplicar os regimes para o bem do doente segundo o meu poder de entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”, por ação ou omissão.
 
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 24/04/2018


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr