Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
09/05/2020 02h18
SEXO E MORAL

            O princípio da conservação da vida biológica, Eros, que promove o erotismo, se expressa em nossa mente e consciência como libido, que atende ao impositivo da procriação. Então, este é um mecanismo psicofisiológico, criado por Deus, para que possamos exercer o papel de co-criador de novos corpos. Ao atender a libido num contexto que sintonize com o Amor Incondicional, com um companheiro (a) que sintonize da mesma forma, estaremos a fazer estritamente a vontade do Criador.

            Freud concluiu, em suas observações, que Eros, no consciente, impulsiona a vida, enquanto Tânatos, no inconsciente, representa a necessidade da morte, como força dominadora. Podemos achar estranho, como uma força positiva e tão significativa, pode existir ao lado de outra força tão negativa e que não temos consciência desse conflito. Ele faz a comparação com a necessidade essencial de alimentação para a preservação da vida, mas para isso é indispensável a destruição do alimento numa complementação total para mantê-la.

            Melanie Klein observou que desde o ato inicial de alimentação, o recém-nascido tem uma forma de ciúme do peito materno, sua fonte de vida, num comportamento destrutivo, morder para sugar. Desse modo, segundo ela, confirma a presença de Eros (pulsão pela vida) e de Tânatos (pulsão pela morte). O seio que sustenta a existência proporciona, ao mesmo tempo, o medo de perde-lo, gerando o apego, num conflito que poderá se propagar por toda a existência da pessoa, gerando mais tarde dificuldade de adaptação e de equilíbrio.

            Carl Gustav Jung, procurando penetrar no inconsciente humano para encontrar respostas para a conquista da plenitude, apresenta os arquétipos como as heranças primitivas mais antigas, dos quais resultam os conflitos, as aspirações e lutas pela sobrevivência. 

            Alfred Adler já defendia a prevalência dos instintos agressivos como fundamentais no meio social e a tensão contínua do indivíduo para alcançar objetivos essenciais, mediante a conquista do poder, do aparecer e do triunfar. Quando isso não ocorre surgem os complexos de inferioridade, entre outros.

            Dessa forma, a função sexual é sempre considerada como elemento essencial para a aquisição de uma existência harmônica.

            O Espiritismo analisa o ser humano num aspecto tríplice: Espírito, períspirito de matéria. Propõe uma psicologia baseada nas experiências ancestrais do comportamento desde os primórdios da sua evolução que, de alguma forma, dão lugar ao surgimento de arquétipos que se lhe manifestam como provas e expiações, ensejando os impulso de vida e de morte, bem como as necessidades de autossuperação, quando mantendo relacionamentos saudáveis com as demais pessoas.

            Considerada como fonte de vida pelo milagre da reprodução, é acompanhada pelo prazer no seu exercício saudável, que pode tornar-se também, fator de desequilíbrio quando alguma dificuldade a inibe, direciona equivocadamente através de conduta patológica. Daí a necessidade de uma ética-moral para a função sexual, o que motivou algumas religiões a estabelecerem regras castradoras e preconceituosas através da história, criando situações embaraçosas que ainda prosseguem como heranças infelizes de que a sociedade padece. Isso termina por empurrar o comportamento na atualidade, para a liberação excessiva ou libertinagem, para a castração ou tormentos de outra natureza.

            O comportamento sexual deve ser fundamentado na ética do Amor Incondicional, que exige a higiene moral e respeito indispensável tanto a função quanto a integridade espiritual dos parceiros, dentro de padrões equilibrados, constituindo elemento proporcionador de saúde e bem-estar. Assim, contribui seguramente para o desenvolvimento de todos os valores intelectuais e espirituais em que a vida se estrutura triunfante.  

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em 09/05/2020 às 02h18
 
08/05/2020 10h56
VINHA DE LUZ – 3 – O NECESSÁRIO

            Uma só coisa é necessária, disse Jesus (Lucas, 10:42). Temos muitos negócios no mundo material, próximos ou remotos, que sempre nos traz alguma lição transcendental. Infelizmente, a grande maioria não tem essa perspectiva transcendental, mesmo tendo uma vida religiosa. 

            Felizmente, adquiri a consciência da importância do mundo espiritual, que irei levar deste mundo material, experiências para enriquecer o espírito na jornada em busca da proximidade com o Pai.

Administro vários interesses materiais e sei que não posso controlar todos os ângulos dos diversos serviços, e que a maldade e a indiferença com o sofrimento do próximo se insinuam em todas as tarefas, prejudicando a escalada que todos devemos fazer.

Poderei amealhar bons recursos, mas posso não saber em que regiões da vida serei conduzido pelo dinheiro. Será que improvisarei discursos pomposos sem avaliar as consequências de minhas palavras? Acredito que não entrarei mais em tamanhos desvios. Minha consciência está fortalecida. O que devo temer são os apelos do poder, do prazer, que podem desviar minhas formulações racionais, encontrando justificativas para a prática de iniquidades. Então, devo prestar muita atenção na lição do Cristo, que só uma coisa é necessária para a evolução no mundo espiritual, que é o nosso dever e destinação: aprimorar e executar os valores morais, mesmo que isso venha de encontro a preconceitos e relações de apego.

Quero organizar um grande movimento ao meu redor com foco nessas necessidades espirituais, para o bem legítimo, e isso não deixa de ser a construção do Reino de Deus. Posso experimentar muitas dores, mas devo permanecer vigilante no aproveitamento da luta, para que esses dissabores não sejam inúteis.

Jesus desejava dizer que, acima de tudo, compete-nos guardar, dentro de nós mesmos, uma atitude adequada, ante os desígnios do Todo-Poderoso, avançando, segundo o roteiro que nos traçou a Divina Lei, das oportunidades que o Pai nos oferece cotidianamente e que devemos aproveitar de acordo com o Amor Incondicional, seguindo a bússola que o Mestre nos forneceu: “fazer ao próximo aquilo que desejamos seja feito conosco. “ Dessa forma, realizaremos esse “necessário”, em cada acontecimento, cada pessoa e cada coisa se ajustarão, a nossos olhos, no lugar que lhes é próprio. Sem essa posição espiritual de sintonia com o Celeste Instrutor, é muito difícil agir alguém com proveito, seja na omissão ou na ação.

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em 08/05/2020 às 10h56
 
07/05/2020 17h17
VINHA DE LUZ – 02 VÊ COMO VIVES

            Lucas contou uma parábola dita por Jesus muito importante para nossa reflexão, em 19:11-27.

            11 – E, ouvindo eles estas coisas, prosseguiu Jesus e contou uma parábola; porquanto estavam perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de manifestar o Reino de Deus.

            12 – Disse pois: certo homem nobre partiu para uma terra remota, afim de tomar para si um Reino, e voltar depois.

            13 – E, chamando 10 servos seus, deu-lhes 10 libras e disse-lhes: negociai até que eu venha.

            14 – Porém seus concidadãos lhe aborreciam e enviaram após ele embaixadores dizendo: não queremos que este reine sobre nós.

            15 – E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o Reino, disse que lhe chamassem a si aqueles servos, a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando.

            16 – E veio o primeiro dizendo: Senhor, a tua libra rendeu dez libras.

            17 – E ele lhe disse: bem está, servo bom, porque no pouco foste fiel, sobre 10 cidades terás autoridade.

            18 – E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua libra rendeu cinco libras.

            19 – E também a este disse: sê tu também sobre cinco cidades.

            20 – E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua libra que guardei num lenço.

            21 – Porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste.

            22 – Porém ele lhe disse: mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei;

            23 – Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com juros?

            24 – E disse aos que estavam presentes, lhe tirem a libra, e deem ao que tem as dez libras.

            25 – E eles lhe disseram: Senhor, tem 10 libras (as pessoas disseram isto porque estavam pasmados, porque tirou a libra do homem para dar-lhe o que já tinha dez libras).

            26 – Pois eu vos digo que a qualquer que tiver lhe será dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado (é a “Lei de Rendimentos Decrescentes”; a luz que dá a alguém e logo a rejeita, é causadora de não só perder o que poderia ter tido, mas também até o que atualmente tem; significa que se a Mensagem da Cruz é ouvida e rejeitada, estas pessoas não só perderão o pouco que tinham antes, que se traduz em ruína espiritual.

            27 – Quanto aqueles meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim.

Com a precisa madureza do raciocínio, compreenderá o homem que toda a sua existência é um grande conjunto de negócios espirituais e que a vida, em si, não passa de ato religioso permanente, com vistas aos deveres divinos que nos prendem a Deus.

Por enquanto, o mundo apenas exige testemunhos de fé das pessoas indicadas por detentoras de mandato essencialmente religioso. Os católicos romanos rodeiam de exigências os sacerdotes, desvirtuando-lhes o apostolado. Os protestantes, na maioria, atribuem aos ministros evangélicos as obrigações mais completas do culto. Os espiritistas reclamam de doutrinadores e médiuns as supremas demonstrações de caridade e pureza, como se a luz e a verdade da Nova Revelação pudessem constituir exclusivo patrimônio de alguns cérebros falíveis. Urge considerar, porém, que o testemunho cristão, no campo transitório da luta humana, é dever de todos os homens, indistintamente. Cada criatura foi chamada pela Providência a determinado setor de trabalhos espirituais na Terra. Não podemos deixar nossos talentos protegidos debaixo da terra. Temos que faze-los prosperar fazendo a vontade do nosso Criador, mesmo que estejamos envolvidos em quaisquer outras tarefas cotidianas para o suprimento de nossa subsistência.

O comerciante está em negócios de suprimento e de fraternidade. O administrador permanece em negócios de orientação, distribuição e responsabilidade. O servidor foi trazido a negócios de obediência e edificação. As mães e os pais terrestres foram convocados a negócios de renúncia, exemplificação e devotamento. O carpinteiro está fabricando colunas para o templo vivo do lar. O cientista vive fornecendo equações de progresso que melhorem o bem-estar do mundo. O cozinheiro trabalha para alimentar o operário e o sábio.

Todos os homens vivem na Obra de Deus, valendo-se dela para alcançarem, um dia, a grandeza divina. Usufrutuários de patrimônios que pertencem ao Pai, encontram-se no campo das oportunidades presentes, negociando com os valores do Senhor.

Em razão desta verdade, não devemos esquecer que somos criaturas do Criador e que a Ele é que devemos a última prestação de contas. Não devemos esquecer de subordinar nossos desejos a Deus, nos negócios mundanos que por algum tempo nos foram confiados no mundo, mas que o propósito final é fazer a Sua vontade, mesmo que os nossos desejos carnais, materiais, forem uma mudança de rumos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/05/2020 às 17h17
 
06/05/2020 00h04
VINHA E LUZ – 01 QUEM LÊ, ATENDA

            Uma frase de Jesus escrita por Mateus (24:15), “Quem lê, atenda”, encontrada em outras traduções como “Quem lê, entenda”, mostra a atenção que devemos ter com a leitura da Bíblia. Importante usar a lógica para ver se existe coerência com o racional, para não entrarmos em desvios da verdade. Neste caso não há muita discrepância de um sentido para o outro. 

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento, que se mostram envolvidos com os interesses do corpo através da obediência aos instintos

Frequentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas. Por isso a tradução mostra dois sentidos que se completam. Quem lê o livro sagrado, a Bíblia, que procure entender o seu conteúdo e atender na sua prática.

 Raríssimos são os leitores que buscam essa compreensão, a realidade da vida espiritual. Mostram maior interesse pela aplicação dos motivos materiais.

O próprio Evangelho tem sido para os corruptos, ignorantes, imprevidentes e levianos vasto campo de observações e ações pouco dignas. Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva. Entender a letra e atender o espírito!

É compreensível que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras e malversações com o Evangelho, sem considerar ou acreditar nos valores espirituais. Mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O nosso problema, de discípulo do Evangelho, não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

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em 06/05/2020 às 00h04
 
05/05/2020 00h04
VINHA DE LUZ – PREÂMBULO

            Em 1952, ano em que nasci, Chico Xavier publicava a obra “Vinha de Luz” de autoria de Emmanoel. Recebi de uma amiga a relação completa das obras de Chico Xavier, de acordo com o autor espiritual. Ao encontrar esta obra, nesta data, e fazendo conexão com o projeto universitário que administro, Projeto Foco de Luz, logo percebi que era mais uma forma de instrução que o Pai envia para mim, através dos seres espirituais que procuram fazer Sua vontade. Dessa forma irei fazer um estudo sistemático dessa obra, colocando cada conteúdo amalgamado com o meu pensamento, de forma que, o resultado final é que o texto terá em essência o meu pensamento, mas alicerçado no pensamento de Emmanoel.

            Começarei pelo preambulo que tem o título ˜Brilhe vossa luz”, que foi psicografado em 25 de novembro de 1951, em Pedro Leopoldo-MG, por Chico Xavier.

No vasto caminho da Terra, cada criatura procura o alimento espiritual que lhe corresponde à posição evolutiva. Procuro fugir das forças instintivas que atendem principalmente os desejos do corpo. Observo que dentro do mundo material existem diversas espécies animais que se colocam em posição antagônicas dentro certa estética, como a abelha que procura sugar o pólen das flores e o abutre que busca despojos.

No campo das emoções procuro fazer a vontade do Pai, mesmo sabendo das dificuldades que existem quando elaboro alguma ação e se procuro coloca-las em prática.

            Felizmente não tenho o perfil de sofredor inveterado que não demando nada além do sofrimento. Já tenho uma boa perspectiva de minhas responsabilidades espirituais, que evita ficar enclausurado em nuvens negras, sem me colocar a serviço do Pai, mesmo que devido as minhas inúmeras imperfeições, eu não consiga ser muito eficaz.

            Procuro fazer muitas leituras em busca da luz emitida por seus autores, inclusive mensagem enviadas por Deus. As dúvidas despertadas pela coerência do que estou lendo ficam em “banho-maria” a espera de uma definição de certo ou errado, uma vez que a minha sabedoria é insuficiente para uma decisão imediata.

            Como discípulo de Jesus, devo me sentir entediado das experiências deterioradas, que trazem prejuízo de qualquer forma ao meu próximo. Pelo contrário, peço a luz da sabedoria a fim de aprender a semear o amor, compreender quem sofre ainda as consequências dos prazeres imediatos, que prejudicam a si e ao próximo.

            Emmanuel e Chico Xavier são espíritos, desencarnados atualmente, bem mais próximos de Deus do que eu. Portanto, os textos que escreveram em parceria devem ajudar no meu processo evolutivo, na aproximação com Deus, mesmo que o meu caminho tenha algumas diferenças do caminho deles. 

            Nesta obra, “Vinha de Luz”, eles me fazem o convite ao trabalho santificante, planificado no código do Amor Incondicional. A candeia que eles oferecem queimando o próprio óleo, a lâmpada que resplende consumindo a energia que a usina lhe fornece, é o ensino que eles nos deixam de oferecer a instrumentalidade de minha vida aos imperativos da perfeição moral, para que o ensinamento do Senhor se revele por meio intermédio, clareando a senda de quem caminha ao meu lado, mas que ainda tem a consciência obscurecida pelas trevas da ignorância das leis de Deus.

O Evangelho é o Sol da Imortalidade da alma e devo refleti-lo com sabedoria, para que brilhe a minha luz. Para isso caminharei com as instruções de Emmanuel que tanto ajudou a brilhar a luz de Chico Xavier. Procurarei brilhar, me comprometo!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/05/2020 às 00h04
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