Meu Diário
20/04/2024 00h20
O MUNDO SABERÁ

    Reproduzo aqui a fala do Deputado Federal Gustavo Gayer no Parlamento Europeu sobre a ditadura aplicada no Brasil e publicado no Youtube no dia 10-04-2024, com 411 mil visualizações em 14-04-2024.
    Primeiro, acho que está em ordem expressar nossa gratidão aos senhores Rob e Hermann por nos darem espaço para falar sobre a situação grave que está acontecendo no meu país. Temos tentado nos últimos 3 a 4 meses encontrar pessoas de bom coração, pessoas que amam a liberdade, a democracia, para nos ajudar a mostrar ao mundo a situação terrível que o maior país democrático na América Latina está em baixo neste momento.
    Então, expresso aqui nossa gratidão e eu estou certo que falo em nome da vasta maioria do povo brasileiro que ama a liberdade e ama a democracia. Que nós estamos nisso por causa desta ação generosa.
Antes de começar, eu acho que devo perguntar a todos que estão aqui presentes, hoje, para um pequeno exercício de imaginação.
Eu vou descrever algumas características de um país da América Latina, e eu gostaria que você tentasse descobrir de que país estou falando.
Este país que temos agora. A justiça, tornando a oposição inelegível, retirando-lhes os direitos políticos. Este país possui membros titulares do Congresso Nacional sendo presos por suas opiniões. Há perseguição para quem busca transparência nas eleições. Há criminalização total de um lado do espectro político. A mídia se tornou completamente controlada pelo judiciário. Uma pessoa decide o que pode ser dito e o que não pode ser dito. E se você desafiar essa pessoa, você vai para a prisão. Uma pessoa decide que é vítima de perseguição, mas ele é também quem investiga. O investigador é o acusador e ele é o juiz. E é ele quem sentencia aqueles que desafiam suas palavras. E há centenas e centenas de presos políticos.
Muitos de vocês podem estar pensando que estou falando da Nicarágua, talvez de Cuba, ou talvez Venezuela. Bem, não é segredo para a reunião que nós estamos tendo aqui hoje. Estou falando do Brasil.
Sim, não estou falando sobre ditaduras conhecidas da América Latina. Estou falando do maior país “democrático” da América Latina.
Podemos ir direto ara a cadeia
    Antes de virmos para esta viagem, para esta missão, nós tivemos uma conversa na qual dissemos que, talvez exista uma grande chance de que no momento em que pisarmos novamente no Brasil, podemos ir direto para a cadeia.
    Mesmo no aeroporto vindo para cá, lembro de conversar com Bia (Kics). Estávamos com medo de sermos detidos antes de sair do país. E a razão para isso é porque no mesmo dia que estávamos no aeroporto vindo ara cá, tivemos o escândalo “Twitter files Brazil”. 
    Não sei se vocês tiveram a chance de investigar isso, mas Elon Musk publicou a troca de e-mails entre ex-funcionários do Twitter, antes de Elon Musk assumir o Twitter, onde Alexandre de Moraes encomendou que o Twitter censurasse todos os políticos de Direita e excluísse postagens, excluísse perfis e os forcou a excluí-los. Mas, sem dizer que era uma ordem judicial. Que deletasse dizendo que era em razão da política interna da empresa.
    Agora, há uma pergunta que continuo fazendo, e ninguém é capaz de me explicar ou me dar uma resposta certa. Por que é que a Venezuela é considerada uma ditadura em todo o mundo, até mesmo pelos esquerdistas, mas o Brasil não é. Quando o que está acontecendo no Brasil é ainda pior do que está acontecendo na Venezuela?
    Por que é que Alexandre de Moraes fazer o que faz é defesa clara da democracia e do Estado de Direito? Mas quando é Maduro que faz o que faz é ditadura?
    Isso é algo que eu não consegui encontrar uma pessoa para me explicar. Uma pessoa.
    Na Venezuela nós temos Instituições, certo? O que torna um país democrático? Ao longo da história da humanidade, nós estabelecemos dispositivos e instituições com um objetivo em mente. Para ter a certeza que a tirania não aconteceria novamente. Estou certo? Mas a tirania é como um vírus. Eles sempre encontram uma maneira de se adaptar e usar tudo o que foi implementado, para garantir que tudo funcione, para voltar ao poder novamente. E eles estão aprendendo a fazer isso. Até com as nossas instituições, com a Suprema Corte, o judiciário, o parlamento, o executivo tudo.
    Eles conseguiram encontrar uma maneira de se adaptarem novamente. O Brasil, hoje, talvez, o campo de batalha para este novo tipo de ditadura. Uma ditadura que se identifica como uma democracia, porque, hoje em dia, nada é o que realmente é. Este é o mundo louco em que vivemos. Chamamos isso de democracia trans. Uma democracia que se identifica como uma democracia.
O Brasil é hoje, um experimento. É um laboratório de como implementar uma ditadura disfarçada de um país livre, de democracia. E se der certo no Brasil, se não cometerem erros, será bem-sucedida em todo o mundo.
E eles já estão experimentando o que está acontecendo no Brasil. E o Brasil é um dos maiores países do mundo. É o maior país da América Latina. É o maio país cristão na América Latina. Não posso deixar que o meu país, o país dos meus filhos, dos nossos filhos, se transforme numa ditadura sem lutar.
E não tenho mais medo de ser preso. Entreguei minha vida a Deus, honestamente. E a mesma coisa digo aos meus colegas que estão aqui hoje: Ricardo Salles, Pollon, Júlia Zanatta, Bia, Eduardo Bolsonaro... nós sabemos que há uma grande chance de estarmos aqui e voltar para o Brasil será um risco.
Sabemos que há uma grande chance de perdermos nossa liberdade, mas não nos importamos em perder a nossa liberdade enquanto lutarmos pela liberdade da nossa futura geração do povo do Brasil. 
É por isso que eu realmente quero agradecer novamente, senhores, Rob e Hermann, por nos dar este espaço, por ouvirem o que temos a dizer.
Não sei se teremos que viajar pelo mundo com esta mensagem, mas não podemos deixar o Brasil virar uma ditadura. E quando eu digo tornar-se é ser reconhecido como um, porque já é.
Temos aqui, hoje, um jornalista, Sérgio Tavares, jornalista de Portugal que foi ao Brasil fazer cobertura, protestar contra o que está acontecendo no Brasil. E ele quase foi preso no aeroporto. As perguntas que a Polícia Federal fez a ele foram: “o que você acha do Alexandre de Morais?  Você gosta da Suprema Corte? Em quem você votou?”
Agora pergunto novamente, esta é uma questão que um país livre, um país democrático, perguntaria a um jornalista? Acho que nem na Venezuela você seria detido no aeroporto e responderia perguntas tão idiotas. Mas isso aconteceu com ele. E ele voltará para o Brasil em breve para falar sobre isso. Espero que não seja preso no aeroporto.
Então, por favor, estamos clamando por ajuda ao mundo, pelo amor e pelas pessoas no mundo amantes da liberdade. Por favor, prestem atenção ao que está acontecendo no Brasil. E marquem os rostos desses parlamentares que estão aqui hoje. Há uma chance de os nossos rostos estarem no jornal, em breve, atrás das grades.
Nós podemos ser presos, mas nossos filhos não.
Obrigado!
    Esta é uma realidade que poucos veem dentro de nosso país. Em qualquer setor institucional, quer seja escolas, clero, academia, tribunais... parece uma infecção viral ideológica cujo tratamento é a pessoa perceber a dissonância cognitiva entre o que crer e o que a realidade mostra. Mas a maioria institucionalizada está como hipnotizada, seguindo como um na manada em direção dos chavões enviesados da realidade que aceitaram e consolidaram como verdade indestrutível.
 


Publicado por Sióstio de Lapa em 20/04/2024 às 00h20
 
19/04/2024 00h01
ENTENDER O QUE O POVO DIZ

            Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”.



15 – Existe algum inconveniente no conceito moderno de “escuta”?



            Na perspectiva moderna de “escuta”, a Igreja deixa de ser a Mãe e Mestra que transmite os ensinamentos de Cristo pela voz de seus pastores (Quem vos ouve a vós, a mim me ouve – Lc 10,16), e se torna uma Igreja que escuta, dialoga e se questiona, sem hesitar em discutir verdades consideradas indiscutíveis. Diz o Vademecum: “Escutar é o primeiro passo, mas precisa de uma mente e de um coração abertos, sem preconceitos”. E acrescenta: “O primeiro passo para escutar é libertar a nossa mente e o nosso coração dos preconceitos e estereótipos”. Mais adiante, comemora: “O Processo Sinodal dá-nos a oportunidade de nos abrirmos à escuta de forma autêntica, sem recorrer a respostas prontas ou a julgamentos pré-formulados”.



            Deve-se notar que, no texto citado, o Cardeal Grech afirma que o discernimento de um bispo não consiste em verificar se o que o povo de Deus diz coincide com o que ensina a Revelação, mas o contrário: trata-se de entender o que o povo diz, e depois considera-lo como palavras do Espírito Santo.



            A Igreja Católica sempre ensinou o contrário. Tomando como base as verdades da fé conhecidas por meio da Revelação e da Tradição. Ela as aplicou à vida concreta, de acordo com as circunstancias de tempo e lugar, a fim de iluminar e guiar as almas à sua eterna salvação. O Sínodo sobre a sinodalidade tende a fazer o oposto: partir de situações concretas para elaborar uma política pastoral e uma disciplina adequada. Tal método pressupõe uma concepção “historicista”, que não parte da Verdade revelada, mas de uma situação histórica concreta à qual a Igreja deve se adaptar.



            A história mostra um repertório imenso de iniquidades praticadas pelo ser humano: guerras, fome, pestes, etc. Os ensinamentos do Cristo trouxeram uma nova forma de vida, de relacionamentos interpessoais, trazendo valor e dignidade à vida. Foram construídas cidades, hospitais, universidades e até estados com base nessa filosofia, mesmo que trouxesse em seu bojo as fragilidades humanas, de não conseguir promover um comportamento bem sintonizados, integralmente, com a proposta divina. Mas, enfim, foi uma injeção de harmonização para a humanidade em busca de um reino gerido pela verdade, fraternidade e justiça social, sem depender de guerras, conflitos ou revoluções.



            É este ensinamento que hoje a própria Igreja, contaminada pelo pensamento moderno, iluminista, reformador, pretende mudar radicalmente para fazer o oposto do que fazia antes, pela Tradição.



Como aceitar tal mudança, nós que estamos sintonizados com o Cristo? Essa Igreja que hoje está nesse avançado processo de transformação, de deterioração moral, pode mudar todos os seus princípios, mas nós, cristãos convictos, não podemos seguir, tal mãe desfigurada.



Publicado por Sióstio de Lapa em 19/04/2024 às 00h01
 
18/04/2024 00h01
ESCUTA DOS PASTORES

            Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”.



14 – Existe um sentido tradicional de “escuta” por parte dos pastores?



            Sim. Não há dúvida de que um bom pastor deve ouvir suas ovelhas para entender sua situação espiritual e suas aspirações. Entretanto, hoje a “escuta” significa a obrigação de estar em sintonia com as ovelhas. O critério de avaliação deixa de ser a Verdade revelada e a retidão de consciência, e passa a ser a aceitação das aspirações dos fiéis.



            Escutar para ensinar ou escutar para aprender? Esta é a encruzilhada que devemos escolher. Eu aprendi do mestre Jesus, através de todos os irmãos que escreveram, traduziram e ofereceram a oportunidade desse conhecimento. A minha consciência, amparada pela lógica, coerência e bom senso, reconheceu que o Caminho da Verdade revelada é a melhor forma de conduzir a minha evolução em direção a Vida eterna na intimidade com o Pai. Para fazer isso, tive que desalojar do meu coração todo egoísmo que tem o potencial de prejudicar o próximo. E mais ainda, tenho que inverter o caminho de minhas motivações de base egoísta, para ajudar ao meu próximo que está confuso ou hipnotizado pelas benesses de caminhos de portas largas, cheios de prazeres materiais, carnais, mas alicerçado em prejuízos individuais e coletivos ao próximo.



            Alcançando este nível de consciência, posso me considerar um tipo de pastor de pessoas que estão desgarradas deste Caminho estreito por não perceberem ainda o seu valor existencial. Para ajudar essas pessoas, devo entrar em contato, em comunicação, nos conhecermos mutuamente. Estou de posse de um conhecimento que considero importante para a vida de qualquer ser criado pelo Pai e que meu interlocutor ainda não teve a oportunidade de avaliar, vive num mundo materializado, sem a devida perspectiva espiritual, com valores de forte conteúdo egoísta chegando a margem da criminalidade. Como agora vou escutar essa pessoa com a intensão de aprender dela, de sintonizar com ela, de desprezar o que tanto venero aprendido pelo Cristo?



            Percebo assim um forte divisor, de água e óleo: os ensinamentos do Cristo e os ensinamentos do mundo. Quem é professor de quem dentro desse relacionamento? Para mim, sou eu, que estou de posse da Verdade revelada pelo Cristo e que tenho como missão “pescar” pessoas de boa índole, que não estão consolidados dentro do egoísmo, da mentira, das falsas narrativas. Por outro lado, eu vou ser alvo da tentativa de cooptação aos interesses mundanos, à vaidade, ao orgulho, ao poder, aos prazeres da carne. É este embate que vai definir quem vai ser professor de quem.



            Pelo que apresenta todo o processo de construção da sinodalidade com essa disposição de escutar o “povo de Deus”, isso aponta que a Igreja, através dos seus atuais líderes, capitulou aos desejos mundanos. Não é mais o Cristo que vai trazer as ovelhas ao redil do Pai, e sim as ovelhas, o “povo de Deus” que vai trazer os pastores ao mundo, à perdição.



Publicado por Sióstio de Lapa em 18/04/2024 às 00h01
 
17/04/2024 00h01
ESCUTA DOS FIÉIS

            Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”.



B – “Escuta”



13 – Por que se atribui um papel primordial à “escuta dos fiéis”?



            No Vademecum, a palavra escutar aparece 102 vezes. Refere-se à voz dos fiéis 83 vezes, mas somente 19 vezes à Palavra de Deus.



            Em entrevista publicada no site do Vaticano, o Cardeal Mario Grech declarou: “Ao ouvir o povo de Deus – é para isso que serve a consulta nas igrejas particulares – sabemos que podemos ouvir o que o Espírito está dizendo à Igreja. Isso não significa que é o povo de Deus que determina o caminho da Igreja. À função profética de todo o povo de Deus (incluindo os pastores) corresponde a tarefa de discernimento dos pastores: a partir do que o povo de Deus diz, os pastores devem captar o que o Espírito quer dizer à Igreja. Mas é a partir da escuta do povo de Deus que o discernimento deve começar”.



            Sabemos que a guerra espiritual que se desenvolve na Terra tem origem na dimensão espiritual, onde os principados e potestades se opõem à obra de Deus, de construir uma humanidade com potencial de livre arbítrio para se aproximar cada vez mais da essência divina, apesar de sua criação simples e ignorante.



            Dessa forma, a influência espiritual que sofremos aqui na Terra tem essas duas origens: divina, comandada pelo Arcanjo Miguel e principalmente pelo Mestre Jesus; revolucionária comandada desde as hostes celestiais pelo Querubim Lúcifer e pelos seus demônios espalhados espiritualmente na Terra.



            Jesus veio nos ensinar, a mando do Pai, os detalhes da vida espiritual desenvolvida na carne e a influencia que podemos receber dos espíritos, quer sejam bons ou maus de acordo com seus posicionamentos dentro do conflito espiritual.



            Como filho de Deus, obediente à missão recebida do Pai, Jesus sofreu tentações diversas e sofrimentos perversos, mas conduziu com maestria suas lições e principalmente seu comportamento, mostrando o Caminho da Verdade por onde deveríamos seguir em busca da Vida eterna na sintonia com o Pai. Assim, construiu uma hierarquia, originada pelo Pai, passando pelo Filho e entregue a Pedro, como primeiro Papa e primeiro a ouvir o Espírito Santo cujas intuições divinas deve passar por gotejamento até alcançar o coração animalizado da criatura humana e promover com apelo à lógica do seu livre arbítrio, a conversão à família universal do Reino de Deus. Este trabalho, assim organizado pelo divino Mestre, sofre oposição, desde o tempo que o Cristo esteve materializado no corpo de Jesus, entre nós.



            Agora fica a pergunta: a quem devemos escutar? Ao Espírito Santo de Deus, que chega até nós pelo gotejamento hierárquico por quem tem mais responsabilidade na moralidade divina, ou pela voz escutada pelo “povo de Deus”, cheios de seus pecados, confessáveis e inconfessáveis, arrependidos ou não? Claro, esse “povo de Deus” inclui os próprios pastores, afinal, foi essa voz revolucionária, essa “fumaça de Satanás” que entrou na igreja e hoje consegue hipnotizar até o Papa.



            Essa voz divina ou revolucionária está no meio de nós, materializada por pessoas que estão usando do livre arbítrio para as reproduzir por todos os meios e este livro que estamos refletindo neste momento é uma prova disso. Cabe a cada um de nós, usando da lógica, coerência e bom sendo, direcionar o comportamento para o caminho que melhor satisfaça nossa necessidade de evolução, considerando a ajuda que devemos ter com todos nossos irmãos que estão perdidos nesse emaranhado de falsas narrativas que são colocadas ao nosso juízo.



Publicado por Sióstio de Lapa em 17/04/2024 às 00h01
 
16/04/2024 00h01
IMPLICAÇÕES DA SINODALIDADE

            Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”.



12 – Que implicações a sinodalidade terá na vida da Igreja?



            Essa escuta de toda a comunidade implica uma reformulação da autoridade na Igreja. De acordo com o Papa Francisco, é preciso inverter a estrutura piramidal da Igreja: “nesta Igreja, como numa pirâmide invertida, a vértice encontra-se abaixo da base”.



            Segundo o Cardeal Mario Grech, secretário do Sínodo, Francisco “forneceu um modelo vivo e estimulante da imagem da ‘pirâmide invertida’ da autoridade hierárquica (...)”. Como Amanda C. Osheim observa corretamente: “conceber a autoridade hierárquica como uma pirâmide invertida abate uma antiga concepção piramidal da Igreja, uma economia eclesial de gotejamento na qual o Espírito Santo era dado primeiro ao Papa e aos sacerdotes, depois ao clero e aos religiosos e, finalmente, aos fiéis (...). Essa pirâmide, na verdade, dividia a Igreja em Igreja docente (ecclesia docens) e Igreja discente (ecclesia discens). Ao inverter a pirâmide, a analogia de Francisco redefine a autoridade como dependente da aceitação, escuta e aprendizado de outros dentro da Igreja”.



            Essa reformulação da autoridade da Igreja, de índole democrática, permitiria “superar o flagelo do clericalismo”, porque supostamente “somos todos interdependentes uns dos outros e todos compartilhamos a mesma dignidade no meio do povo santo de Deus”.



            A matilha está se transfigurando em ovelhas, e esta argumentação denuncia seus objetivos. Claro, fica entendido que o lobo é predador da ovelha, depende dela... mas a ovelha? Depende do lobo para que? Reduzir o seu número? Então essa interdependência não está coerente. A não ser que fosse considerado como realidade todos pertencerem ao “povo santo de Deus”, onde os lobos estejam convertidos em ovelhas. Mas é isso que observamos? Onde o comportamento da própria Igreja está sendo redirecionado para respeitar a opinião de cada ser humano, que não precisa se procurar a conversão dos pagãos, dos egoístas, dos homens nascidos animais, feras, aos ensinamentos de Cristo, à família universal, à construção do Reino de Deus? Não, este “povo santo de Deus” que a sinodalidade quer respeitar com a mesma dignidade que cada um oferece nas suas ações, mesmo que não seja considerado a natureza dos seus frutos, quer sejam bons ou maus para a coletividade. Mas sim, deve ser respeitada, de forma democrática, a dignidade do “povo santo de Deus”, mesmo que estejamos vendo e sentindo a fragrância nefasta das suas más intenções enraizadas nos seus corações animalizados. Então essa pirâmide eclesial inspirada pelo Cristo, onde o Espírito Santo promove o gotejamento dos princípios morais, de forma hierárquica, compatíveis com a sintonia divina, deve ser invertida. A hierarquia maior deve ser exercida pela “matilha santa de Deus” mesma que esta ainda mantenha a pelugem das ovelhas, da obediência de quem respeita que sempre existe uma autoridade moral, que quanto maior mais está próxima de Deus.



Publicado por Sióstio de Lapa em 16/04/2024 às 00h01



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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr