Meu Diário
02/02/2013 06h22
AMOR E FÉ

            Um casal visitou um orfanato com a intenção de adotar um menino. Ao conversar com um garoto que lhes agradou, eles contaram detalhadamente como era a linda casa em que moravam, todos os brinquedos e coisas que podiam lhe dar, e os planos que tinham para ele. O menino ouviu tudo com atenção e respondeu: “Se é só isso que vocês vão me dar posso ficar aqui mesmo”. A mulher ficou bastante surpresa e perguntou: “Mas o que mais você quer?” – Que vocês me amem, que vocês me queiram como filhos; respondeu o menino.

            Isso era o mais importante! Os brinquedos e todas as outras coisas materiais não podem satisfazer o coração. Mesmo o supremo luxo não é capaz de preencher a alma. Nosso coração anseia por amor e segurança.

            A Bíblia dá um passo adiante e declara que Deus colocou a eternidade no coração dos homens (Eclesiastes 3:11). Isso significa que, além das coisas materiais, a paz definitiva que nosso coração deseja não está nem mesmo no amor e na segurança dos relacionamentos humanos. A necessidade mais profunda de nosso coração sedento e exausto só pode ser satisfeita pelo próprio Deus, que nos criou e colocou tais necessidades dentro dele.

            Essas observações mostram como é importante termos amor e fé, nos relacionamentos, e principalmente no próprio Deus. Na minha condição de amante incondicional posso provocar insegurança nos relacionamentos com pessoas que ainda estão dominadas pelo amor romântico, ficam com medo do abandono quando estou ao lado de outras pessoas. Mesmo que exista o amor dentro dos nossos relacionamentos, falta a fé na eternidade desse sentimento, e daí o medo do futuro. Não compreendem que o amante incondicional jamais abandonará ninguém, que todos serão tratados com justiça e solidariedade, que o potencial de cada um será desenvolvido com o objetivo de sua felicidade e em beneficio de todos. Que a beleza do relacionamento múltiplo que o amante incondicional proporciona está na confecção de um mosaico de relacionamentos afetivos, sem ciúmes ou competições, onde prevalece a mútua ajuda em prol de todos e da comunidade em geral, onde a aplicação da Lei máxima do Amor (Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo) é uma constante diária. Falta a fé no amante romântico neste mundo visionário em que vive o amante incondicional. Enquanto elas sofrem, cada uma por seu lado, sem nem ao menos terem condições de dialogarem sobre os seus medos e padecimentos, o amante incondicional continua o seu caminho com a sensação real de que ainda está sozinho.

            Falta a fé do amante romântico também em Deus, pois se Ele colocou cada uma na beira do caminho em condições de receber as sementes deste novo Reino, logo vem Satanás e as faz morrer antes de germinar, como ensina a parábola do Mestre Nazareno. Não conseguem nem entrar no caminho! Olham o semeador passar e tem medo de o seguir, as criticas e agressões do mundo velho ao seu redor as perturbam e as deixam paralisadas, com medo e com sofrimento. Sentem que é a passagem do amor, mas os velhos sentimentos do amor romântico de exclusão e favoritismo, as deixam algemadas ao velho mundo com seus paradigmas do egoísmo individual.

            Sinto que o amor permeia a tudo e a todos, mas falta a fé! Falta de fé no amante incondicional, falta de fé em Deus, que é quem o instrui!


Publicado por Sióstio de Lapa em 02/02/2013 às 06h22
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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr