Meu Diário
20/08/2013 08h30
A ILUSÃO DO ORGULHO

            O capítulo 15, verso 5, do Baghavad Gita esclarece um aspecto importante: Aqueles que estão livres do falso prestígio, da ilusão e da falsa associação, que compreendem o eterno,que se enfastiaram da luxúria material, que estão livres das dualidades manifestas sob a forma de felicidade e sofrimento, e que com toda a lucidez sabem como se render à Pessoa Suprema, alcançam este Reino eterno.

            É incrível como Deus está presente em todas as dimensões, localidades, tempo e espaço, culturas e geografias... O filho que reconhece o Pai sabe quando Ele lhe pega pela mão e ensina o que ele precisa saber.

            Entrei num conflito de natureza material e minha mente já estava querendo ficar envolvida quando recebi essa lição do Bhagavad Gita. Meu irmão aniversaria no próximo sábado e surgiram dois locais para comemorarmos com parentes e amigos. Acontece que a inclusão de todos parece difícil em qualquer um dos locais devido aos sentimentos de rejeição e exclusão que existem entre algumas pessoas que são caras para mim. Ficar de um lado é excluir o outro e vice versa. Parece que entrei no dilema do próprio Arjuna quando percebe que deve guerrear contra os parentes.

            Dessa forma Deus usa o Baghavad Gita para a minha instrução. Não devo ficar iludido pelo orgulho, não posso ficar envaidecido e me achar dono da natureza material, das vontades e desejos de cada um. Devo me livrar da ilusão do orgulho, do falso prestígio, de querer honras e de ser obedecido. Sei que vim para esse mundo para permanecer por pouco tempo e então ir embora, não posso ter a falsa impressão de que sou o senhor do mundo.

            Sei que esse conflito que existe em minha parentela, em pessoas que tanto amo, tem origem no orgulho. As pessoas consideram que o planeta pertença à sociedade humana, e não que seja uma escola para o nosso aprendizado do amor. Então, pensam em dividir tudo sob a falsa impressão que são proprietários de coisas e pessoas.

            Não posso entrar dentro desse conceito errôneo geral, e então Deus vem em meu socorro e coloca uma lição de forma indiscutível com esse verso do Baghavad Gita. Mostra que devo me livrar dessa ideia forjada nos laboratórios da família nuclear, das falsas alianças familiares, sociais e nacionais. Essas alianças podem me atar a este mundo material, tenho que ter esse cuidado. Devo desenvolver o conhecimento espiritual e procurar conhecer aquilo que é realmente meu e aquilo que não me pertence. O que é realmente meu é o amor que eu aprendo e os sentimentos que tenho a partir dele; o que não me pertence é tudo que está neste mundo material e ilusório e o sentimento das outras pessoas, que só a elas dizem respeito e que elas possuem o livre arbítrio para os direcionar para onde achem conveniente. Caso eu adquira essa verdadeira compreensão das coisas e das pessoas eu me livro das concepções duais ilusórias e repentinas, tais como felicidade e sofrimento, prazer e dor, pois ligadas à fugacidade da matéria ou dos corpos, jamais atingirei a plenitude que o Pai espera de mim.

Com esta lição do Pai, compreendi que não posso me envolver com esses conflitos domésticos patrocinados pelo orgulho e que devo me render à Sua vontade e não a desejos, conflitos e preconceitos materiais. Darei a minha opinião de como melhor desenvolver as ações para que a data do meu querido irmão seja bem aproveitada por todos, mas não estarei presente em qualquer solução que eu veja prevalecer o orgulho em detrimento da humildade. Não terei condições de tolerar a exclusão de qualquer pessoa, sob nenhum argumento fora da caridade.

Agradeço ao Pai, pois antes da dúvida se cristalizar na minha consciência, Ele me orientou, tal como fez com Arjuna, a melhor ação a realizar.  


Publicado por Sióstio de Lapa em 20/08/2013 às 08h30
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