Meu Diário
08/04/2014 00h01
A EXPRESSÃO DO AMOR

            A esperança da vinda de um Messias alimentada pelos judeus foi uma condição que influiu decididamente na história da humanidade. Seria uma pessoa de origem divina que viria para trazer a salvação do mundo, libertação de Israel. Viria trazer a justiça e corrigir as distorções egoístas presentes no mundo.

            Por essas características, nenhum dos grupos que estavam no poder, tanto na Palestina quanto em Roma ficaram satisfeitos ou tranqüilos. Os poderosos temporais ou espirituais não queriam perder as suas benesses, mesmo que elas não estivessem de acordo com a vontade do Criador. Assim, ameaçados pelas profecias dos verdadeiros profetas, quanto a vinda do Messias, os poderosos já o ameaçavam de morte no berço, antes que Ele pudesse se expressar e desse as lições de Amor para vencer as trevas.

            Outra característica que poucos percebem na vinda do Messias, foi quanto a sua preparação. O casal que o deveria obedecer deveria ser bem escolhido para gerar, educar e proteger o Messias enquanto ele estivesse indefeso na fase infantil. A partir do próprio casamento que foi realizado com base na vontade de Deus, na escolha desses pais para o rebento divino. Nesse casamento não prevaleceu o amor romântico que é associado ao corpo e que é o comum até hoje. Nesse casamento prevaleceu o Amor Incondicional que é ligado ao Espírito, à vontade de Deus, e que devemos praticar para formar o Reino de Deus; mesmo que exista o amor romântico, mas que ele sempre seja subordinado às diretrizes do Amor Incondicional.

            Jose se defrontou logo no início do seu noivado com Maria, mesmo o amor romântico não ter sido a tônica do seu envolvimento afetivo, e sim as conveniências religiosas da época, e mais do que isso, a vontade de Deus que estava operando dentro das circunstâncias. Maria apesar de surpresa não titubeou ao deixar se engravidar por obra do Espírito Santo, cumprindo a vontade de Deus. José vacilou, no choque preconceituoso da surpresa em saber que sua noiva estava grávida sem a sua participação. Pensou em abandoná-la, mas o seu coração bondoso não aceitava expor a vergonha de Maria (para os outros, pois para si Maria não nutria vergonha e sim orgulho por ter sido escolhida por Deus) e ao sacrifício dela morrer apedrejada. Finalmente o seu coração foi apaziguado durante o sono, quando o anjo responsável por esse esclarecimento apareceu em sonho e lhe deu as devidas explicações.

            Durante a cerimônia do casamento dos dois é observado um ambiente diferente. Quem já conhecia a história que estava se desenvolvendo, da gravidez antecipada e duvidosa de Maria, mostrava um certo ar de austeridade que contrastava com a alegria do presentes que não conheciam esses fatos. O próprio olhar de Maria a José e vice versa, não tinha um pingo de amor romântico. Era o Amor Incondicional que se impunha naquele momento, na consciência dos dois, para aceitarem a vontade do Senhor, mesmo não sabendo com detalhes quais os passos seguintes que eles teriam de seguir.  


Publicado por Sióstio de Lapa em 08/04/2014 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr