Meu Diário
22/05/2014 17h35
A VIDEIRA E OS RAMOS

            Com essa alegoria Jesus procura definir como deveria ser o comportamento do discípulo: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo aquele que não der fruto em mim, Ele o cortará. E podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar frutos, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lança-lo ao fogo, e será queimado.”

            Acredito que essa alegoria dita por Jesus e escrita por João no seu Evangelho tenha algum exagero vindo do próprio João. Todos sabem que somos espíritos imortais, destinados à purificação ao longo do tempo com o artifício das reencarnações. Então, a hipótese daqueles que não se comportarem como discípulos, de serem arrancados como ramos da videira e lançados ao fogo, implica na destruição do espírito do coitado pecador recalcitrante. Portanto, acredito que isso tenha sido mais um exagero que partiu da mente de João, do que um medo que Jesus quisesse incutir na mente de cada um que o ouvia.

            No mais a alegoria é perfeita. Jesus na condição de videira espalha a seiva de Sua palavra a qualquer pessoa que queira e possa lhe ouvir. Caso aceite a verdade dessas palavras passa a ser considerado um ramo da videira e começa a se nutrir da sua seiva. Assim a pessoa permanece em Jesus e Jesus permanece nele, unido pela palavra, pela seiva. O Pai que é o agricultor fica a observar os ramos da videira e os frutos que eles produzem e passa a podá-los com inteligência para que eles aumentem sua produtividade.

            Foi assim que eu passei a me considerar uma das suas plantinhas. Tive oportunidade de ouvir as lições de Jesus e consegui harmonizá-las com o que eu já conhecia, com as minhas inclinações, com a vontade do Pai implantada em minha consciência, e decidi ser um dos seus ramos. Reconheci o Pai como o agricultor da videira e que Ele é quem determina o que espera de cada criatura, de cada planta, de cada fruto que espera obter. Ele colocou na minha consciência uma missão a realizar, formar uma família ampliada com base no Amor Incondicional. Apresentou-me ao Seu filho mais evoluído, Jesus Cristo, e do qual me tornei discípulo, pois Ele veio ensinar justamente o Amor a todos.

            A seiva que absorvo do Criador serve para eu produzir os meus frutos, como fraternidade, compaixão, tolerância, humildade, verdade, coerência, justiça, perdão, trabalho, caridade, entre outros. Procuro amadurecer esses frutos, pois sei que eles são do agrado do Senhor.

            Com essa perspectiva eu considero a missão que o Pai colocou em minha consciência e me engajo entre os cristãos, pois não vejo incoerência com a lei do Amor que Jesus ensinou, apesar das leis humanas cheias de preconceitos, não entenderem o sentido do que tenho que fazer.

            Isso pode em algum instante parecer paradoxal, eu que defendo tanto o Amor Incondicional provoco em algumas pessoas tanta raiva e ressentimento. O que me consola é que vejo nas pessoas que agem assim, que elas não estão sintonizadas com a mesma forma de amor que eu sintonizo, e isso é que faz toda a diferença. Se eu fosse me harmonizar com elas no sentido de fazer o que elas querem, terminaria por deixar de fazer a vontade do Pai.


Publicado por Sióstio de Lapa em 22/05/2014 às 17h35


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr