Meu Diário
22/07/2014 15h05
ALCORÃO

            O Alcorão é o livro sagrado que contém o código religioso, moral e político dos muçulmanos. Muçulmano é todo individuo que adere ao Islão, uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Maomé, e que se submete a Deus. O texto original do Alcorão em árabe clássico é considerado pelos muçulmanos a palavra textual de Deus revelada ao Profeta Maomé por intermédio do arcanjo Gabriel.

            Maomé nasceu em Meca no ano de 570 dC e morreu em Medina no ano de 632, aos 62 anos. Para os muçulmanos ele é o mais recente e último profeta de Deus. Foi precedido por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac , Ismael e Abraão.

            Foi no ano de 610, enquanto dormia ou em estado de transe, Maomé com 40 anos, viu o anjo Gabriel na sua frente. Foi citado o primeiro verso do Alcorão. É considerado uma blasfêmia atribuir esse livro a outro que não seja Deus.

            Deus havia revelado Sua vontade aos judeus e aos cristãos pela voz dos seus mensageiros. Mas eles desobedeceram as ordens de Deus e dividiram-se em seitas. O Alcorão acusa os judeus de terem corrompido as Escrituras, e os cristãos, de adorarem Jesus como o filho de Deus, quando Deus nunca teve filho e quer ser adorado com absoluta exclusividade. Dessa forma desencaminhados, judeus e cristãos devem ser chamados de novo para a senda da retidão, da religião verídica fundada por Abraão e que Maomé, o último dos Profetas, veio pregar.

            O que posso observar estudando todas as informações com relação ao divino, é que Deus vem se desenvolvendo no psiquismo humano de forma organizada desde a época de Abraão, por volta de 2.000 aC. Vejo que Cristo é o fiel dessa balança temporal Estamos agora há 2.000 dC, tempo suficiente para se fazer uma reflexão ampla de todas essas instruções intuitivas ou perceptivas do divino e suas diversas orientações e interpretações. A lógica aponta que Maomé não pode ser o último profeta, muita transformação ainda é necessária para a sociedade atingir o nível de justiça e harmonia que caracterizará o Reino de Deus, como Jesus ensinou.

            A participação de Maomé nesse processo evolutivo foi importante para o povo de sua região, na união das diversas tribos e da disciplina que deveria ser mantida, até mesmo com o critério da guerra santa, onde o adversário pode ser destruído, como se entende até hoje com os movimentos de terrorismo pelo mundo afora. Apesar de isso ser positivo para os interesses da comunidade islâmica, vem na contramão do que Jesus ensinou e que não pode ser incorporado aos critérios do Reino de Deus.  

            Vejo que o movimento espiritual que prima pela evolução em direção à essência de Deus, que é o Amor Incondicional, teve um salto de qualidade em 1857 com a publicação do Livro dos Espíritos, uma codificação dos ensinamentos dos próprios espíritos, feita por Allan Kardec. Este foi o momento onde o mundo espiritual mais se aproximou do pensamento humano, colocando dentro dele os ensinamentos da verdade como o Cristo ensinou e que poderiam agora ser estudados e confirmados pela ciência, muitos desses fenômenos observados.

            Agora o homem tem a clareza do Evangelho como um roteiro seguro para a caminhada espiritual, para a evolução a partir da reforma íntima, e não da reforma do outro através da censura e punição. Estamos no ponto de assumir essa verdade e de ter a coragem de aplicá-la na prática, nos afastando cada vez mais da condição animal e nos aproximando da condição angelical.

            Para isso não é preciso um profeta indicado por Deus, cada um pode assumir a responsabilidade quando sentir o Paráclito dentro da sua consciência a apontar os caminhos corretos, ao sugerir condutas adequadas. Não é preciso uma religião precisa, única, exclusiva, para que isso aconteça. Em qualquer templo religioso ou mesmo no contato simples da Natureza, o homem pode fazer esse contato com Deus e nas suas ações diárias construir o Seu Reino, conforme Sua vontade.


Publicado por Sióstio de Lapa em 22/07/2014 às 15h05


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr