Meu Diário
24/09/2014 05h00
AH, SE EU FOSSE MULHER!

            Aproveito hoje o desejo que expressei ontem, de ter a oportunidade enquanto mulher de apresentar como seria um comportamento como companheira do homem dentro das perspectivas exigidas pela lei do Amor na construção do Reino de Deus.

            Se eu fosse mulher iria ser a companheira do homem que fizesse vibrar com intensidade as fibras do meu coração, que eu sentisse o fogo intenso da paixão e depois a serenidade da luz plena e eterna do amor. Iríamos conviver enquanto quiséssemos.

            Se eu fosse mulher iria amar ao meu companheiro assim como eu amo a mim mesmo, e quando ele se envolvesse afetivamente com outras mulheres, pois assim pediu o seu coração em comum sintonia com a outra pessoa, eu iria sentir felicidade com a felicidade que o meu companheiro iria expressar, pois assim eu desejaria que acontecesse comigo. Também iria considerar a outra pessoa que fez disparar com afeto o coração do meu companheiro, como uma irmã muito mais próxima de mim do que minhas irmãs biológicas. Iria ensiná-las a resistir as pressões preconceituosas do meio externo e a entender as pressões instintivas do meio interno, das pulsões biológicas de natureza egoísta.

            Se eu fosse mulher iria receber o meu amado companheiro sempre com um riso no rosto e o amor expresso no olhar, mesmo sabendo que ele estava vindo dos braços de outra pessoa, homem ou mulher, que Deus permitiu que agissem como amantes, que tivessem os prazeres biológicos que os corpos de ambos pudessem patrocinar. Se por acaso o cansaço físico ou descargas fisiológicas impedissem que ele proporcionasse o mesmo prazer para mim, iria entender o seu grau de desgaste e o acolher dentro do meu regaço sem nenhum tipo de cobrança.

            Se eu fosse mulher iria amar os filhos do meu companheiro com outras mulheres, quer fossem voluntária ou involuntariamente gerados, com o mesmo carinho que amaria os meus próprios filhos. Com quantas mulheres ele se envolvesse, com quantas eu teria esse mesmo carinho que tenho por ele, pois entenderia que assim pediria o seu coração. Eu seria a ponte de união dele com todas. Eu seria de todas a irmã mais fraterna, a conselheira, a acolhedora, a compreensiva e até a tolerante para aquela que por ignorância quisesse me atingir ou desequilibrar.

            Se eu fosse mulher eu saberia tolerar as ausências do meu amado companheiro, por quantos dias fossem necessários para ele, mesmo que estivesse envolvido nos braços afetuosos de outras mulheres (ou homens se assim fosse sua preferência). Saberia que esse envolvimento obedecia a lei do Amor Incondicional, que mesmo sendo tocado em algum momento pela força do amor romântico, carregado de egoísmo, jamais irá deixar de ser a prioridade dentro do campo afetivo; saberia que até mesmo o apelo sexual estaria subordinado ao Amor Incondicional, que só poderia ser realizado se fosse conveniente e construtivo para ambos os envolvidos e atendesse a lei do Amor; saberia que terceiros, como eu, não teria o direito de impedir tão divino relacionamento, pelo contrário, deveria ser a guardiã para que esse relacionamento se desenvolvesse dentro da mais perfeita harmonia no seio da comunidade.   

            Se eu fosse mulher e tivesse a necessidade fisiológica e emocional de afetos que o meu companheiro por qualquer motivo não pudesse me oferecer, saberia me envolver com outros homens que tivessem as características também de obedecer ao Amor Incondicional. Saberia aprofundar esse relacionamento até onde fosse necessário e conveniente, inclusive com a intimidade sexual, inclusive com a possibilidade de também gerar filhos, sem qualquer culpa ou mentira, pois saberia que o meu companheiro tudo aprovaria.

            Ah, se eu fosse mulher! Acredito que construiria com muito maior eficácia que o meu companheiro, homem, essa família universal que será necessária para a formação do Reino de Deus que o Cristo nos ensinou como fazer e que já está próximo.


Publicado por Sióstio de Lapa em 24/09/2014 às 05h00


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr