Meu Diário
28/04/2015 00h01
AÇÃO DE MÚTUA AJUDA

            Vou desenvolver agora a forma de abordar as pessoas que praticam o mal dentro da comunidade, de uma forma que não represente uma agressão ou humilhação para eles, conforme a intuição que tive a partir de ontem.

            Devo desenvolver uma reunião na base da mútua ajuda como é feito geralmente com os dependentes químicos, principalmente os alcoólicos que desenvolveram o AA (Alcoólicos Anônimos).

            Devo aproveitar uma oportunidade, um momento que eu possa reunir com eles, as pessoas envolvidas com drogas, assaltos, com crimes os mais diversos e de forma solidária conversar sobre os vícios e defeitos que possuímos desde o nascimento ou que desenvolvemos durante a nossa educação, quer seja nas escolas ou nas ruas. Mostrarei que todos a partir de mim somos possuidores desses vícios e defeitos e que é importante que nós possamos reconhecê-los como coisas ruins nas nossas vidas, que atrapalham o nosso crescimento e muitas vezes destroem as nossas vidas.

            O primeiro a dar exemplos serei eu que mesmo não possuindo vícios ou defeitos que estejam à margem da lei, eu também preciso corrigir muitas coisas de ruim que existe ainda em meu coração e que atrapalha o meu desenvolvimento.

            Posso falar nesse momento das lições que Jesus trouxe para nós há 2000 anos e que até hoje não conseguimos colocar devidamente em prática. Jesus ensinou que o Reino de Deus estava próximo e o primeiro passo para isso acontecer seria limpar as impurezas do nosso coração e fazer a Reforma Íntima, sendo a cada dia melhor do que fomos ontem e procurando ser amanhã melhor do que fomos hoje.

            Falarei dos meus principais vícios e defeitos, a preguiça e a gula, e ultimamente o jogo de cartas de baralho. Essas coisas prejudicam o meu organismo, a minha missão frente ao compromisso que tenho com Deus e perco tempo precioso que deveria estar aplicando em coisas positivas.

            Depois de falar com bastante clareza dessas minhas dificuldades e do esforço que faço para vencê-las sem conseguir um resultado satisfatório, instigarei a participação de cada um dos presentes para colocar também os defeitos que cada um identifica no seu modo de agir, de como já considera como negativo as coisas ruins que está fazendo, e do esforço que fez ou está fazendo para corrigir essas deficiências.

            Nesse primeiro encontro entenderei que tudo se passará de forma superficial, nem todos falarão do mal que identificam em seus corações e aqueles que conseguem fazer isso ainda não chegam à profundidade de tudo que acontece no seu íntimo e o que acontece e consegue relatar ainda é minimizado pela consciência.

            Entenderei o medo que eles ainda possam ter de que essas informações possam ser usadas contra si e por isso a maioria fica numa atitude de expectativa frente o que vai acontecer.

            O maior esforço que deverei fazer nessa oportunidade é no sentido deles identificarem o lado positivo que essa conversa deve ter dentro do projeto de suas vidas e que se sintam motivados para novos encontros. A problemática pode ser aprofundada a cada reunião e projetos coletivos de recuperação possam ser apresentados e consequentemente apoiados e tentados a sua viabilidade junto aos poderes públicos e principalmente dentro dos esforços da comunidade, da Associação.

            Devo agora esperar para o momento oportuno onde esse primeiro encontro possa ser realizado com essas características indispensáveis: humildade, tolerância, compreensão, fraternidade, justiça, e principalmente Amor, que deve sempre estar cobrindo todas as ações que possamos realizar.


Publicado por Sióstio de Lapa em 28/04/2015 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr