Meu Diário
14/05/2015 00h01
ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

            Ontem, 13 de maio, é a data que se comemora a abolição da escravatura no Brasil, através da Lei Áurea (Lei Imperial nº 3353), que definiu a liberdade total e definitiva aos negros.

            A minha tez é considerada morena, mas com tonalidade mais para o negro que para o branco. Isso implica dizer que eu sou mestiço, mas que prevalece o negro em meu sangue. Portanto, devo ter motivo de alegria e também festejar os efeitos dessa Lei, que com certeza libertou os meus antepassados, facilitou a minha vida e dos meus descendentes.

            Com certeza, este foi um momento de grandeza na historia do Brasil, da África, na história da humanidade, onde todos estamos conectados. Estamos assim, livres das correntes, das algemas, dos pelourinhos, dos paus-de-arara, da forma de escravidão mais brutal e explícita. Mas continua a existir escravidão, não tão localizada como no Brasil e África, nem tão explícita com os instrumentos de tortura. Essa escravidão que refiro é mais sutil e está presente em todo o planeta, onde existir um ser vivo que pertença à humanidade. É a escravidão exercida pelo egoísmo do corpo sobre o espírito ignorante de sua origem e destinação divina. Em função disso aquele que demonstra mais inteligência ou poder, financeiro ou político, conquistado ou herdado, passa a humilhar e explorar os seus semelhantes para se manter no poder e usufruir do suor alheio com o apoio da leis que eles promulgam. Assim são formadas legiões de miseráveis escravizados pela perversa ignorância dos poderosos. Quando olhamos à distancia essa cena, observamos com clareza o poderio de países ricos sobre os pobres, de comunidades ostensivas, sobre os favelados ou despossuídos. Podemos até fazer essa crítica contundente a essa situação que existe desde que o homem se relaciona em sociedade, seja culta ou ignora. Mas se olharmos para dentro de nós, se refletirmos sobre os nossos pensamentos, sentimentos e ações, verificaremos que os mesmos defeitos que estão sustentando a escravidão dentro da humanidade também existem dentro de nós. Vai ser impossível a criação de uma lei que corrija essa escravidão, se nós não aceitamos a realidade desse fato e lutar pela liberdade do nosso espírito frente ao domínio do ego.

            Ao fazer essa reflexão constatei que o Pai mais uma vez preparou o terreno para me dar uma forte lição. No dia 11-05-15 eu havia postado um texto neste diário com o título “Fracos, escravizados e viciados”, onde eu me incluía dentro desses adultos com esse perfil que Jesus chamava de crianças intelectuais. Hoje faço essa reflexão sobre a escravidão da escravatura no Brasil e pressinto aonde o Pai quer chegar. Ele quer que eu entenda que da mesma forma que fui libertado das algemas físicas por uma lei humana, eu devo me libertar das algemas psicológicas do egoísmo intrínseco ao meu corpo por uma Lei divina que eu já tenho conhecimento, a Lei do Amor Incondicional.

             Tenho oportunidade de hoje, dia 13-05, como aconteceu no passado, eu adquirir a minha liberdade das exigências que o corpo faz e que oprime o meu espírito. As duas principais algemas que me prendem às exigências do corpo, a gula e a preguiça, posso a partir de hoje quebrá-las, é isso que o Pai espera que eu consiga fazer. Devo fazer um agendamento meticuloso onde possa colocar meus compromissos espirituais e o repouso necessário à vitalidade do corpo.


Publicado por Sióstio de Lapa em 14/05/2015 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr