Meu Diário
28/08/2015 07h12
O CAMINHAR DO CAMINHANTE

            Quando chegamos à luz, por obra material dos nossos pais, principalmente da mãe, começamos a nossa caminhada nesta terra, recebendo os 86.400 segundos a cada dia para usá-los da melhor forma possível. No início da vida não temos responsabilidade com esse tempo que nos é ofertado, essa é uma tarefa principal dos nossos pais ou parentes mais próximos, na falta deles. Com o processo educativo associado as nossas tendências inatas e adquiridas ao longo das mais diversas vivências, construímos com o livre arbítrio os paradigmas nos quais devemos fazer nossa caminhada. A partir daí é só observar o caminhar do caminhante, se ele segue mesmo os paradigmas que construiu ou se ainda está confuso para qual direção seguir.

            Eu estou bem seguro do meu caminho. O meu caminhar é feito com mais consistência, claro que não é uma rota definitiva, pois sei que não sou o dono da verdade, e muita informação pode surgir à minha frente e que talvez eu deva corrigir algum aspecto do meu caminho, se eu quero me manter sempre em direção à essa Verdade.

            Nesse trajeto que vou pelo caminho, sempre surgem pessoas que podem ou não caminhar comigo, com a proposta de um curto trecho ou durante toda a caminhada desta minha atual vivência na Terra. É importante que cada parceiro que se aproxime conheça o projeto de caminhada de cada um para que seja sabido por todos as metas de cada um. Vamos observar que existem caminhos incompatíveis à primeira vista, e outros aparentemente compatíveis. Existem também aqueles casos em que um parceiro deseja caminhar com o outro, mas o seu destino é diferente. Esse parceiro pode até se esforçar para caminhar na caminhada desse caminhante, mas se não conseguir absorver o destino dele como o seu, fatalmente existirá conflitos e sofrimentos pelo caminho.

            Tenho observado isso com frequência no meu caminhar. Diversas parceiras, mulheres principalmente, chegam perto de mim, e apesar de conhecer o meu caminho, notar que é diferente do delas, mesmo assim procuram caminhar junto comigo. Vejo constantemente o desgosto que elas sentem quando percebem que faço algo que não pertence ao caminho delas. O conflito se torna inevitável, o sofrimento também, em consequência. Esse sofrimento chega até próximo de mim, pois como ficar impassível ao sofrimento do próximo? E sabendo que esse sofrimento é originado do meu comportamento? Quando esse processo está bem próximo de mim, eu me afasto para não sofrer as consequências; também posso sofrer expulsão da vida dessa pessoa, as vezes de forma agressiva, violenta.

Existe certa incoerência quando eu digo que fui expulso da vida de certa pessoa, pois na verdade eu não entro na vida de ninguém, aceitando o que elas têm de diferente de mim, não prometo ajustar meu comportamento ao delas. É o contrário o que acontece. Elas sabem qual é o meu caminho, sabem que eu não desejo nem tenho vontade de mudar minha rota, que defendo seja traçada por Deus para que eu a cumpra e que racionalmente eu aceito sem restrições, e sabendo todo os conflitos de relacionamentos que podem surgir, e que posso viver o resto da minha vida sozinho, por não encontrar ninguém que tenha o mesmo caminho ou que não tenha condições de ajustar o caminho deles ao meu. Então, não é que eu seja expulso da vida delas, elas é que saem de um caminho que já conheciam. E porque tanta agressividade, tanta raiva contra mim ou contra pessoas que de mim se aproximam? Não sabem que meu caminho é esse? Bastaria dizer de forma honesta e coerente, que não estavam mais suportando o sofrimento que essa caminhada ao meu lado estava fazendo, que não tinham condições de corrigir os paradigmas delas em função dos meus... não seria mais simples, mais harmônico, mais fraterno? Para que brigas se ninguém estava tentando enganar ninguém?

Por tudo isso fico a refletir... será que não estou sendo suficientemente claro quando explico qual o caminho que o Pai determinou para mim e que eu aceitei seguir sem restrições? Será que as pessoas mesmo entendendo ainda guardam esperanças de que seus encantos sejam maiores do que os encantos de Deus para mim e assim façam eu desviar de minha rota?

Não sei... o que eu sei é que sei para onde seguir, que posso até mudar de rota, mas na dependência do que Deus me informe enquanto verdade, e não por questões estranhas à minha natureza espiritual, mesmo que venha com todos os encantos da matéria, da biologia, da fisiologia, e das forças dos instintos. Sempre prevalecerá em mim a força do Amor Incondicional que é a própria essência de Deus.


Publicado por Sióstio de Lapa em 28/08/2015 às 07h12


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr