Meu Diário
28/09/2015 23h59
AMOR COMO FOCO DE TCC

            Fui procurado por uma aluna do curso de “Medicina, Saúde e Espiritualidade” ao qual coordeno, para que eu fosse seu orientador no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que ela precisa apresentar. Não tinha nenhuma ideia de como começar um trabalho com esse foco, e eu também não tinha. Mas como era algo ligado à espiritualidade e à saúde, pensei logo no Amor. Disse a ela que poderíamos fazer um trabalho com essa relação e ela aceitou prontamente, mas ambos não colocamos nada de objetivo. Ela ficou de ler sobre o assunto e voltar a entrar em contato comigo.

            Depois de duas semanas ela me procurou dizendo da dificuldade de elaborar o plano de trabalho, pois tudo que se referia ao amor se tornava muito abstrato e difícil de objetivar no relacionamento com a saúde. Mas disse das dificuldades afetivas de pessoas que se envolviam no Hospital Giselda Trigueiro onde ela estava estagiando e se não era possível fazermos um trabalho com essas pessoas.

            Achei muito interessante a ideia, pois podia fazer uma correlação entre o amor romântico e o amor incondicional na geração de conflitos ou na geração de harmonia. Podíamos investigar grupos especiais como estudantes, profissionais ou pacientes já comprometidos com os transtornos, tipo depressão, causado por esses conflitos. Então preparei um texto que servirá de bússola para ela aprofundar suas leituras e concatenar algum tipo de investigação.

            Refletindo sobre o trabalho que queremos realizar sobre o amor e sua influência na saúde, venho fazer as seguintes considerações.

  1. É importante que consigamos fazer a distinção logo de início do que seja amor romântico, gerador da família nuclear, e do amor incondicional capaz de gerar a família universal.
  2. Verificar quais dos dois tipos de amor é o mais provável causador de transtornos mentais, e se algum deles tem poder curativo para a alma e seus conflitos.
  3. Construir ou encontrar um modelo de questionário capaz de ver se o entrevistado consegue distinguir as duas formas de amor e se pratica uma das duas.
  4. Procurar entrevistar as pessoas com conflitos ou transtornos mentais e procurar verificar se isso aconteceu por causa do amor, e qual o tipo de amor.
  5. Se o amor romântico foi o responsável, qual a possibilidade dele ser transformado em amor incondicional.
  6. Verificar se o aspecto religioso está presente e se ele é quem determina a forma do entrevistado praticar a sua forma de amar.
  7. Aplicar questionários já conhecidos sobre depressão, ansiedade e qualidade de vida nos entrevistados.

Com essas orientações iniciais poderemos iniciar nosso trabalho e ampliar para a comunidade, tanto em termos conceituais como nos serviços que já estão sendo praticados pelas pessoas que se sentem prejudicadas. Podemos pesquisar os grupos de mútua ajuda como DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos), relacionar amor com qualidade de vida, e diferenciar com clareza amor romântico de amor incondicional.

Cito como leitura inicial os livros: “Metafísica do Amor”, de Arthur Schopenhauer; “Os sentidos da Paixão”, diversos autores, da Editora Companhia das Letras; “Amaridianos – Caminhos energéticos do Amor”, de Darian Zur Strassen; e “Alquimia do Amor – Depressão, cura e espiritualidade”, de Audenauer Novaes.


Publicado por Sióstio de Lapa em 28/09/2015 às 23h59


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr