Meu Diário
30/01/2016 05h32
TERAPIA FAMILIAR AMPLIADA (12)

            Esse termo “Terapia” aplicado dentro da família ampliada como tento construir, parece que não é bem colocado. As ações que pratico às vezes não são reconhecidas como corretas e terminam por gerar raivas e ressentimentos; medos e isolamentos... Quando isso acontece, quando sinto o efeito da raiva sobre mim, o meu potencial como Terapeuta se perde, pois as emoções me dominam e termino por me afastar do lado revoltado e ressentido, contribuindo para o medo e isolamento. Não faço o papel do terapeuta e me coloco como mais um doente, aquele que se deixou contaminar pelas emoções negativas.

            Apesar de tudo isso a minha consciência diz que estou no caminho correto, que eu já defini e expliquei a quem de direito a forma de pensar e de agir que devo fazer para cumprir a vontade do Pai. Se alguém se ressente em algum momento por minha distância, já deveria saber que isso poderia acontecer, e nenhum motivo pode me desviar desse caminho, pois então minha consciência iria me acusar de não está fazendo a vontade de Deus, de estar fazendo a vontade de alguém que sente carência de minha presença.  Como eu poderia estar ao lado dessa pessoa sentindo que eu estaria forçado pelos desejos dela, que não estaria fazendo aquilo que Deus espera de mim?

            Por tudo isso é que moro sozinho, pois a cobrança de quem mora comigo as vezes é muito perversa e dolorosa, sempre gerando atritos e deteriorando a harmonia que deve ser o pano de fundo do meu espírito. Por isso o meu espírito tenta se afastar dessas situações desarmônicas, prefiro ficar à distância, as vezes de pessoas que já fui perdidamente apaixonado e que não deixei de amar, mas por ter me expulsado de casa e não querer aproximação, eu respeito e fico à distância o tempo necessário para a harmonia voltar a se instalar. O que eu sinto muito é que nesse movimento de emoções negativas, os filhos sejam envolvidos e sofram por perceber as suas mães sofrendo por minha causa. Mas não posso fazer diferente. Devo seguir o que manda a consciência, pois é lá que está a lei de Deus, e se eu não a seguir estarei desobedecendo ao Pai. Espero que o tempo, meu grande aliado, pois está ao lado de Deus e da Verdade, traga a compreensão do que fiz e do que faço, mesmo que seja bem tarde, refletindo sobre o meu túmulo.

            Vou continuar a usar o termo “Terapia”, mas reconhecendo que eu também estou no meio dos que precisam de cura, para não deixar o meu espírito se envolver com as emoções negativas de terceiros, por mais próxima de mim que seja essa pessoa. Vou deixar o cargo de Terapeuta para Jesus e os espíritos superiores que estão mais próximos dEle. A mim cabe seguir a minha consciência, atentando sempre para não deixar minhas motivações serem contaminadas pelos meus instintos de desejos pelos prazeres corporais. Devo pedir sempre a Deus para me fortalecer na inteligência e sabedoria para eu não me afastar dos seus caminhos.


Publicado por Sióstio de Lapa em 30/01/2016 às 05h32


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr