Meu Diário
23/11/2016 18h35
FINAL DE CURSO

            Eram duas estudantes de psicologia que iriam apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o título “Os desafios dos transtornos mentais na população usuária de substâncias psicoativas”. Interessante os primeiros momentos, da excitação pré-apresentação. A ansiedade comandava os movimentos e falas das duas, que no início, paradas, sentadas num banquinho da área de estar, parece que absorviam tudo que se passava ao redor como estímulos assustadores. Finalmente chegou o horário, a sala foi aberta, e as duas puderam entrar junto com a multidão de convidados, que para muitos 3 pessoas nunca chegaria a ser multidão, mas para elas...

            Mas a orientadora atrasou e elas puderam colocar o material no computador e projetar o título na tela branca. Agora a excitação ficou maior e ainda acelerada pela possibilidade de tirar fotos. Foi uma oportunidade da ansiedade ser exibida pela diversas poses, sérias e irônicas. Contribui com essa dispersão de ansiedade no papel de fotógrafo.

            Mas, se alguma ansiedade foi dissipada pela sessão de fotos, logo foi compensada pela entrada na sala de curiosos não esperados. Enquanto a orientadora não chegava, a sala se enchia de gente. Fiquei a imaginar... não seria essa uma estratégia de “alguém” para colocar as apresentadoras no nível máximo de ansiedade? Como um carro que vai subir uma ladeira e temos que colocar a marcha na primeira, pois é a única que tem força para conduzir o carro à altura? Não será essa forte ansiedade o motor que irá imprimir no coração e mente das apresentadoras o vigor para conduzir na vida prática o exercício da sua profissão?  

            Enfim, todos chegaram, a apresentação dos trabalhos teve início. Muito conteúdo para pouco tempo, mas as duas mostraram uma boa articulação e provaram com os argumentos e respostas as perguntas que tinham estudado o assunto e que formaram opinião sobre o tema. Se o tempo fosse mais elástico, se os assistentes pudessem dar suas contribuições e arguições, teria sido uma apoteose. Infelizmente haviam outras apresentações na mesma sala, e nem mesmo o tempo de congraçamento entre todos era suficiente.

            Finalmente saiu a nota, reflexo do trabalho desempenhado até aquele momento: 9,5. Não foi 10,0 pois sei que todos os professores tem resistência em dar a nota máxima, mesmo quando não encontram nenhum defeito, pois subentendem que a falha é deles, pois o aluno que está apresentando um trabalho pela primeira vez, sempre deixa um rastro de imperfeição. Não importa, se eles acharam esse rastro de imperfeição ou se tiraram esse meio ponto como forma de se resguardarem. O resultado global foi ótimo.

            Para terminar o evento em alto astral fomos almoçar em restaurante de primeira grandeza, com direito a mais fotos por onde íamos passando. Enfim, a primeira parte do dia de hoje fica marcado de forma significante para a duas apresentadoras, e eu, escrevinhador deste momento inesquecível, fico feliz por participar de tamanha alegria, principalmente por uma das apresentadoras ser a minha filha e a outra insistir com rara alegria e simpatia de me chamar de pai.

            Que assim seja, pois é assim que o nosso Pai deseja que procedamos, na construção da grande família universal que Ele espera que um dia sejamos capazes de construir.


Publicado por Sióstio de Lapa em 23/11/2016 às 18h35


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr