Meu Diário
09/12/2016 18h59
AUTODESCOBRIMENTO (34) – LAMENTAÇÃO

            A lamentação é um vício perturbador, presente em personalidades conflitáveis, que sempre estão em discórdia com o ambiente e seus atores, ou personalidades inseguras. O combate a esse vício deve ser feito com a lucidez da razão, fazendo enfrentamento dos argumentos sem justificativas. Lembrar da sabedoria popular: “quem vive colecionando lamentações, caminhará sob uma chuva de lágrimas”.

            São observadas dentro das lamentações as fugas espetaculares, como uso de drogas proibidas, abuso de bebidas alcoólicas, tabagismo, jogos de azar, etc. As queixas e lamentações são formas de exteriorizar a amargura e ressentimentos gerados dentro do psiquismo.

            A autocompaixão surge como um apoio negativo ao lamentar constante, na forma de preguiça física ou mental. Como consequência, se instala o quadro de Vitimologia onde a pessoa se sente vítima da família, do grupo social ao qual pertence, as leis que foram feitas para lhe prejudicar, e aos governos de qualquer ideologia partidária.

            Devemos lembrar André Luiz através de Chico Xavier: “A sua irritação não solucionará problema algum... As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas... Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar... O seu mau humor não modifica a vida... A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus... Sua tristeza não iluminará os caminhos... O seu desânimo não edificará a ninguém... As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade... As suas reclamações. Ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você... Não estrague o seu dia... Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o infinito bem.”

            Deve ser feito um esforço constante de baixo para cima, para a conquista de patamares da vida mais alto. Os desafios serão constantes, mas a meta deverá sempre está definida para triunfar sobre os próprios limites.

            No início da escalada pode se ficar muito tempo na ociosidade, com o pensamento voltado para o “eu não vou fazer” ou “eu não consigo fazer. Mas logo que a vontade entra em ação e a pessoa decide “eu quero fazer” vem em seguida o interesse em saber “como eu faço?”. Então se dá mais um passo acima, “eu vou tentar fazer” e comprovar que sim, “eu consigo fazer”. Daí em diante os campos estão mais abertos e a pessoa pode dizer “eu vou fazer” em ampliação dos vários limites da sua vida, e sempre chegar á feliz conclusão: “sim, eu fiz”.

            A lamentação pode ser avaliada como uma canga considerável, semelhante àquela que se coloca no pescoço dos bois para eles puxarem uma carroça carregada. No caso humano, a canga da lamentação joga um peso psicológico, desequilibrante e sombrio na mente da pessoa. A imaginação de que todos conspiram contra si, leva a pessoa a se tornar um foco de pestilência, de fácil contágio para quem estiver por perto.

            O esforço para se tornar otimista serve como antídoto contra os efeitos da lamentação. Privilegiar as preocupações positivas no imaginativo dos pensamentos, como fazer, por exemplo, para obter um melhor trabalho, passar em um concurso, organizar uma festa para um amigo ou parente, etc. Sempre privilegiar as ações que favoreçam o progresso de si ou dos outros, que levem ao auto crescimento e bem estar existencial.

            A saúde mental de cada pessoa depende do esforço pessoal que ela esteja decidida fazer, do desejo do equilíbrio, da disposição para o auto encontro, daquilo mais vergonhosos ou doloroso que irá encontrar na própria estrutura do ser, até atingir a conquista de si mesmo. Trilhando por esse caminho a pessoa se sentirá sintonizada com a energia, desenvolvimento pessoal, bem-estar, estilo de vida saudável, saúde, produtividade, equilíbrio e felicidade.

            O convite ao progresso que chega ao psiquismo de quem já está sensibilizado para essa ocorrência, vai desenvolver uma consciência objetiva, cósmica e cada vez mais harmonizada com as leis da vida.

            Se a pessoa consegue seguir a sua trilha respeitando as leis da vida, que são geridas pela Lei do Amor, irá conseguindo paulatinamente a libertação dos potenciais adormecidos, ascender moralmente e cada vez mais adquirir conhecimentos para uma ampla intelectualização. Podemos listar algumas ações indicativas de que podemos estar seguindo as leis da vida: 1. Constante e continuada evolução e despertar da consciência; 2. Constante trabalho e estudo; 3. Crescente conhecimento das leis de Deus; 4. Conquista gradativa de liberdade; conquista continuada de poder; 5. Ampliação contínua da liberdade; 6. Aumento constante da submissão à Deus; e 7. Crescente participação na comunidade interplanetária.

            Em resumo, a lamentação é um obstáculo voluntário que podemos nos livrar dela quando decidirmos, é um retardo à marcha do progresso que poderíamos ter, e abre espaço para perturbações mentais que se espalham ao nosso redor, nos relacionamentos e também na nossa estrutura fisiológica, com os diversos tipos de doenças. A lamentação é a fixação no ponto infeliz de um determinado problema. Se se prende a este ponto, não verificando outros pontos positivos e outras possibilidades de êxito, a mente se fecha na negatividade, e por consequência, passará a atrair tudo o que for negativo também.


Publicado por Sióstio de Lapa em 09/12/2016 às 18h59


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr