Meu Diário
16/12/2016 00h59
AUTODESCOBRIMENTO (36) - AMARGURA

            A origem da amargura pode estar relacionada tanto com as existências passadas, tanto quanto com a atual existência. No primeiro caso, não existe um entendimento de relação dos sentimentos de melancolia, saudade e tristeza, que a pessoa sente, com alguma coisa acontecida na vida atual, mesmo que tudo seja investigado, com procedimentos psicológicos como a hipnose, até a vida uterina. Fica indicada nestes casos a Terapia de Vivências Passadas, independente da religião da pessoa. Quando o caso se refere à existência atual, então pode ser identificado na história motivos como: traumas da infância, dominação dos pais, castração pelo medo, e submissão imposta.

            Por isso, devemos lembrar que, às vezes não é a dor que nos faz sofrer, e sim, pensamentos negativos alimentados por motivos inconscientes ou subconscientes que fazem as coisas parecerem piores que realmente são.

            A conduta que devemos ter quando tivermos nos sentindo dentro da amargura, é a racionalização. Pensar na realidade do que está acontecendo e não se deixar ficar envolvido pelo atavismo, por traumas ou preconceitos, gerando uma só forma de pensar. Isso, por si só, é capaz de promover a diluição do mal-estar trazido pela amargura. Assim podemos recuperar a beleza da vida, termos alegria de ser e de viver, praticar relações sociais mais amplas e fortalecer os valores que existem dentro de nós. Tudo isso acontecendo estaremos promovendo a evolução, que é um caminho que todos devemos percorrer, por mais atrasados que estejamos nessa caminhada.

            Vamos lembrar que existem três barreiras fortes dentro dos nossos relacionamentos que atrapalham o caminho evolutivo de cada um. A primeira barreira está composta por um trio: ódio, amargura e falso perdão. Praticamente, todas as batalhas que podemos observar de pessoas dentro das igrejas, se originam desses erros básicos. Portanto, é importante que estejamos dispostos a adotar uma atitude amorosa e perdoadora, estejamos capazes de confessar ao nosso pastor ou mesmo ao próximo mais confiável, a natureza de nossos erros, e o sofrimento vindo do arrependimento.

            Podemos listar os seguintes exercícios para nos livrar da amargura: pensamentos otimistas, reflexões positivas, caminhadas por bosques ou pela beira mar, auxilio fraterno ao irmão em sofrimento, e ajuda social ou moral a quem se encontra no erro e quer se recuperar. Também podemos entrar em programas de autoestima e trabalhos com grupos de apoio.

            Dessa forma, a receita para se vencer a amargura pode ser a seguinte: exercícios aeróbicos, exercícios ao ar livre, exercício da fraternidade, cultivar a autoestima, cuidar da aparência, trabalhar em conjunto com grupos de apoio no compartilhamento, vivenciar pequenas vitórias, e ver a situação por outro ponto de vista.  

            Quando vivenciamos o problema da amargura tendo o amor no foco, vamos observar que este amor é a vibração do próprio Deus, e que perpassa por todo o Universo. Por outro lado, a essência da nossa existência é dirigida ao amor: amar, amar-se e por último ser amado.

            Existe um entendimento errôneo que classifica o amor romântico como o amor real O amor romântico quando contrariado facilmente se transforma em ódio. Isso não pode ser o verdadeiro amor, pois senão teríamos a seguinte opereta:

“O amor perguntou ao ódio: - Por que me odeias tanto? E o ódio respondeu: - Porque um dia muito te amei”.

            Quando a amargura permanece no foco do problema, a pessoa se perde no labirinto do Ego, prefere ser visto pelos outros com olhos de piedade ou compaixão, privilegia a negação do amor, e assim, dificilmente se ama, será amado, ou amará.

            Exortamos para que cada um seja mais valente que o problema, mais ousado que qualquer vento, e, acreditemos, por mais forte que sejam eles... passam... porque o sopro do vento que vem de Deus é bem maior e muito mais forte do que qualquer vento contrário a nossa fé.

Afinal, no contexto linguístico aplicado a fenômeno espiritual, basta apenas trocarmos o g de amargura pelo c de cura, que teremos o afastamento gramatical que leva à cura que precisamos: amar cura.

            A meta que a vida cobra de todos nós é um conjunto: autorrealização, auto encontro, identificação com o próximo e com Deus, guiar-se sempre pela Luz, sair das sombras da amargura e seguir o Evangelho ensinado por Jesus.  

            Lembrar também de uma das lições de Gandhi: “Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras”.

            Concluindo, a amargura é um tipo de vapor doentio que pode cobrir a nossa alma, se exterioriza do sentimento doentio que guardamos na mente com prioridade, domina as paisagens que a vida nos oferece, por mais positivas que sejam, controla a força das nossas emoções e é um desafio que precisa ser vencido.

            Não podemos esquecer que, “Devemos seguir o coração, mas devemos levar o cérebro sempre conosco”. A racionalização é uma das virtudes que recebemos do Criador que não pode ser menosprezada em situações como essa.  


Publicado por Sióstio de Lapa em 16/12/2016 às 00h59


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr