Meu Diário
14/01/2017 01h03
HISTÓRICO DE UMA VIDA (11) – SESSENTA ANOS

            Chegou o dia 20-10-2012. Completei 60 anos. O dobro da idade que Jesus tinha quando iniciou o seu ministério. Logo fiz a correlação. Eu também me considero filho de Deus, mas com um nível espiritual bem menor que o de Jesus. Se Ele iniciou o seu ministério com a idade de 30 anos, nada mais justo do que eu iniciar com o dobro da idade dele, 60 anos. Se o Mestre fez todo o trabalho que precisava fazer em três anos, eu irei precisar do dobro ou talvez de mais anos, para me sentir satisfeito com a quantidade e qualidade do trabalho realizado.

            As pessoas ao meu lado sugeriram uma festa tradicional, como eu nunca havia feito antes. Talvez já fosse intuição dos espíritos santos para que a festa marcasse esse momento de início da missão, que em Jesus aconteceu logo após Ele ter sido batizado por João e ter enfrentado as tentações no deserto por 40 dias.

            Combinei com a festa e convidei todas as pessoas significativas para estarem presentes, incluindo pacientes que no momento estavam mais perto de mim. Alguns detalhes não foram projetados, como fazer uma biografia da minha vida e expor no momento aos presentes. Felizmente, um amigo que estava presente percebeu a falha, pediu a palavra, e disse no microfone algo da minha biografia que ele conhecia. Eu estava mais preocupado em firmar nesse momento as diretrizes do meu comportamento, baseado no Sermão da Montanha, que fiz questão de ler e interpretar associando aos meus paradigmas. Também foi importante a oração de São Francisco, que foi cantada no momento e que oferece as diretrizes do meu comportamento.

            Todos os meus filhos estavam presentes, com exceção de Andreia e Eric; todas as minhas companheiras estavam presentes, com exceção de Sônia. Todos os meus irmãos estavam presentes, tantos os de pai e mãe, quanto os maternos. A festa foi animada por uma banda que cantava as músicas dos anos 60, coincidindo com a decoração do ambiente.

            Sei que faltaram algumas pessoas significativas, umas porque não puderam vir por diversos motivos, e outras porque não consegui tempo suficiente para lembrar e fazer o convite.

            Depois de tudo concluído fiquei a refletir sobre a festa mundana que foi realizada, mas com o embasamento espiritual que consegui colocar dentro dela. A missão que Deus me deu para construir a família ampliada e possibilitar a construção da família universal e consequentemente do Reino dos Céus, estava ainda longe de ser realizada. A festa mostrou que o que existe na realidade é apenas um embrião desse trabalho e que está instalado principalmente na minha mente. Qualquer companheira, qualquer pessoa que se sinta mais próxima de mim, pode até concordar com a coerência fraterna que esse tipo de comportamento que desenvolvo esteja do amor incondicional. Mas não conseguem ter a força de suportar o meu afastamento físico eventual, de perceber que estou devotando tempo com outra pessoa. Logo surge a raiva, ressentimento e o impulso à agressividade, até mesmo comigo que sempre sou tão explícito quanto a essa questão.

            Tenho outras ações no campo espiritual a desenvolver, como por exemplo, as ações dentro da comunitária através de uma associação com espírito cristão. Também posso contribuir na educação dos outros e da minha própria, com leituras constante para aperfeiçoar e ampliar cada vez mais o meu conteúdo cognitivo.

            Portanto, considero este momento da festa o início oficial de minha missão, mesmo que não tenha a mesma intensidade e repercussão daquela iniciada por Jesus, que chegou a dividir o calendário da história da humanidade, antes e depois do Cristo.


Publicado por Sióstio de Lapa em 14/01/2017 às 01h03


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr