Meu Diário
03/02/2017 22h03
FIDELIDADE EVANGÉLICA

            No mundo atual observamos que o Evangelho do Cristo fica cada vez mais conhecido pela humanidade. As suas lições baseadas no amor incondicional não sofre crítica moral de nenhuma cultura que considere a ética entre os cidadãos uma questão fundamental. No entanto, essas lições evangélicas apesar de serem consideradas positivas na prática a sua execução não é observada. Surge uma espécie de distonia cognitiva, onde o correto é aceito, mas não é praticado. Diversas justificativas são dadas para esse fato, muitas delas decorrentes de benefícios inadequados que recebemos, de forma direta ou indireta. A situação crítica pela qual passa o Brasil, país essencialmente cristão, indicado para ser o coração do mundo e a pátria do Evangelho, é um ícone dessa distonia cognitiva e comportamental da maioria dos brasileiros.

            Vamos fazer uma retrospectiva para 2002, época que assumiu o poder no Brasil o Partido dos Trabalhadores, inclusive com o meu voto. O que se verificou em seguida? Diversas ações de cunho popular foram realizadas, muito dinheiro foi jogado na educação, principalmente a superior. Tudo isso merece aplauso, era isso que os eleitores queriam. Mas logo foi descoberto que o sucesso na aprovação de leis necessárias para que os projetos desse governo fossem aprovados, era devido a corrupção, ao pagamento regular dos deputados e senadores através de propinas, o chamado mensalão. Isto é, o dinheiro da nação estava desviado com essa finalidade positiva de dar bolsas aos pobres, verbas para ONGs e sindicatos, até mesmo para países de ideologia similar. Dinheiro que poderia ser aplicado nas áreas sociais como segurança, saúde e educação. Então, a pessoa que deseja seguir com fidelidade o Evangelho, qual posição deveria tomar?

            Posso estar errado, mas na minha concepção, os fins positivos não justificam os meios negativos. Se para eu cumprir ações sociais de benefício para o povo, uma ação positiva, eu tenha que retirar os mesmos recursos que esse povo pagou através de impostos, para alimentar os corruptos e também a quem está com o poder de disponibilizar fraudulentamente esses recursos, ação negativa, isto não está correto!

            Parece que esta é a encruzilhada onde se encontra hoje a divisão política da maioria dos brasileiros: apoiar ou não as ações negativas que garantem resultados positivos. Os que apoiam essas ações negativas, apoiam o governo ptista que as incrementou; os que não apoiam essas ações negativas, apoiam os mecanismos jurídicos e institucionais que punem aos que cometem crimes, qualquer que seja a ideologia dos criminosos.

            Então, onde ficará posicionado o cidadão que deseja seguir com fidelidade as lições do Evangelho? Do lado dos criminosos ou do lado da Justiça? Para mim, que desejo seguir os caminhos cristãos, essa encruzilhada parece fácil de resolver. Devo seguir o caminho da Justiça e evitar o caminho dos criminosos, qualquer que seja eles. Na segunda eleição do candidato ptista, eu não dei mais o meu voto a ele, presidente que permitiu que toda essa compra de votos acontecesse ao seu lado, dentro do seu gabinete, mesmo ele dizendo que não sabia, que não via nada...

            Mas, eu poderia estar errado... o outro caminho da encruzilhada é o que seria o correto, bom para o país, para o melhor equilíbrio dos desníveis sociais... mesmo apoiando ações criminosas. Quem poderia dizer qual o caminho correto? O tempo! O tempo é o maquinista da vida e se por ações erradas entramos em caminhos inadequados, ele mostrará logo em seguida os frutos dos erros. E isso começou a aparecer, na queda da produção nacional, o PIB, no aumento do desemprego, na falência e desacreditação de empresas, tão sólidas quanto a Petrobrás, o pífio desempenho dos estudantes, a descoberta de crimes recordistas a nível mundial, a revolta da opinião pública enchendo as ruas em todo o país...

            Esses dados são por demais esclarecedores, não necessita de especialistas para explica-los, basta sentir na pele os seus efeitos. Não sou juiz para condenar A, B ou C, mas enquanto cidadão, candidato ao Reino de Deus, disposto a ser fiel ao Evangelho, não posso compactuar com esses crimes que causaram o caos onde agora nos encontramos. Deixo a questão do julgamento com a Justiça que nós criamos, e se alguém dela conseguir escapar, não escapará da justiça divina, incluindo eu mesmo, que, se uso o meu raciocínio para induzir em erros os meus irmãos, que eu seja devidamente punido pelo Pai que constantemente sonda o meu coração.


Publicado por Sióstio de Lapa em 03/02/2017 às 22h03


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr