Meu Diário
04/05/2017 00h07
ELITE

            Recebi a informação de que pertencia a elite de forma pejorativa. Pejorativa no sentido de que eu fazia parte de uma classe no Brasil que vive com muito dinheiro, explorando a classe trabalhadora, sem tanta necessidade de trabalhar, pois os milhões que tem ao dispor garante uma boa renda mensal. Claro que eu não me enquadro dentro dessa classe, por sinal estou muito distante dela. E por que recebi essa conceituação como acusação? Porque fui contra a última “Greve Geral” convocada pelos sindicalistas e apoiada pelos dois últimos presidentes do Brasil, Dilma e Lula. Disse que eu não iria ser a favor de uma greve convocada por pessoas que atuam no bloqueio da liberdade dos outros, impedem as pessoas que querem trabalhar de abrir seus comércios, de assumir os seus postos profissionais; impedem as pessoas de ir e vir, bloqueando ruas e estradas, ameaçam e destroem os patrimônios públicos e privados; que procuram encher as ruas com pessoas pagas com gratificações e lanches, enchendo ônibus fretados as vezes com os próprios recursos públicos daqueles que contribuem compulsoriamente... falei que fui às ruas sim, quando a consciência pública foi bastante esclarecida pela justiça quanto o roubo que estava acontecendo no país, comandados a partir da presidência da República. Fomos exigir, de forma pacífica, por isso contratamos até policiais para impedir que arruaceiros se infiltrassem entre nós, exigir a punição dos ladrões e o impeachment da presidente da República. Foi nesse momento que recebi como afronta a pecha de que eu fazia assim pois era parte da Elite que organizava esses movimentos pró-impeachment.

            Fiquei a refletir sobre a questão e procurei o dicionário onde encontrei duas notas: 1. Grupo privilegiado, minoritário, composto por aqueles que são vistos por alguns como superiores por possuírem algum poder econômico e/ou domínio social; e 2. Referente ao que existe de melhor numa comunidade, sociedade ou grupo.

            Não me considero dentro da primeira conceituação, não pertenço a grupos privilegiados, minoritário, com poder econômico ou domínio social. Consegui concluir um curso superior e pós-graduação com imenso esforço pessoal, sem ajuda de qualquer amigo ou parente, de forma lícita ou ilícita. Em função disso, consegui assumir cargos públicos e trabalhar de forma autônoma, sem quaisquer beneficiamentos, lícitos ou ilícitos. O salário que faço jus a cada mês pode estar acima da minha categoria, mas devido ao tempo de serviço e à diversificação dos trabalhos que faço, em detrimento do tempo de lazer e repouso. A folga salarial que consigo com essa disposição de trabalho, aplico no bem estar dos meus parentes e amigos que passam por dificuldades financeiras, e dessa forma não tenho bens ou poupanças significativas. Portanto, definitivamente, não me incluo na primeira classificação.

            Com relação à segunda classificação, deixando a modéstia de lado para ser correto com a verdade, considero-me incluído, entendendo que o “melhor” se refere aos princípios cristãos que procuram ser seguidos pela pessoa. Dentro desse critério, procuro estudar e praticar com muito empenho os princípios cristãos, dentro do círculo familiar e na comunidade próxima e distante, até os confins do cosmo.

            Assim, fiquei muito contrariado por ter sido classificado como parte da Elite no primeiro conceito, que considerei como pejorativo, mas como me considero dentro do segundo conceito de Elite, tenho por obrigação compreender e tolerar o comportamento de quem me ofende, de quem ainda não consegue distinguir o Bem do Mal, não consegue se livrar da indução perniciosa da mentira sobre a verdade... afinal um dia também fui assim!


Publicado por Sióstio de Lapa em 04/05/2017 às 00h07


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr