Meu Diário
11/05/2017 00h45
DEMOCRACIA GUARDADA

            Há uma tendência quase generalizada ao dizer que o tempo que os militares passaram no poder foi uma agressão à Democracia, que havia uma luta em defesa da Democracia por pessoas que usavam inclusive de métodos violentos, de terrorismo, com assassinatos, sequestros e roubos de bancos.

            É muito estranho uma ideologia como a Democracia ser defendida a golpes de violência de uma minoria contra uma maioria, que era o que se observava nesse período que foi batizada e aceita pelos inocentes de duas origens, como verdadeira.

            Poucos jovens sabem que os militares assumiram o poder instigados pela maioria da população que foram às ruas, em protestos pacíficos, com faixas e palavras de ordem contra o comunismo que queria se instalar no pais.

            Os militares administraram o pais desde 1964 com firmeza, sem que seus principais dirigentes sem envolvessem em propinas e corrupção, todos eles terminaram seus dias de vida sem riqueza ou ostentação advindos das suas passagens pelo poder. Não podemos dizer o mesmo dos civis que os substituíram, até chegar nos últimos presidentes que roubaram descaradamente o país, sempre com a cortina da mentira por sobre os seus atos.

            A ver o livro da Superinteressante, “Chico Xavier – a vida, a obra, as polêmicas” fiquei surpreso com uma abordagem feita durante um programa realizado na TV Tupi, que ele é indagado sobre essa questão do governo militar, no qual reproduzo o trecho:

            “Como se soubesse das perguntas de cunho político que estavam por vir, o médium aproveitou sua fala inicial para dizer que contava com o apoio de guias espirituais para não ofender governantes, leis e autoridades. Em dezembro de 1971, o Brasil era comandado pelo general Emílio Garrastazu Médici. Sabendo que o governo promovia intenso monitoramento da imprensa, Chico deixou claro que as suas respostas não tinham por objetivo criticar o regime. Um artifício do médium para não cair no radar dos militares.

            Foi justamente o amigo Saulo Gomes o responsável por colocar o assunto delicado em pauta. Ele quis saber o que os benfeitores espirituais tinham a dizer sobrea a situação política e social brasileira. O médium respondeu que a posição do país à época era “das mais dignas e das mais encorajadoras”. Falou que a democracia estava sendo guardada por forças que nos defendem contra a intromissão de quaisquer ideologias vinculadas à desagregação”. Ele defendeu a atuação das Forças Armadas com o objetivo de manter a ordem, mas deixou claro em certo momento que desejava que a atuação dos militares ocorresse somente até que fosse possível “encontrar um caminho”. A resposta longa e repleta de volteios também serviu como estratégia para não ofender o poder militar.”

             Esta resposta do Chico parece estar mais sintonizada com a verdade. As Forças Armadas assumiram o enfrentamento da ideologia comunista, aquela que advinda da União Soviética, já deixava milhares de morte pelos campos e cidades. Isso foi o que a sociedade brasileira da época não queria e pediu ajuda aos militares para que os dirigentes brasileiros não operassem com vitória o projeto dos Senhores das Sombras


Publicado por Sióstio de Lapa em 11/05/2017 às 00h45


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr