Meu Diário
15/05/2017 05h19
AUTODESCOBRIMENTO (41) – INFÂNCIA PSICOLÓGICA

            A infância psicológica deve acompanhar o amadurecimento do corpo para também amadurecer. A reeducação moral por meio das reencarnações nos levará a renovar esse quadro íntimo e alcançar o amadurecimento psicológico. Há dois tipos de fatores que promove esse desenvolvimento para a maturação acontecer: primeiro é o desenvolvimento intelectual que está baseado no conhecimento cultural através de leituras, exercícios e estudos; o segundo é baseado no desenvolvimento emocional que promove atividade moral contínua e a realização pessoal.

            Os obstáculos emocionais que impedem o amadurecimento psicológico também se dividem em dois: primeiro são os atavismos culturais e sociais que levam a poucos direitos na infância; o segundo é a rigidez no lar que negligencia a educação, provoca pavores na psique da criança e gera comportamentos esdrúxulos; por fim, na idade adulta pode ser observado insegurança, desorganização e dependência.

            O comportamento adulto imaturo foge dos desafios, esconde os temores relacionados com doenças, incapacidade e depressão. Assume as sombras da personalidade como ciúme, mágoa, raiva e ressentimento. Como foi desamado no lar, guarda essa imagem da severidade que sofreu e torna-se ditatorial e impiedoso. Existe uma criança insegura no inconsciente desse adulto, que é infeliz, teme e exterioriza com facilidade a agressividade, necessita de carinho, mas disfarça com brutalidade, crueldade; e busca compreensão, mas age com inclemência.

            Com a percepção do Eu imaturo a pessoa fica deslocada do meio social, procura ocultar o desamor por si com adornos extravagantes e prazeres que não saciam os desejos. Odeia a debilidade de caráter verificada nos outros, inveja os fortes, detesta os que parecem superiores e travam lutas íntimas, intermináveis relacionadas as paixões internas que não conseguem vencer.

            Na terapia é necessário enfrentar a criança interior, com a decisão de reencontrar-se, amar-se, crescer e realizar-se. Para esse ajuste cognitivo, merece todo esforço de investimento pessoal.

            Na realidade, todos somos crianças carentes. Carentes de amparo, ternura e entendimento. Geralmente a herança psicológica infantil envolve algum tipo de medo, crueldade, agressividade, que estão gravados no inconsciente. Desempenhamos um papel no teatro da vida, como uma pessoa atemorizada por recompensas e castigos, causado por pais, educadores, que muitas vezes alegam punições divinas. Agora é uma vítima permanente, com o psiquismo cheio de culpas.

            O adulto apresenta o físico de um adulto, como o tempo faz acontecer. É esperado que o psiquismo também acompanhe esse amadurecimento, mas não depende exclusivamente do tempo, precisa do trabalho da cognição no gerenciamento das circunstâncias que a vida oferece. Acontece que essas circunstâncias inclui o comportamento dos pais e demais educadores, cheios de preconceitos e autoritarismo, que impede o amadurecimento do psiquismo o qual necessita de instrução saudável. Então, esse adulto que todos veem, possui um psiquismo infantil que poucos percebem, que a própria pessoa não sabe, mas sofre as consequências. Por melhor que aja, sempre se cobra cada vez mais, exige perfeição, exige profundidade. Quando erra, a criança assume com medo do castigo, espera e fica em conflito. Tende a ser muito perfeccionista e até quando estraga a sua vida estraga com perfeição total.

            No trabalho psicoterápico deve ser feito a revisão dos conteúdos psicológicos, para aprender a enfrentar com amor a infância não superada, para diluir as fixações, colocar afirmações novas, fazer visualizações afáveis e amorosas, sobrepor as visualizações perturbadoras e dessa forma crescer pouco a pouco.

            Na estruturação psicológica deve se investir na segurança do comportamento, no desenvolvimento da afetividade, na promoção do auto amor, no desenvolvimento do amor ao próximo, na reparação dos erros das vivências pretéritas comprometidas, tornando o Self mais forte que o Ego e cada vez mais conquistar o autodescobrimento.

            Finalmente, faz a conquista emocional onde participa das ocorrências com profundidade, mas sem caráter perturbador, tem a devida compreensão das limitações e fraquezas próprias, entende os limites que o próximo apresenta nos relacionamentos, desenvolve a solidariedade, reparte o sentimento de amor dentro do seu círculo de influências e promove a harmonia emocional e intelectual com todos, parentes, amigos e demais seres, animados e inanimados, ao seu redor.


Publicado por Sióstio de Lapa em 15/05/2017 às 05h19


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr