Meu Diário
30/06/2017 17h14
DIMENSÕES DA VERDADE (6) – LABOR INTRANSFERÍVEL

            Quando chegamos ao corpo físico, na escola/hospital da Terra, temos que cumprir algumas tarefas ou sofrer algumas consequências do que fizemos em existências anteriores. Portanto, deve ter registrado nos caminhos da Natureza e dentro de nossa consciência, o trabalho que deve ser feito por nós, exclusivamente, que não podemos transferir para ninguém.

            Já temos oportunidade de ler e aprender sobre as lições do Mestre Jesus, para que desenvolvamos a fé nos desígnios de Deus e que possa ser afastada as trevas da ignorância do nosso psiquismo. Passamos a ter consolações para o sofrimento que nos é destinado e lentamente esculpir no coração as diretivas que Deus deseja para nós.

            Temos que ser resistentes às provocações que irão surgir ao nosso redor, de pessoas que não aceitam os ensinos do Mestre e passa a considerar que o Reino que Ele ensinava não passa de loucura, que agindo assim iremos desenvolver uma conduta “fora de época”, e todos nossos passos serão fiscalizados para atestar a incoerência daquilo que nós professamos.

            Manter a perseverança dentro de um ambiente hostil e irônico para com as lições evangélicas é muito importante, inclusive com um certo anonimato. Não precisamos estar a cada momento levantando a bandeira cristã para com ela atingir os adversários. Basta nos comportarmos conforme foi dito pelo Mestre e que está sintonizado com a nossa consciência, com a vontade de Deus. Basta observarmos as inquietudes íntimas de quem facilmente conquista o sucesso no mundo material, geralmente com atitudes ilícitas, ilegais ou imorais. Não podemos sucumbir nas trevas da noite, dos prazeres e desencantos; devemos nos manter firmes na conduta reta, aguardar a face da madrugada e prosseguir com mais segurança pela luz do dia.

            Não podemos esquecer nem um momento, que a vida espiritual é a essência do existir, e não os apelos instintivos da materialidade. Devemos reforçar cada vez mais as novas concepções de vida, do homem novo, e isso já está facilitado pelo acesso do Evangelho. É como se Deus nos tivesse feito com o objetivo de conquistarmos conhecimento e sabedoria através de uma evolução dentro do mundo material, do homem natural, animal, para o homem espiritual, conquistando o pleno conhecimento, crescendo em graça e sabedoria, formatando a mente tendo como modelo a do Cristo, se tornando perfeitamente preparado para toda boa obra.

            Também o Mestre nos deixou boas advertência, para que não prendamos a palavra que liberta, para que não convertamos as convicções que nos surgem, em moedas para as vãs necessidades. Precisamos usar a lição da imortalidade para dignificar a própria imortalidade, e caminhar depois da morte com os recursos adquiridos antes dela. Compreender que o sofrimento direcionado para o que é necessário, é fundamental para gerar força espiritual.

            Podemos contar com a ajuda dos amigos espirituais em mútuo benefício, cada um ajudando a quem precisa e assim se fortalecendo na proximidade com o Pai. São considerados benfeitores espirituais e fazem sempre o lícito, sempre com uma função pedagógica, dentro de uma didática espiritual. Todos têm uma direção para o alto, com uma meta a alcançar e obedecendo a lei de Deus.

            Este é o significado do trabalho intransferível que todos devemos passar. Usar a experiência carnal dentro de uma conduta reta, com a consciência tranquila, e o coração afável. Viver cada momento que traz consigo alguma correção no transcurso da eternidade, sentindo o infinito se confundir com o minuto e com o elétron que escapa de sua origem. É o momento de harmonizar a fé com a ação, de remover os obstáculos do caminho, evitar as atrações que nos deixa paralisados no caminho, usar o buril constantemente para esculpir na energia do espírito o dever que nossa consciência aponta como a vontade de Deus.

            Temos vários exemplos de pessoas que assumiram o trabalho que somente elas poderiam fazer naquela situação, como Maria Madalena que usou o Amor e a fé para possibilitar a reentrada da energia do Mestre no campo material, mesmo que não pudesse ser tocado de imediato; como João Evangelista que usou o Amor e a Perseverança para trazer nos seus últimos dias a beleza simbólica do Apocalipse; e o apóstolo Tiago, que aplicou o Amor e a organização para administrar os primeiros anos da igreja cristã que nascia no seio do judaísmo.


Publicado por Sióstio de Lapa em 30/06/2017 às 17h14


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr