Meu Diário
10/02/2018 02h25
JOSÉ DO PATROCÍNIO (5) – ENVOLVIMENTO

            Precisamos nos envolver, pois quem ama se envolve; quem ama esta terra se envolve em paixão por aquilo em que acredita e pelo futuro que deseja. Médiuns, pastores, padres, o povo de santo, esotéricos, universalistas e todas aquelas lideranças e referências na busca por espiritualidade: que se envolvam, que se misturem ao povo, que se cubram com as vestimentas brancas da Paz e saiam do ostracismo, manifestando-se pelo Bem, pela família brasileira, pelo povo e pela nação. Devemos nos envolver, mesmo nós, os que habitamos esta outra dimensão da vida. Não fiquemos calados ou de braços cruzados diante da onda de pessimismo, de conspurcação e corrupção, perante a vaga de corruptores e de pusilânimes que se vendem para continuar dominando sob o signo do mal. Ninguém pode reclamar daquilo que permite.

            Dura crítica que atinge todos nós. Geralmente nos envolvemos naquilo que parece estar mais diretamente dentro dos nossos interesses, que atende ao egoísmo imanente que todos possuímos. Quanto mais coletiva a questão se torna, mais distante se torna nosso envolvimento.

            O desenvolvimento do ser humano parece estar direcionado para a questão individual. Vamos à escola para aprender uma profissão para ganhar dinheiro e ter sucesso na vida. Mesmo que o exercício dessa profissão tenha como objetivo a melhora da comunidade, com serviços de melhor qualidade prestados à comunidade.

            Lembro dos meus caminhos quando frequentava os bancos escolares. Procurava ter uma profissão que trouxesse retorno financeiro e que fosse útil à sociedade. Devido a minha vocação, imagino que o benefício social que eu iria prestar à comunidade seria muito significativo. Em função disso viria a recompensa financeira. Imagino que até hoje funciona assim na minha consciência.

            Por isso o meu envolvimento tão forte com a minha profissão, com minha especialidade, a psiquiatria, para prestar um serviço de melhor qualidade onde eu puder atuar. Não importa que eu vá trabalhar em fim de semana num lugar tão longe quanto Caicó, 4 horas de viagem para ir e vir todos os sábados, para ganhar uma gratificação que não é tão significativa. Mas eu sinto que presto um bom serviço àquela população e isso é um fator que me deixa gratificado.

            Nos últimos anos, além dos estudos e aperfeiçoamento em psiquiatria, tenho me dedicado à espiritualidade. Tenho percebido que a minha atuação neste campo não me traz grandes recompensas financeiras, pelo contrário, gasto boa parte do meu tempo no esforço de colaborar com o crescimento da comunidade em que estou inserido, sem nenhuma gratificação material por isso. E não estou sozinho nesta tarefa, tenho muitos companheiros que trabalham comigo com este mesmo objetivo, que estão envolvidos tanto quanto eu nessa tarefa.   

            Sinto que poderia estar envolvido em vários campos, mas o tempo limita minha atuação, não posso estar em todos os campos ao mesmo tempo. Tenho que privilegiar alguns em detrimento de outros.

            A criação da Família Universal, do Reino de Deus, onde todos desenvolvam o Amor Incondicional formando uma comunidade fraterna e justa, seria uma alternativa a essa compartimentalização que terminamos por entrar nela. Na Família Universal não existiria o ciúme, o lado coletivo seria muito valorizado para em seguida valorizar o indivíduo. Poderíamos assim nos envolver num campo mais amplo com muito mais amigos, amantes e companheiros.

            Mas um dia construiremos essa sociedade, Jesus já nos afiançou que isso poderia ser alcançado, e muitos já constrói essa comunidade fraterna a partir do momento que tiram o egoísmo do coração e passam a agir dentro dos limites do Amor Incondicional.


Publicado por Sióstio de Lapa em 10/02/2018 às 02h25


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr