Meu Diário
27/11/2019 08h46
AMOR ROMÂNTICO

            Sim, sou o Amor Romântico, filho do Amor Incondicional. Sei que muitos me confundem com meu pai, assim como diversos dos meus irmãos, como o Amor Materno, Amor Fraterno, Amor Filial, Amor Platônico, etc. Assim, tantas formas derivadas podem ser confundidos com ele!

            Sim, o meu pai, Amor Incondicional, é a maior força do universo, sinônimo do próprio Deus. Mas não se enganem pensando que sou tão fraco. Quando exerço a minha força em alguém, essa pessoa não tem tempo nem para pensar em Deus. Mas eu sei da minha subalternidade, das minhas limitações, pois o Amor Incondicional pode se expressar em qualquer ponto do universo, por qualquer pessoa, idade ou gênero; por qualquer coisa, qualquer aspecto da natureza, a partir da minha própria existência material e espiritual. Já comigo, para eu me expressar é necessário que tenha um parceiro que seja emissor da minha energia e outro que seja receptor, do mesmo sexo ou não, quer seja correspondido ou não.

            Agora, por que sou tão forte? Porque estou alicerçado na vida, promovo a perpetuação da espécie. Sou eu que faço possível a união do óvulo com o espermatozoide. A recompensa que dou a quem proporciona isso? O prazer do orgasmo, tal qual uma refeição que tem como entrada as carícias. É a operacionalização do instinto da preservação da espécie, uma força biológica que somente é superada pelo instinto da preservação da própria vida.

            Por esse motivo o meu potencial é tão forte, tenho raízes no egoísmo, toda essa energia está voltada para os meus interesses individuais. Posso dominar de tal forma a pessoa, que ela não fica um só instante sem sentir os meus efeitos e isso dá a ela um vigor excepcional, tanto biológico quanto psicológico. Posso interferir nas necessidades de sono, de alimentação... com o instinto de preservação da própria vida. Posso causar o suicídio!

            Eis o perigo! Sou tão belo, tão potente, tão construtivo, mas posso causar a destruição. Não posso ficar solto, causando os meus efeitos naquele que me possui ocasional e circunstancialmente. Sou uma energia efêmera, que atinge o clímax e tende ao desaparecimento ou persistir em bases mínimas. Tenho que ser domesticado desde o início da minha formação pelo meu pai, o Amor Incondicional. É ele que impede o surgimento de um sentimento negativo, a algema que tende a prender o outro ao nosso lado indefinidamente... o apego!

            O Amor Incondicional é quem vai desviar o foco da minha energia do Egoísmo para o Altruísmo. É ele quem vai mostrar a importância da pessoa que eu desejo, que eu devo amá-la da mesma forma que eu me amo. Não posso fazer a ela aquilo que não desejo para mim.

            Essa lição é tão importante que o Criador achou por bem enviar o Mestre Jesus, entre outros avatares na história da humanidade, para aprendermos o que é o Amor Incondicional, personalidade do próprio Criador.

            Hoje sei da minha importância na vida dos seres humanos, mas a grande maioria não sabe da minha importância e dos riscos que trago comigo. Não sabem da importância do meu pai e que não podem deixar eu crescer dentro deles sem o monitoramento do Amor Incondicional. São pessoas que navegam nessa vida sob os ventos do romantismo egoísta, sem saber os desastres que eu posso causar, ficando selvagem, sem subordinação. Fico triste quando isso acontece, pois não queria ser motivo de desastre, de ódio, ressentimento, vingança... quero crescer, sim, mas ao lado do meu pai, o Amor Incondicional, levando alegria, esperança, satisfação, colaborando com a felicidade de quem de mim se aproxima.

            Quero aprender a minha máxima lição: deixar a pessoa que amo nos braços afetivos de outra pessoa que ela tem maior interesse, sem perder a qualidade do que sou, o Amor Romântico.


Publicado por Sióstio de Lapa em 27/11/2019 às 08h46


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr