Meu Diário
09/12/2019 00h08
TRABALHADOR ESPÍRITA

            Reconheço a Doutrina Espírita bastante coerente com nossos propósitos de vida, que nos dá compreensão sobre os diversos problemas que passamos ou vemos os outros passarem. A consequência dessa compreensão é procurar dar de graça o que de graça recebemos, o conhecimento que agora nos fortalece. Uma forma de fazer isso é se engajar nos trabalhos de uma casa espírita, se transformar num trabalhador espírita.

            Tenho um trabalho regular dentro da Cruzada dos Militares Espíritas, um Centro Espírita bastante organizado em suas tarefas. Recentemente fui chamado de Trabalhador desta casa por ter sido adicionado no grupo do whatsapp desses trabalhadores. Argumentei que tinha sido colocado no grupo apenas como forma de divulgar o trabalho que faço semanalmente no Centro, um estudo sobre as lições do Cristo, e não me envolver nas diversas tarefas, pois não tenho tempo para tal.  

            Depois dessa resposta e da leitura do livro de Hermínio Corrêa de Miranda, Diálogo com as Sombras, fiquei a refletir na minha condição de Trabalhador Espírita. Realmente, sou um trabalhador espírita?

            Hermínio diz que cada um de nós sabe de si e das suas motivações. Que é preciso, entretanto, examinar de perto essa posição e ver o que contém ela de legítima, não apenas no interesse da doutrina que professamos, mas também no interesse de cada um. De fato, há alguns problemas ligados à frequência de trabalhos mediúnicos. O primeiro deles – e dos mais sérios – é a própria mediunidade, essa estranha faculdade humana sobre a qual ainda há muito o que estudar. Outra dificuldade ponderável é a organização de um bom grupo que se incumba, com regularidade e seriedade, das tarefas a que se propõe.

            Tenho minhas convicções e motivação. Acredito que esteja agindo dentro de minhas convicções, de ajudar na construção do Reino de Deus, e da minha motivação no pequeno trabalho que faço dentro do Centro Espírita. Agora, como é a particularidade do meu trabalho espiritual? Não está concentrado em um lugar. Tenho atividade regular na sexta feira na Cruzada dos Militares Espíritas, na terça feira um estudo espiritual na Associação Médica, sou coordenador da disciplina opcional de Medicina, Saúde e Espiritualidade, do Departamento de Medicina Clínica da UFRN. Também na Universidade Federal do Rio Grande do Norte coordeno o projeto de extensão universitária, Foco de Luz, cuja ação dentro da comunidade próxima ao Hospital Universitário Onofre Lopes, foi criar a Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM). Nos domingos participo das reuniões de Alcoólicos Anônimos na cidade de Ceará-Mirim/RN onde dou prioridade ao Poder Superior.

            Essa ampla atividade espiritual não pode se encaixar dentro das ações tradicionais de um Centro Espírita. Meu trabalho na Cruzada dos Militares Espíritas explora a minha mediunidade diferente que é absorver o trabalho realizado pelos médiuns ostensivos, principalmente na produção de livros que repassam os conhecimentos de espíritos de maior envergadura moral, como o próprio Jesus Cristo, por exemplo.

            A frequência nas minhas atividades está indo bem, agora preciso mais investir na organização. Nesse caso, tenho que preparar com brevidade a renovação do Projeto de Extensão Universitária Foco de Luz onde colocarei dentro dele a formação de um canal do Youtube voltado à construção do Reino de Deus, cuja meta será organizar tanto os meus trabalhos espirituais como o trabalho de todos os companheiros, de qualquer tipo de religião. Um trabalho que irá contribuir para a organização do Bem.

            Eis a minha característica de trabalhador espírita, bastante diversificada que impede a concentração dos trabalhos em um só lugar. Espero que os companheiros entendam a minha forma de pensar e agir, respeitando o livre arbítrio de cada individualidade, como é uma das propostas da Doutrina Espírita.


Publicado por Sióstio de Lapa em 09/12/2019 às 00h08


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr