Meu Diário
05/01/2020 00h04
NOVOS MODOS DE PENSAR O SEXO

            O primeiro livro de Faramerz Dabhoiwala, “As Origens do Sexo”, traz os novos modos de pensar e também mudanças no modo de vida ao longo do tempo relacionados com o sexo. Também tenta mostrar como as crenças das pessoas foram afetadas pelas circunstâncias sociais. Vejamos o que diz a orelha do livro e as minhas considerações no final.

            Hoje em dia acreditamos que os adultos, mediante consentimento, têm liberdade para fazerem o que bem entenderem com seus corpos. Tornamos o sexo algo público e celebramos o sexo; travamos discussões intermináveis sobre sexo; somos obcecados pela vida sexual das celebridades. Achamos errado que em outras culturas as pessoas sofram por sua orientação sexual, que as mulheres sejam tratadas como cidadãs de segunda classe, ou que adúlteras sejam condenadas à morte. No entanto, até muito recentemente a nossa sociedade era assim.

            Para a maioria dos historiadores ocidentais, qualquer tipo de sexo fora do casamento era considerado ilegal, e a igreja, o estado e as pessoas comuns empenhavam grandes esforços para suprimir e punir essa conduta sexual. Esse era um traço essencial da civilização cristã, uma característica que foi ganhando importância cada vez maior desde o início da Idade Média.

            Neste livro inovador, Faramerz Dabhoiwala descreve em detalhes dramáticos como, entre 1600 e 1800, todo esse conjunto de ideias – segundo as quais o sexo é um assunto privado; a moralidade não pode ser imposta à força; os homens são mais libidinosos que as mulheres – foi destruído por novas ideias revolucionárias. A partir de então, as vidas privadas de ambos os sexos passaram a ser divulgadas e debatidas, em um universo público midiático em rápida expansão: jornais, panfletos, diários, romances, poemas e gravuras.

            Este livro, “As Origens do Sexo”, mostra que a criação dessa cultura moderna do sexo foi parte fundamental do Iluminismo, entrelaçada com tendências sociais, políticas e intelectuais mais amplas de toda uma era. Essa cultura ajudou a criar um novo modelo para a civilização ocidental, cujos princípios de privacidade, igualdade e liberdade individuais permanecem válidos até hoje.

            Recomento esta viagem sobre a evolução do pensamento sexual que este autor nos proporciona, principalmente no entendimento do foco religioso que parece comandar o processo. Apesar de nossa condição comportamental neste campo específico da vida está muito melhor do que era antes, na Idade Média, temos ainda que evoluir muito.

            As lições do Cristo sobre a Família Universal, Amor Incondicional e Reino de Deus, vai implicar necessariamente na revisão da Família Nuclear como está considerada hoje. As ações sexuais acontecendo dentro do Amor Incondicional perdem o freio preconceituoso e se torna elemento fundamental na construção da Família Universal e do Reino de Deus.


Publicado por Sióstio de Lapa em 05/01/2020 às 00h04


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr