Meu Diário
28/01/2020 00h25
RESPOSTA FRATERNA

            Desde quando assumi o paradigma de fazer a vontade do Pai, aplicando o amor incondicional na forma que Jesus ensinou, obedecendo as duas principais leis, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo, tenho enfrentado diversos desafios, sendo o maior deles o amor romântico que está associado aos desejos carnais. Procuro usar a energia que vem dos impulsos carnais para potencializar o amor incondicional, deixando sempre ele em prioridade. Num desses relacionamentos, aplicando o amor incondicional com a energia dos instintos carnais, fui vítima de várias críticas de pessoas significativas para mim. Como a minha consciência apontava que eu estava ainda caminhando na trilha do amor incondicional, aplicando a virtude da paciência e tolerância ao que estava acontecendo, podia resistir a todas as críticas, pois eu estava seguindo meus atuais paradigmas.

            Mas, chegou um momento que um pedido feito acendeu a luz vermelha na minha consciência, que eu não poderia acolher tal pedido, sob pena de estar ultrapassando os limites da compreensão, da tolerância, alimentando um mal que já estava instalado e deixando o amor incondicional subordinado aos instintos biológicos que alimentam o amor romântico.

            Depois de refletir e receber do Pai o texto sobre a mulher garrida, elaborei a resposta que se segue para avaliação crítica dos meus leitores, como sempre estou a fazer neste espaço, onde coloco minhas ações e pensamentos, como forma de instrução aos meus leitores, me colocando como um tipo de cobaia de laboratório.

            Vejamos.

            Oi. Pedi ao Pai orientação sobre o pedido que você fez para lhe ajudar a comprar um carro. Veja o que Ele colocou na minha mente para lhe responder.

            Você sabe que nos conhecemos numa situação de dificuldade emocional que você passava. Sua amiga pediu para eu intervir e foi a primeira vez que tivemos contato. Em outro momento você foi acidentada e pediu minha ajuda, carona para ser mais específico, para ir ao hospital. Como você fez o pedido diretamente a mim, sua amiga ficou muito contrariada, pois ela esperava que você fizesse tal pedido a ela. Não me incomodei, você estava precisando de ajuda e eu estava disposto a ajudar. Percebi que você precisava de mais ajuda que uma simples carona. Então lhe dei um empréstimo de 2.500,00 reais para você cobrir as despesas de saúde que teria em decorrência do acidente e pagar quando fosse possível, com as parcelas ao seu alcance. Fui muito criticado quanto a isso, mas mantive a minha posição de lhe ajudar, sem interferência de ninguém. Cheguei a ajudar uma amiga sua, a seu pedido, que passava por dificuldades financeiras e precisava fazer o muro da casa. Também fiz um empréstimo a ela para ser restituído quando possível. O último empréstimo que fiz para você, foi para a compra de um tênis, já que o seu tinha descolado com a chuva quando você saia da escola. Isso era para ser feito o pagamento o mais breve.

            Pois veja bem, com esse histórico, em nenhum momento você pensou em fazer o pagamento de qualquer ação que eu fiz para lhe ajudar financeiramente, inclusive a amiga. Agora você me pede para entrar num financiamento para a compra de um carro, com o dinheiro que recebeu da demissão da escola onde trabalhava, e não falou em um só momento em pagar qualquer coisa da minha dívida. Como confiar em você para entrar em novo compromisso financeiro bem mais alto que os anteriores? Você não fez essa reflexão? Não conversou também com Deus para Ele lhe intuir no que melhor podia fazer? Fico até preocupado do ponto de vista profissional, pois se você fizer a mesma coisa com seus amigos como fez e está fazendo comigo, certamente criará um muro de resistência ao seu convívio. Mesmo com toda intensão de solidariedade, a confiança não consegue se instalar. O verdadeiro amor é cheio de derivativos como a gratidão, honestidade, compreensão, solidariedade, abnegação, apoio, etc. Mas não vejo em seu comportamento isso se manifestando, pelo menos com relação a mim. O que Deus me orientou para eu lhe ajudar naqueles momentos difíceis, Ele agora me orienta para eu ter cuidado, que a tolerância tem seus limites.

            Não posso assumir esse compromisso, pois está totalmente fora dos propósitos de Deus. Talvez Ele tenha me colocado em seu caminho e eu tenha lhe ajudado com tanto desprendimento, para que, ao chegar neste momento, eu tenha a condição de lhe ajudar acima do meu conhecimento técnico e sim como um irmão que lhe ajudou e por todo esse tempo nunca lhe pressionou e você nunca se preocupou em resgatar sua dívida. Agora é o momento de eu lhe dizer para refletir profundamente em sua vida, no seu comportamento, na forma de se relacionar com os outros. Continuo pronto a lhe ajudar, mas não financeiramente, e sim emocional e espiritualmente.

            Ore a Deus como sei que você faz, mas procure escutar o que Ele tem a lhe dizer no fundo da alma, como eu senti a voz dEle no fundo da minha alma.


Publicado por Sióstio de Lapa em 28/01/2020 às 00h25


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr