Meu Diário
02/02/2020 00h27
CURSO OBSESSÃO E SUAS MÁSCARAS – AULA 23 – PENSAMENTOS SONORIZADOS

            Nas obsessões de natureza espirítica vimos as simbioses em graus diversos. Dentre essas, as simbioses mentais que podem se manifestar como a alma, emitindo suas próprias ideias e radiações, assimilando as radiações e ideias alheias. Existe uma avaliação que cada um de nós, encarnados, emitimos cerca de 90.000 pensamentos por dia.

            Temos também a simbiose espiritual, de alguns parentes desencarnados nas residências terrestres, pois não se prepararam para a vida no mundo espiritual e procuram ficar associados a quem continua encarnado.

            A parasitose mental é uma simbiose prejudicial. Após a morte, desencarnados continuam a disputar afeição e a riqueza com aqueles que permanecem na carne.

            O vampirismo pode ser visto em quem comercializa o dom da mediunidade, pois sempre está acompanhado de maus espíritos a vampirizar-lhes os fluidos.

            A possessão é o vampirismo com repercussões orgânicas é o mais avançado grau de atuação do obsessor, constrangendo de forma quase absoluta a ação do obsidiado, a tal ponto que o obsidiado age contra sua vontade.

            A epilepsia e obsessão, uma forma de disritmia cerebral, tem a influência obsessiva pela fixação da onda do espírito comunicante. Não são todas as epilepsias que depende de uma onda cerebral do obsessor.

            Na fascinação a sintonia pode levar a uma licantropia com xenoglossia, pois forças do passado são trazidas ao presente.

            A obsessão oculta é mais sutil e cada um deve observar a qualidade dos raios mentais que elegemos como combustível das emoções profundas, pois isso irá atrair raios semelhantes. Imaginemos nossos raios mentais na cólera, por exemplo: não resolve, agrava; não resgata, complica; não ilumina, escurece; não reúne, separa; não ajuda, prejudica; não equilibra, desajusta; não reconforta, envenena; não favorece, dificulta; não abençoa, maldiz; e não edifica, destrói. (André Luiz – Chico Xavier).

            A obsessão durante o sono físico existe porque o espírito não dorme. A meditação e o sono do corpo são as portas abertas para a recepção de pensamentos dos desencarnados, que nem sempre querem a nossa felicidade espiritual.

            A obsessão coletiva, segundo Kardec, é semelhante a uma nuvem de gafanhotos, um bando de maus espíritos que pode cair sobre um certo número de criaturas, delas se apoderar e produzir uma espécie de epidemia moral.

            Também observamos a invigilância dos médiuns. As obsessões ocorrem porque durante o tempo dedicado ao repouso do corpo, nossa alma simplesmente, continua a buscar as mesmas escolhas ou predileções manifestadas ou cultivadas no estado de vigília. É preciso que os médiuns mantenham a vigilância durante o dia. Isso é mais forte nos médiuns, mas está presente em cada um de nós.

            Quanto os pensamentos sonorizados é uma nova modalidade de obsessão que vem acompanhada de uma crise de labirintite. Chico Xavier a descreveu com todo o desconforto que o barulho alucinante causa.

            Perguntado a Chico Xavier sobre o que ele teria de dizer sobre os médiuns que acabam desistindo do serviço mediúnico, por sofrerem assédio de entidades infelizes, responde: passei por essa experiência, um ano antes de me mudar de Pedro Leopoldo para Uberaba em 1959, uma crise alucinante de labirintite. O desconforto que a doença causava, com aquele barulho característico, dentro do crânio, alterou o meu estado emocional. Quase não conseguia concentrar-me para as tarefas de psicografia nas reuniões públicas no Centro Espírita Luiz Gonzaga. Estava intranquilo. No ápice do tormento procurei meu médico oftalmologista e disse a ele que caso a labirintite fosse causada pela dor nos olhos, eu estava disposto a arrancar meus olhos, pois não aguento mais o barulho e, preciso trabalhar. O médico, Dr. Hilton Rocha, tranquilizou-me afirmando que a labirintite não era devido a doenças oculares. Recomendou-me paciência e tudo iria passar. Quando me instalei definitivo em Uberaba, de fato cessou. Em 1989 a labirintite voltou com intensidade. Desta vez, não só ouvia o barulho característico da labirintite, como também registrava a voz nítida dos espíritos inimigos da causa cristã. Isto perturbava a minha tranquilidade interior. Esta presença de espíritos infelizes, tem sido uma constante. Ouvimos diariamente o ataque à mensagem do Cristo, à Doutrina Espírita. As sugestões desagradáveis, as induções ao desequilíbrio, os sarcasmos em relação aos episódios por mim vividos no decorrer desta existência, às ocorrências menos dignas de nossos ciclos doutrinários, às calúnias em relação a fatos conhecidos por nós, e até maledicências dirigidas ao meu círculo de amizades. Tudo isso faz com que eu me sinta tolhido na liberdade de pensar.

            A espiritualidade classifica este tipo de atuação dos obsessores, como pensamentos sonorizados dos obsessores em nós mesmos. Doutor Bezerra de Menezes, nos recomendou muita calma em relação ao assunto. Pede ainda para mostrar a estes irmãos espirituais, o meu ângulo de visão dos assuntos, e mais... rogar-lhes paciência e compreensão das minhas atividades mediúnicas. Mesmo assim, apesar de estarmos tentando dialogar com estes espíritos, em somente 80% dos casos eles desistem do sinistro propósito de retardar minhas tarefas. 20% deles continuam no seu desiderato infeliz.

            Outro dia, ao consultar Emmanuel, ele pediu mais paciência. Segundo Emmanuel, isso duraria ainda mais algum tempo e em breve tudo voltaria ao normal. De fato, na continuidade da vida de Chico Xavier, não demorou muito mais e tudo se normalizou.

            Então, a labirintite decorre só de causas naturais? Não! A labirintite além das causas naturais, tem também as causas espirituais. Eliminadas as causas naturais através de consulta ao especialista, então deveremos procurar uma casa espírita para iniciar imediatamente o estudo e conhecimento do mundo espiritual, a nossa verdadeira “casa”. Com isto teremos chances de iniciar o entendimento: “Quem sou? De onde vim? Por que vim? Para onde vou? Por que Deus me criou? Etc.

            A maioria de nós, encarnados, faz um acordo na espiritualidade, para que ao renascer na Terra, possamos trabalhar no Bem, na Caridade, com Amor, com Dedicação. Entretanto, em aqui chegando acabamos esquecendo os nossos compromissos e as chances de cairmos novamente nos erros que cometemos no passado são enormes.

            Quando falamos em acordo, isso envolve contrato ou ajustes verbais ou escritos, e além disto, o empenho da palavra, que vai gerar confiança e expectativas, tanto em quem empenhou a palavra, tanto em quem aguarda a realização do que foi ajustado. Uma vez não sendo cumprido o acordo, a parte prejudicada vai reclamar providências.

            As providências reclamadas, via de regra, não sabemos ouvi-las através dos apelos da espiritualidade, por mais eu os irmãos enviem recados. Então, o que acontece? Acabamos com problemas semelhantes à labirintite. Por que isso ocorre? Querem que acordemos para o cumprimento do acordo feito.

            Por isto é comum uns ouvirem vozes, chamamentos, conversas no mundo espiritual, outros verem imagens, figuras, pessoas. Outros serem levados a igrejas, escolas, lugares de grande pobreza e miséria. Por que tudo isso vai sendo mostrado a essas pessoas? Para acordá-las aos seus compromissos firmados. Mas muitas acabam fingindo que não veem nada e que não sentem nada. Os irmãos que mostram isto, são espíritos que também participaram dos acordos na espiritualidade. Mas, com qual finalidade fazem isto? Para além de alertar, também poderem trabalhar com estas pessoas, mas veem-se frustrados em seus objetivos quando não são ouvidos pelos nossos irmãos encarnados. Então, ficamos com as nossas energias acumuladas em nós mesmos, não são colocadas em circulação para auxiliar pessoas conforme programação realizada ainda no mundo espiritual. Então, surgem as doenças físicas que nos afligem, tais como labirintites, etc.


Publicado por Sióstio de Lapa em 02/02/2020 às 00h27


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr