Meu Diário
21/03/2022 00h01
A ÚLTIMA CRUZADA (07) – NASCEU PORTUGAL

            Vou fazer este trabalho de resgate da nossa História, transferindo para este espaço o documentário produzido pela Brasil Paralelo, publicado em 20 de setembro de 2017, com a participação de diversos convidados que colocam suas opiniões, como forma de contribuir para o burilamento de nossas consciências quanto a Verdade.



            Os Templários, desde o início do movimento, eles ajudaram em dois pontos: ajudar Portugal a expulsar os mouros e iniciar a defender as Cruzadas.



            Em uma das incursões que os cristãos faziam na terra tomada dos mouros, um pequeno exército comandado por Afonso Henriques foi surpreendido e encurralado pelos muçulmanos.



            O conflito era inevitável, e a chance de sobrevivência quase inexistente. Segundo os historiadores, os muçulmanos eram dez vezes mais superiores que os portugueses.



            Segundo os documentos da época, foi nesse momento que o comandante Afonso Henriques jura ter tido uma visão onde Cristo aparecia e profetizou sua vitória, entregando a ele a missão de espalhar a fé pelos quatro cantos do mundo.



            Afonso Henriques venceu a batalha e foi aclamado o primeiro rei de Portugal. Fato ou lenda, o Milagre de Ourique marcou de tal forma o imaginário português que tornou-se presente na bandeira de Portugal e no espírito de aventura nos séculos seguintes.



            Os portugueses consideram este documento como sendo a certidão de batismo de Portugal. Nasceu Portugal. A fronteira mais antiga da Europa hoje em dia.



            A civilização se funda com as orientações gerais que vêm do mito. Mito não é sinônimo de mentira. No dicionário veremos que mito tem vários significados e uma delas é sim, ilusão e mentira. Mas o mito no sentido que é usado aqui, é no sentido grego, uma explicação primordial da ordem do universo e da ordem humana. Então, por que primordial? Porque é uma explicação fora do tempo, lá no passado que não sabemos direito quando foi, algumas coisas aconteceram e explica como surgiu o universo, e como se organizou a vida humana e qual o entrosamento dessas coisas.



            Sem mito não há civilização. Nós tivemos aqui a figura do pai fundador e esta característica estava presente desde a fundação de Portugal, desde Dom Afonso Henriques.



            Com isto se ganha mais poder, mais autonomia e continua a formar os seus domínios impedindo a entrada dos mouros novamente.



            A Espanha, ao contrário, continua a lutar contra o elemento mouro.



            É interessante colocar aqui um texto também encontrado na internet com o título “O Milagre de Ourique” para ajustar melhor nossa compreensão sobre a origem do pequeno país que se tornou grande e nos colonizou, com a bandeira do Cristo empunhada em suas caravelas.



            A Batalha de Ourique foi o momento decisivo da independência do pequeno condado portucalense, que no final da peleja Dom Afonso Henriques foi aclamado pelos combatentes como Rei.



            Era noite, véspera da Batalha. Os guerreiros tentavam descansar. Nas coloridas tendas mouras o movimento fora intensíssimo durante todo o dia. De cinco reinos havia chegado homens aguerridos, decididos a não deixar progredir o pequeno exército dos cristãos. Tinham vindo muitos de Sevilha e de Badajoz para se juntarem à hoste composta por gente de Elvas, Évora e Beja. Diz-se mesmo que tinha vindo gente de além-mar.   



Durante o dia, não tinha havido descanso para ninguém. As setas tinham sido cuidadosamente afiadas e guardadas nas aljavas. Os velozes alfarazes da cavalaria moura tinham tido ração suplementar e relinchavam respondendo aos puros-sangues árabes dos grandes senhores que, impacientes, esperavam pela ação, pelo combate.



Enfim, era noite e a algazarra que pairava todo o dia sobre o arraial esmorecera um pouco e só se ouvira como que um zunir de  moscas.  No acampamento cristão pairava o silêncio. Também os ginetes da guerra estavam prontos e impacientes, as espadas tinham sido afiadas, os peões haviam experimentado as bestas para que tudo corresse como desejavam. Os guerreiros descansavam nas tendas, recostados em leitos improvisados com as peles dos animais mortos, lá mais ao norte, nas selvas que bordejavam as suas tendências e propriedades.



Também Afonso Henriques estava recostado na sua tenda. Dera ordem para que ninguém o incomodasse. Não conseguia dormir. Pensava na batalha do dia seguinte, na enorme cópia de gente moura contra a sua minúscula hoste. Corria até que o exército árabe tinha uma ala de mulheres guerreiras... Mas, era necessário vencer... Deus se encarregaria de se mostrar ao infiel o seu poder pelo braço do guerreiro.



Semi-adormecido, apareceu-lhe como que um sonho, um ancião. Fez sobre ele o sinal-da-cruz, chamou-lhe escolhido por Deus e alertou-o da batalha. 



Entretanto, apareceu-lhe um escudeiro, que vinha dizer-lhe que estava ali um velho que queria falar-lhe com muita urgência:  Afonso Henriques viu, diante dos olhos, bem despertos, o velho do sonho:



- Tu, outra vez? Quem és afinal, ancião? O que me queres? 



-Quem sou não interessa... Acalma-te e ouve o que venho dizer-te da parte de Jesus, Nosso Senhor: daqui a instantes, quando ouvires tocar os sinos da ermida onde há já sessenta e seis anos vivo, deves sair do arraial, só e sem testemunhas. É isto o que Ele manda dizer-te!



Antes do guerreiro abrir a boca, o velho desapareceu na noite, sem deixar rasto. Daí a instantes, soou, efetivamente, o sino da ermida e Afonso Henriques pegou na espada e no escudo, com gesto quase automático, saiu da tenda embrenhando-se na noite, sem destino, só, como lhe fora recomendado.



Subitamente, um raio iluminou a noite e de dentro dele saiu uma cruz esplendorosa. Ao centro estava Jesus Cristo rodeado de anjos. Afonso Henriques, ajoelhado, deixou-se ficar boquiaberto, sem saber o que dizer, sem se atrever a quebrar o instante, até que dentro de si, ouviu Jesus dizer-lhe: 



-Afonso, confia na vitória de amanhã. Confia na vitória de todas as batalhas que empreenderes contra os inimigos da Cruz. Faz como a tua gente que está alegre e esforçada. Amanhã serás rei...  



Apagou-se o céu e a visão celestial desapareceu, como viera. No dia seguinte a batalha foi terrível. Os mouros eram aos milhares e avançavam ferozmente contra os guerreiros de Afonso Henriques. Ao Primeiro embate muitos homens caíram no chão trespassados pelas lanças. Puxou-se então por espadas e alfanjes e a planície foi invadida por um tinir de ferros misturados com a gritaria de toda aquela multidão e os relinchos doloridos dos cavalos feridos.



Durante muito tempo, foi um verdadeiro inferno. Os guerreiros cristãos, porém, levaram a melhor. Os mouros sobreviventes, fugiram pela planície afora, deixando os cadáveres naquele imenso chão. Do lado cristão também eram muitos os mortos e feridos, mas os sobreviventes proclamavam a vitória, gritando: 



-Real! Real! Por Afonso, Rei de Portugal! 



Diz a tradição que nesse momento e em memória do acontecimento, o rei pôs no seu pendão cinco escudos, representando os cinco reis mouros que derrotara. Pô-los em cruz, pela cruz de Nosso Senhor e dentro de cada um mandou bordar trinta dinheiros, que por tanto vendera Judas a Jesus Cristo. Esta é a patriótica lenda com que os portugueses quiseram perpetuar um fato.



Assim nasce Portugal, após a vitória dos cristãos em uma batalha com o uso da espada. Foi parecida com a vitória do Cristianismo em Roma, na batalha conduzida por Constantino empunhando um escudo também com a cruz do Cristo.



Sei que são narrativas que os vitoriosos colocam em suas epopeias, mas será que não correspondem à verdade? Podemos usar nossa racionalidade e ver se tudo que é contado se distancia da verdade que o Cristo nos ensinou ou não. Isto faz parte da responsabilidade de cada pessoa no uso do seu livre arbítrio e assim ir fortalecendo seus paradigmas conscienciais que irão nortear sua vida.



Publicado por Sióstio de Lapa em 21/03/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr