Meu Diário
28/08/2022 00h01
RAÍZES CATÓLICAS DO BRASIL – (17) NASCIMENTO

 



               Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.



            Vieram nove franciscanos para o Brasil, chefiados por Frei Henrique Soares de Coimbra. Depois de servir aqui no Brasil, ele foi nomeado pelo Papa para ser o bispo de Ceuta, que foi o primeiro domínio português encravado na África.



            No Igreja onde o Frei Henrique de Coimbra está sepultado, os artistas fizeram questão de colocar nos tetos, nos arcobotantes da igreja, uma decoração com cordas náuticas em referência ao tempo que o Frei Henrique de Coimbra passou pelos mares para levar o Evangelho de Nosso Senhor.



            Então o Evangelho chega ao Brasil e a nossa certidão de nascimento é a carta de Pero Vaz de Caminha. Ficou desconhecida, inédita até 1773. Ela foi lida na época do desconhecimento, depois ela se perdeu num arquivo português.



            Em 1773 no reinado de Dona Maria Primeira essa carta foi achada. Depois, na fuga da família real portuguesa aqui para o Brasil, essa carta veio por acaso. Veio no meio dos documentos, das coisas todas que estão embrulhadas aqui e chegaram no Rio de Janeiro, no Paço Imperial. Foi pedido para o padre Aires de Casal organizar o arquivo e ele encontra a carta de Pero Vaz de Caminha e publica pela primeira vez aqui no Brasil.



            Nessa carta há alguns detalhes importantes. Pero Vaz de Caminha relata a boa vontade dos nossos índios em conhecer a fé católica. Isso impressiona, não só Caminha, mas os portugueses em geral. Ele vai escrever assim: “Se Sua Majestade quer fazer o bem a esta gente, que possa vir muitos padres para que batizem esta gente, que parecem muito disposta a receber a nossa fé. Este é o primeiro pedido. Ele não pede a mão de muita gente para extrair o ouro, para tirar riquezas... não! Que mande muitos padres para batizar esta gente.



            Depois ele conta que dois índios são convidados para subir na nau de Pedro Álvares Cabral. Eles são levados, são mostrados objetos e em dado momento, o que os índios manifestam interesse de querer ver de perto? Um rosário.



            Quando os índios viram o rosário, pediram para ser dado nas mãos deles e eles colocam no pescoço. O Caminha então diz que eles folgavam muito com aquilo, eles riam, dançavam com o rosário no pescoço e depois retiraram e devolveram aos portugueses.



            No dia da primeira missa, como demorasse muito, alguns índios mais novos foram se levantando, os mais velhos permaneciam sentados, então o pajé e outros índios mais velhos, sobretudo um pajé, um sacerdote indígena fez um sinal para que os mais novos se sentassem, apontou para o altar e apontou para o céu. Aquele sujeito entendeu que se tratava ali da presença de algo sobrenatural.



            Dali em diante os padres passam a ser chamados aqui no Brasil de Abaré, que em Tupi-Guarani é amigo ou gente diferente. Eram chamados numa variação mais carinhosa que era o Abaré Bebé. Anchieta era chamado de um grande Abaré Bebé. Pode ser traduzido como amigo, mas também como nossa avó, que era o apelido que os índios davam aos padres, porque algumas tribos entendiam que para ser hospitaleiros com o visitante que era bem-vindo, ofereciam uma mulher para que dormisse com ele na rede à noite. Mas os padres sempre recusavam, daí a dizer que era a nossa avó, porque as índias quando viúvas elas se vestiam com pelugem preta e já não queriam mais nada com ninguém. Daí nossa avó, vestidos de preto sem querer nada com mulher.



            Os padres não eram vistos como inimigos, embora alguns missionários tenham sofrido canibalismo, como foi o caso do primeiro bispo do Brasil, Dom Pedro Sardinha que foi devorado pelos índios.



            Pedro Sardinha foi nomeado Biso do Brasil para a primeira diocese. É icônica essa constituição da primeira diocese. É relatado a surpresa de Dom Pedro Sardinha. Quando ele chegou, foi hospedado numa casa que ele imaginou que fosse minimamente acomodado, mas o palácio era uma casa de sapé ainda. Quando foi feita a procissão para conduzi-lo à Sé de Salvador, ele até exclamou: “Uma Sé de palha?”



            Era um grande caramanchão coberto de folha de coqueiro. Foi a primeira Sé, a primeira catedral do Brasil.



            Nasce oficialmente o Brasil, ainda com nomes diferentes. Os índios, nossos nativos, começam a ser catequizados, a sincronia entre as duas civilizações começa a ser praticada tendo como motor principal a missão espiritual. Missão essa que se perdeu, foi extraviada dos bancos escolares, obedecendo interesses escusos que visam obnubilar o cristianismo da face da Terra.



            Hoje o mundo espiritual decreta que o Brasil está destinado a ser a Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo. Da mesma forma que o poder espiritual se manifestou na Europa para a consolidação dos reis católicos, assim também se manifestou no Brasil para livrá-lo das garras do comunismo e começar sua escalada em destino à sua meta espiritual.



Publicado por Sióstio de Lapa em 28/08/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr