Meu Diário
12/09/2022 00h01
FAMÍLIAS

            Nossa vida, neste campo material, necessariamente é organizada como famílias, desde que entramos no mundo pela participação dos nossos pais. A cada filho que nasce de uma recente união de homem-mulher, uma família nuclear é formada automaticamente.



            Este formato que pode ser bem estudado e entendido de forma didática, na prática enfrenta muitas dificuldades de conceituação. O interesse do par inicial que gerou um filho, formou uma família nuclear, pode voltar o interesse para outra pessoa, homem ou mulher, e também gerar um filho. A cultura não permite que essa terceira pessoa com o filho gerado venha a fazer parte da família nuclear preexistente, o que seria mais racional, coerente. Isso gera uma injustiça social com formação de filhos bastardos, criticados, humilhados e muitas vezes ignorados e deixados à própria sorte.



            Para evitar essa injustiça social é importante que sejamos honestos com nosso potencial humano e animal, de desenvolver o amor e também os instintos. Saber que o sentimento de amor que caracteriza nossa natureza humana, deve sempre entender que esta é a maior força que possuímos, que se aplica nos relacionamentos em “não fazer ao outro aquilo que não desejamos para nós”.



            A força instintiva que caracteriza nossa natureza animal não acata o compromisso de fidelidade conjugal, de desejos sexuais exclusivos ao companheiro(a). Que cada um, independente da honesta promessa de se comportar dentro da fidelidade sexual, pode em algum momento sofrer uma derrota e os desejos superarem os compromissos assumidos.



            Existindo essa possibilidade de sexo fora do contexto da família nuclear e com a geração de filho, que este não seja penalizado, nem o(a) parceiro(a) que foi incluído. Como evitar a injustiça?



            No compromisso inicial onde o par de forma com o objetivo de construir a família nuclear, que essa possibilidade seja esclarecida e que, surgindo uma relação sexual fora da família nuclear e com a geração de filho, que estes, filho e pai ou mãe, sejam incluídos na família nuclear original.



            Este novo compromisso levaria a uma mudança radical na estrutura social tal como a entendemos e praticamos hoje. As famílias nucleares se tornariam imensas, com a possibilidade de cada parceiro(a) incluir a qualquer momento outro membro, que tenha ou não gerado filhos. O cimento que deve unir e aglutinar todos os participantes deve sempre ser o amor, que está sempre acima de qualquer interesse, e sempre mantendo a bússola comportamental, de “não fazer ao outro aquilo que não queremos para nós”. Este é o freio que impede que os desejos sexuais instintivos decaiam numa libertinagem sexual sem respeito aos sentimentos do próximo.



Publicado por Sióstio de Lapa em 12/09/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr