Meu Diário
06/11/2022 00h01
TODOS SOMOS IRMÃOS

            Segundo O Livro de Urântia, página 1431, Ganid, jovem indiano, um pupilo temporário de Jesus, percebendo que o seu tutor gastava o seu tempo de lazer em um ministério pessoal, pouco comum, junto aos seus semelhantes, decidiu descobrir o motivo dessas atividades incessantes, e perguntou: “Por que tu te ocupas tão continuamente a falar com estranhos?”



            E Jesus respondeu: “Ganid, nenhum homem é estranho para aquele que conhece a Deus. Na experiência de encontrar o Pai no céu, tu descobres que todos os homens são irmãos teus; e como pode parecer estranho que alguém se regozije com o encontro de um irmão descoberto recentemente? Tornarmo-nos amigos de irmãos e irmãs e sabermos dos seus problemas e aprendermos a amá-los é a suprema experiência da vida”.



            Este é um aspecto do nosso aprendizado que não damos a devida importância: conhecer pessoas novas a cada instante. Isso acontece com todos, com alguém como eu talvez bem mais, pois tenho oportunidade de estar conhecendo muitas pessoas na condição de alunos ou pacientes. Na condição de paciente o conhecimento é mais profundo, são pessoas que contam os seus problemas em busca de uma solução. Eu sou o técnico que estudou para dar essa solução técnica que é procurada. Às vezes o aspecto técnico se torna tão presente que esquecemos do aspecto humano que é prioritário em nossas relações, e é isto que Jesus procurava fazer, quando se dedicava a falar com tanta gente nos seus momentos de lazer.



            Com os alunos, esse contato é feito de forma mais coletiva. Vez por outra se aproxima algum aluno com alguma dificuldade ou interesse específico e então o conhecimento humano se torna mais aprofundado.



            Este é o motivo de termos criados na UFRN a disciplina Medicina, Saúde e Espiritualidade, para mostrar aos alunos interessados, em qualquer curso que façam na Universidade, a importância do aspecto espiritual associado ao aspecto físico da profissão que cada um irá desempenhar. Inclusive, a nossa única prática nesta disciplina, é uma visita às enfermarias onde os alunos interagem com os pacientes sem o jargão acadêmico, focado na busca de uma patologia física e seu tratamento biológico. Nesse encontro o aluno percebe a importância da fé que uma pessoa professa, junto com seus acompanhantes e a perspectiva de retomada da vida quando receber alta do hospital.



            Ser movido pelo paradigma de considerar todos como irmãos, filhos do mesmo Pai Espiritual, traz em si a naturalidade do regozijo simplesmente pela oportunidade do encontro. É desta maneira que devemos interagir com cada pessoa que Deus permite se aproximar de nós.



Publicado por Sióstio de Lapa em 06/11/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr