Meu Diário
07/11/2022 00h01
VONTADE DE DEUS X HUMANA

            Ganid pediu a Jesus que lhe contasse sobre a diferença entre a vontade de Deus e o ato humano da escolha, que é também chamado de vontade.



            Jesus disse: “A vontade de Deus é o Caminho de Deus, é compartilhar da escolha de Deus em face de qualquer alternativa potencial. Fazer a vontade de Deus, portanto, é a experiência progressiva de tornar-se mais e mais como Deus; e Deus é a fonte e destino de tudo o que é bom, belo e verdadeiro. A vontade do homem é o caminho do homem, a soma e a essência daquilo que o mortal escolhe ser e fazer. A vontade é a escolha de um ser autoconsciente, que toma a decisão-conduta baseada na reflexão inteligente.”



            Ganid quis saber se o cachorro tinha uma alma, se tinha vontade e, em resposta às suas perguntas, Jesus disse: “O cão tem uma mente que pode conhecer o homem material, o seu mestre, mas não pode conhecer a Deus, que é espírito; por isso o cão não possui uma natureza espiritual e não pode desfrutar de uma experiência espiritual. O cão pode ter uma vontade derivada da natureza e aumentada pelo aperfeiçoamento, contudo tal poder de mente não é uma força espiritual, nem pode ser comparada à vontade humana, porque não é reflexiva – não é resultado do discernimento entre os significados morais mais elevados, nem da escolha dos valores espirituais e eternos. É a posse de tais poderes de discernir o que é espiritual e de escolher a Verdade, que faz do homem moral um ser moral, uma criatura dotada dos atributos de responsabilidade espiritual e com o potencial de sobrevivência eterna.”



            Jesus continuou a explicar que é a ausência de tais poderes mentais que, para sempre, torna impossível, aos animais, desenvolver uma linguagem no tempo ou experimentar qualquer coisa equivalente à sobrevivência da personalidade na eternidade.



            Como resultado da instrução desse dia, Ganid nunca mais cultivou a crença na transmigração das almas dos homens para os corpos de animais.



            No dia seguinte, Ganid falou sobre tudo isso a seu pai e, em resposta Jesus explicou: “As vontades humanas que estão inteiramente ocupadas em tomar apenas decisões temporais, sobre questões materiais da existência animal, estão condenadas a perecer no tempo. Àqueles que tomam decisões morais de todo o coração e que fazem escolhas espirituais incondicionais estão assim identificados progressivamente com o espírito divino que neles reside; e, portanto, se transformam, aproximando-se cada vez mais dos valores da sobrevivência eterna – a interminável progressão do serviço divino. A vontade é aquela manifestação da mente humana que capacita a consciência subjetiva a expressar a si mesma objetivamente e a experimentar o fenômeno de aspirar a ser semelhante a Deus. E é nesse mesmo sentido que todo ser humano reflexivo e de mente espiritual pode tornar-se criador.”



            Observamos com estes ensinamentos do Mestre que é importante a reflexão inteligente, que possa evitar a entrada de nossa consciência em falsas narrativas, para que nossa vontade seja bem sintonizada com a verdade, com a importâncias dos valores espirituais, que nos aproxima cada vez mais da Divindade.



Publicado por Sióstio de Lapa em 07/11/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr