Meu Diário
12/11/2022 00h01
JUSTIÇA NA NAÇÃO

            Segundo O Livro de Urântia, página 1461, quando Jesus visitava Roma, antes do seu ministério, conheceu um homem pobre que havia sido falsamente acusado. Foi com ele perante o magistrado, e, tendo recebido permissão especial para falar em nome dele, fez aquele soberbo discurso no qual disse:



            “A Justiça faz grande uma nação, e quanto maior é uma nação tanto mais solícita será para cuidar de que a injustiça não ocorra, até mesmo ao seu mais humilde cidadão. Infeliz de qualquer nação, quando apenas àqueles que possuem dinheiro e influência podem assegurar-se da pronta justiça perante as suas cortes! É dever sagrado de um magistrado absolver o inocente, bem como punir o culpado. A permanência de uma nação depende da imparcialidade, da Justiça e da integridade das suas cortes. O governo civil funda-se na Justiça, como a verdadeira religião funda-se na misericórdia”.



            Essa pequena intervenção de Jesus fez com que o magistrado refletisse a aplicasse a Justiça, livrando o homem de uma condenação injusta.



            Reflito sobre a situação que ocorre no Brasil, onde a mais suprema corte assume um franco favoritismo sobre as partes, livrando os culpados de seus crimes e aplicando punições aos inocentes. Uma corte cuja missão é defender a Constituição, passa a usurpar o direito de outros poderes aos quais deveria obedecer constitucionalmente. A população observa impotente uma escalada de autoritarismo onde a força de decretos substitui a força das baionetas na tomada do poder total caracterizando uma ditadura da toga.



            Certamente que os argumentos de Jesus não iriam fazer efeito sobre esses senhores, colocados num cargo, dentro de uma instituição tão importante, como a Suprema Corte, sem o devido preparo técnico, ético ou moral. Muito provavelmente o Mestre não teria oportunidade de oferecer a defesa ao cidadão, e, se o fizesse, talvez saísse do recinto escoltado para a prisão, ou voltaria para Nazaré com uma tornozeleira.



            Essas pessoas de má índole colocados em cargos estratégicos, sabem que a maioria de nossa população ainda é composta de analfabetos funcionais, que não conseguem ler o livro de capa a capa e tirar suas próprias conclusões. São pessoas acostumadas a ser hipnotizadas pela tela de uma televisão que joga as narrativas que interessa aos poderosos com suas iniquidades, formando batalhões de papagaios a encherem as ruas gritando palavras de ordem que não sabem o significado, agredindo as vezes os próprios parentes, numa incapacidade impressionante de discernir onde se encontra a Verdade e a Justiça, até nos meios acadêmicos e eclesiásticos, os que deveriam ser mais resistentes a ação da mentira.



Publicado por Sióstio de Lapa em 12/11/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr