Meu Diário
19/06/2023 00h11
INTERPRETAÇÃO DE NARRATIVA – A MÃE

            ENTENDENDO



            E. teve uma gravidez desejada, com cuidados dentro das necessidades, surgindo fatos inesperados que levaram à cesariana, à engatinhar para trás e febre do nada. Esta última só foi resolvida com a intervenção espiritual (Centro Bezerra de Medeiros).



            Aos 7 anos sentia engasgos do nada que se repetia e ficava bom sem explicação e sem conduta terapêutica. Também teve experiência na casa de um colega onde foi forçado a tomar banho nu junto com o amigo nas vistas da babá e sendo tocado em partes íntimas.



            Aos 12 anos, na brincadeira do copo que ver espírito, se sentiu mal por uma semana, com febre e moleza no corpo.



            Aos 14 anos, fez cirurgia de fimose acompanhado do pai.



            Dos 6 aos 14 anos, os estudos tradicionais, espirituais e esportivos foram dentro da normalidade e com bom desempenho, notas de 8,9 acima.



            Aos 14 anos, apresentou rejeição pela escola (?) com comportamento bom em casa.



            Aos 15 anos, não se sentia bem em sala de aula (?) e foi intensificado o tratamento espiritual e psiquiátrico, foi reprovado. Mudou de escola e melhorou em tudo, com bom rendimento cognitivo que se estendeu aos 16 anos.



            Aos 17 anos, voltou a apresentar o comportamento dos 15 anos, tinha medo e pediu para concluir o ensino médio com a prova do MEC. Passou a ter comportamento estranho, andando pelas ruas sem avisar (?) e ligando onde parava para ir busca-lo.



            Aos 18 anos, em tratamento espiritual, foi revelado que na brincadeira do passado, 2 amigos fizeram pacto com a espiritualidade para ter a inteligência de E., garantido por uma camisa da sua farda, desenhada com símbolos para manter o pacto ativo, que foi encontrada e jogada fora (?). Sofreu surto, onde colocou ovos no fogo e ficou revirando todo o quarto, trancado, principalmente jogando fora os pertences do pai. A irmã dormia, acordou e ficou chorando de sua janela enquanto o chaveiro tentava abrir a porta. Vieram 2 médiuns que já tinha contato com ele e conversaram 2 horas trancados no box do banheiro, mediunizado, falando coisas de outras vivências, com muita raiva do pai. Enquanto isso os pais faziam Evangelho no Lar, para harmonização. Foi recomendado que o pai parasse de beber, que houvesse Evangelho no Lar, com foco no amor e no perdão. Logo após eles terem saído, E. voltou a ficar agressivo, com muita força física, fisionomia mudada, transformado em outra pessoa. Chegou outro amigo da família e na conversa durante 1 hora o acalmou. Depois que voltou a si, E. calmo, pediu desculpas aos pais e a irmã. No outro dia, 6a feira, foi ao Congresso Espírita em João Pessoa, atuando nas palestras e na banda, voltando no domingo.



            Em fevereiro/20 (18 anos), iniciou curso de Educação Física na UNI e em marco/20 voltou a ter dificuldade com as aulas, voltava para casa andando, perturbado, ouvindo vozes dizendo para se jogar na frente dos carros, correr sem parar, comer doces (?). Apresentava aparência diferente, muita força, levantando sofá e cama de casal sem ajuda. Ficou noites sem dormir direito, saindo repentinamente durante a noite, andando pelas ruas, chegando a subir na torre da UFRN. Por 4 noites os pais o trouxeram para casa. Na 5a noite sumiu da vista dos pais e foi encontrado por amigos pela madrugada. Foi ao tratamento psiquiátrico e medicado fortemente para não sair de casa. Ficou sendo medicado semanalmente durante 6 meses, com medicação que fazia efeito por dois dias e nos demais, mesmo medicado, saía nas ruas à noite. Quando mudava a fisionomia chegava a força e o comportamento agressivo e destrutivo. A medicação não impedia, mesmo sendo os remédios alterados a cada semana. Junto ao tratamento orgânico foi feito o espiritual (CEAC) com diagnóstico na gravidade centrada nas ocorrências das vivências passadas. Não havia resolução e a cada semana vinham mais obsessores. As condutas espirituais foram intensificadas, mas conturbadas, com Eduardo querendo fugir do Centro Espírita e ao chegar em casa queria quebrar as coisas, brabo, mesmo sendo medicado ao voltar. Só se acalmava para dormir depois de muita luta e orações. Passou a rejeitar ir ao trabalho espiritual, tinha incorporações muito fortes. Ficou sem ir e oscilava entre a normalidade e a incorporação (aparência forte, acima do normal, destruidor).



            Em maio/21 (19 anos), passou a frequentar o CEAC para estudar e trabalhar a mediunidade. Depois de um período de tranquilidade, passou a ter comportamento alterado, agitado, socando as paredes, levantando sofá, tocando fogo na bata branca que usava nos trabalhos, incorporando vários obsessores.



            Em abril/22 (20 anos) foi iniciado pela mãe o tratamento no Bezerra de Menezes, com J.C., para desobsessão forte. Foi reforçado que o problema era de vivências passadas, com o pai, que o objetivo dos obsessores eram se vingar, destruir a família através de E., matar os pais e ele se matar, o que ele já tentou algumas vezes, subindo na cobertura do condomínio em que mora ou se afogar na praia. O tratamento teve algum êxito, deixou a agressividade, os obsessores se aproximavam, ele mudava a fisionomia, ainda tinha vínculos, mas eles não tinham o controle de antes, ficavam apenas na tentativa.



            Em maio/22 a mãe viajou para São Paulo e E. não conseguiu dormir só. Pediu ao pai para ir ao hospital e ser medicado, mas o remédio não fez efeito, dormiu por exaustão. Foi resolvido ficar internado para evitar crise em casa com quebra de objetos, queimar as coisas, afetar o emocional da irmã.



            De 2021 para cá, em psicoterapia, ele descobriu coisa que não queria aceitar, ficava chateado, não queria ficar só. Chegou a pintar a parede da sala com o nome da menina que aos 11 anos levou um fora. Dizia que a amava e a espiritualidade esclareceu que era um espírito desencarnado (moça que em vivência passada E. iludiu e tocou fogo no lugar que ela morava para se livrar dela, e por isso ela o perturbava e confundia). Por isso não quis mais voltar à psicóloga. O médico espiritual falou da melhora com os obsessores à distância, mas sem o paciente evoluir, e chamando os obsessores de volta. Atualmente não queria mais ficar sem a obsessão e não querer seguir a vida, ficando preso no tempo da adolescência que perdeu pela obsessão.



            INTERPRETANDO



            O paciente passou por dificuldades desde o nascimento. Teve doença desconhecida (febre) que só foi resolvida com a intervenção da espiritualidade. Engasgos aos 7 anos que surgiam e regrediam sem explicação. São fatos que não têm explicação pela medicina tradicional. Apesar disso, até os 14 anos, de forma geral, era considerado dentro da normalidade, com bom desempenho escolar. Mesmo aos 14 anos, passou a apresentar comportamento anômalo, que fugia da realidade e se aproximava de doença esquizofrênica (rejeição pela escola, não se sentir bem em sala de aula, medo, andando pelas ruas sem avisar, bagunçando a casa, jogando fora objeto do pai, agressivo) como se tivesse sofrendo influencia de uma realidade diferente. A patologia mental (frenia) se exprime por uma desagregação (esquizo) da realidade. Dentro do contexto da patologia mental existe a expressão de personalidade estranhas ao paciente que abre a perspectiva do diagnóstico diferencial com Transtorno de Transe e Possessão (F44.3) e Transtorno de Personalidade Múltipla (F44.81). Com o decorrer do processo patológico a mente apresenta traços de Personalidade Dependente (F60.7), esquizoide (F60.1 e emocionalmente instável tipo borderline (F60.31). Como apresenta fortes traços depressivos com ideação e tentativas suicidas, dentro do espectro psicótico, fica mais conveniente a fixação diagnóstica temporária em Transtorno Esquizoafetivo tipo depressivo (F25.1) com o objetivo de manter as duas condições sob observação e controle de tais manifestações, psicóticas e depressivas.



            Aplicaremos um questionário para avaliar as funções cognitivas e emocionais, preenchido pelo paciente e os familiares de íntima convivência de forma regular. Tem o objetivo de avaliar a evolução do paciente no controle do transtorno e consolidar o diagnóstico para efetuar a conduta mais efetiva.



Publicado por Sióstio de Lapa em 19/06/2023 às 00h11


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr