Meu Diário
26/07/2023 00h01
DEUS NÃO ESTÁ MORTO

            Abaixo coloco o diálogo retirado de um trecho do filme “Deus não está morto”, que traz boas reflexões sobre Sua existência e a nossa.



            Professor – Eu cometi um erro com você, deixando-o falar na frente da minha sala e vomitar sua propaganda. Mas hoje, vamos mudar um pouco as coisas. (Momento que o professor vai para a sala de aula onde há uma apresentação sobre esse assunto, defendido pela aluno, que defende que Deus não está morto, para no final os alunos decidirem. Trecho 1:20:20 do filme. Agora, eles estão na sala de aula, o aluno apresenta o assunto para seus colegas.).



            Aluno – O mal. Dizem que o mal é a arma mais poderosa dos ateus contra a fé cristã. E é mesmo. Afinal, a existência do mal requer a questão: se Deus é todo-bondoso e todo-poderoso, por que ele permite que o mal exista? A resposta a essa pergunta é bem simples. Livre arbítrio. Deus permite que o mal exista por causa do livre-arbítrio. Pelo ponto de vista cristão, Deus tolera o mal no mundo de forma temporária para que um dia aqueles que decidem amá-lo livremente residam com Ele no céu, livres da influência do mal, mas com seu livre-arbítrio intacto. Em outras palavras, a intenção de Deus com o mal é um dia destruí-lo.



            P – Mas que conveniente. “Um dia vou me livrar de todo o mal do mundo, mas até lá, vocês só tem de lidar com guerras, holocaustos, tsunamis, pobreza, fome e AIDS. Tenham uma boa vida”. Em seguida, ele discursará sobre morais absolutas.



            A – Por que não? O professor Radisson, que claramente é ateu, não acredita em morais absolutas, mas seu programa central diz que ele fará um teste durante as provas finais. Aposto que se eu conseguir um “A” no exame, trapaceando, ele vai começar a soar cristão, insistindo que é errado trapacear, que eu deveria saber. Que fundamentação ele tem para isso? Se minhas acoes são calculadas para me ajudar a ser bem-sucedido, por que eu não deveria realiza-las? Para os cristãos, o ponto fixo da moralidade, o que constitui o certo e o errado, é uma linha reta que leva diretamente a Deus.



            P – Então está dizendo que precisamos de Deus para sermos morais, que uma moral ateísta é impossível.



            A – Não, mas sem Deus, não há razão para ser moral. Não há sequer um padrão do que é um comportamento moral. Para os cristãos, mentir, trapacear, roubar... no meu exemplo, roubar uma nota que não tirei é proibido. É uma forma de roubo. Mas se Deus não existir, como apontou Dostoievsky: “Se Deus não existir, então tudo é permissível”. E não só permissível, mas sem sentido. Se o professor Radisson estiver certo, tudo isto, todo esforço, todo debate, o que decidimos aqui não tem sentido. Nossas vidas e nossas mortes não tem mais consequência do que a do peixinho dourado.



            P – Não seja ridículo. Depois de tudo que falou está dizendo que se trata de uma escolha, acreditar ou não acreditar.



            A – Exatamente. É tudo que existe e que sempre existiu. A única diferença entre sua posição e a minha posição é que você tira deles a escolha. Você ordena que escolham marcar o “eu não acredito”.



            P – Sim, porque quero libertá-los. Porque a religião é como um vírus mental que os pais passaram para as crianças e o Cristianismo é o pior de todos. Desliza pelas nossas vidas se estamos fracos ou doentes ou desamparados.



            A – Então a religião é como uma doença?



            P – Sim. Ela infecta tudo. É o inimigo da razão.



            A – Razão? O senhor deixou a razão de lado há muito tempo. O que ensina aqui não é filosofia. Nem mesmo é ateísmo. O que ensina aqui é antiteísmo. Não é o bastante que não acredite, você precisa que todos nós acreditemos com você.



            P – Por que não admite a verdade? Por que quer ludibria-los na sua superstição primitiva.



            A – Quero que façam suas escolhas. É o que Deus quer.



            P – Não tem ideia de como vou gostar de destruí-lo.



            A – É, mas quem vai realmente querer que falhe, professor? Eu ou Deus? Você odeia Deus?



            P – Isso nem é uma pergunta.



            A – Certo. Por que odeia Deus?



            P – Isto é ridículo.



            A – Por que o odeia? Responda a pergunta! Você viu a ciência e seus argumentos. A ciência apoia Sua existência. Você sabe a verdade. Então, por que O odeia? Por que? É uma pergunta muito fácil, professor. Por que odeia Deus?



            P – Por que Ele tirou tudo de mim! Sim, eu odeio Deus. Tudo que tenho por ele é ódio!



            A – Como pode odiar alguém que não existe?



            P – Você não provou nada.



            A – Talvez não. Eles vão escolher.



            A cena termina com todos os alunos se levantando, tímida mas firmemente em apoio ao aluno, dizendo: Deus não está morto.



Publicado por Sióstio de Lapa em 26/07/2023 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr