Meu Diário
04/08/2023 05h32
O SEMBLANTE DE JESUS

            Recebi das redes sociais um texto adaptado de um livro (Jesus e os Essênios) pelo espírito Craveiro Bento, que é interessante para ajuste de nossos paradigmas.



O Semblante de Jesus...



"Que eu veja o seu rosto e serei salvo ".



(Publicano Zaqueu)



O seu rosto estranho parece com o livro em que se reflete como um espelho, mas esse livro é como se nunca pudesse acabar de rele-se e volta à mesma impressão assim indefinidamente.



Com o semblante de Jesus dá-se o mesmo, não se pode vê-lo completamente: por mais que se contemple, parece sempre que houve qualquer traço que não foi notado ou que não se compreende inteiramente.



"A imagem carnal de Jesus nos é desconhecida ", declarou desde o século II Santo Irineu de Lião. Refere Santo Agostinho, "ignoramos completamente como era o seu semblante. A face do Senhor muda constantemente diante dos que o contemplam.



"Senhor, retira-te de mim, porque eu sou um homem pecador ", o seu olhar dos olhos não humanos, que parecia vir de outro mundo, era ligeiramente oblíquo: minha alma se consumiria, se me olhasse de frente, ele me perdoa e espera que chegue a minha hora. Sobre a testa, até em cima da risca que divide a cabeleireira de linhas ondulosas e paralelas, que se diriam traçadas a compasso com preocupação geométrica, sai uma mecha recalcitrante como a dos pequenos camponeses mal penteados, e os lábios, levemente entreabertos, de enternecedora puerilidade parecem murmurar...



No quadro, A Última Ceia, de Da Vinci, em leve nuvem de cabelos de um ruivo dourado, o rosto dum adolescente judaico de dezesseis anos, parecendo uma rapariga, inclina-se como uma flor que, apenas desabrochada, já se fana no talo quebrado; pálpebras pesadamente baixadas que se diriam inflamadas pelas lágrimas, e lábios cerrados numa resignação mortal...



Existem lendas que asseguram ser impossível traçar, reproduzir o semblante do Senhor. Uma delas, considerada lenda de ouro, refere-se ao momento em que subindo ao Calvário, o Senhor, sob o peso da cruz e o suor corria de sua fronte em gotas de sangue. Verônica lhe estendeu um sudário e ele, enxugando a face nele, o imprimiu terrível, a face de que fala o Profeta Isaías.



"Seu rosto estava tão desfigurado e seu aspecto diferia do dos filhos do homem ".



Uma lei estranha governa a memória que nossos olhos conservam dos rostos; quanto mais os amamos, menos nos lembramos deles. Recorda-se melhor o rosto dum estranho, do que dum ente amado de quem estamos separados. Quanto ao nosso próprio rosto, nenhum de nós se lembra dele, parecendo nisto "a um homem que olha num espelho o seu rosto natural, e que, depois de se ter olhado, vai embora e esquece como é ".



Quanto a nós, que procuramos o semblante de Jesus, sentimo-nos como Maria Madalena que, pela manhã cedo, ainda escuro, encontra o sepulcro vazio; procura o morto e se lamenta: "Quem o levou? Onde o puseram? e não sabe não vê que está vivo atrás dela...



"Seu corpo não é de todo feito como o nosso ". Eis o que os mais íntimos discípulos do Senhor, que conhecem o Cristo "Segundo a carne ", ele caminha sobre o chão, fala, bebe, come, dorme com toda a gente; e de repente, num gesto, numa expressão do rosto, numa entonação, há qualquer cousa estranha, que não é mais humana, espécie de sôpro ultraterrestre.



            Encontramos nos Atos de João, o discípulo que Jesus amava ". "Ele me tomava sobre o colo, quando estávamos deitados um junto ao outro, durante a Ceia, e, quando me apertava de encontro ao seu peito, eu o sentia ora macio e liso, ora duro como pedra, e, quando queria retê-la, tocava um corpo, às vezes material, carnal, as vezes irreal e sem existência..."E, atravessando-o, minha mão sentia o vácuo..."



"Muitas vezes acontecia-me, caminhando atrás dele, procurar o seu rastro no chão, e, não o encontrava e me parecia que andava sem tocar no solo". "E quando Jesus dormia, de dia ou de noite, a luz de Deus resplandecia sobre ele". (Mateus)



Ele nos levou, eu (João), Pedro e Jacob sobre a montanha, onde costumava rezar. E vimos claridade tal (glória). E na transfiguração, seu rosto, se tornaria resplandecente como o sol.



Sendo ele mesmo, aparecia aos homens como se não fosse ele. Não tinha um único aspecto, mas mudava de aspecto conforme a maneira com que cada um merecia. (Orígenes)



Em carta para o imperador César, o senador Públio Lentulus, descreve as características físicas e morais de Jesus: "Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo em nossos tempos, um homem, o qual vive de grandes virtudes, chamado Jesus "...É um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto, e há tanta majestade no rosto, que aqueles que o veem são forçados a ama-lo ou teme-lo"...Diz-se que nunca ninguém o viu rir, antes chorar"...na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é  muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante a sua mãe, a qual é de uma rara beleza..." ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram". Diz-se que esse Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele tem praticado, afirmam ter recebido grandes benefícios e saúde, porém, se a majestade tua, ó Cezar, deseja vê-lo, como no aviso passado me escreveste, dá-me ordens que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível ".



À tua obediência estou prontíssimo, aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido...



Públio Lentulus, presidente da Judeia Lindizione sétima, luna secunda.



Para todos nós, o semblante de Jesus, ficará guardado em nossa retina espiritual, e ele estará conosco até o final dos séculos...



Do livro: Jesus e os Essênios, adaptado por Craveiro Bento.



 



Publicado por Sióstio de Lapa em 04/08/2023 às 05h32


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr