Meu Diário
07/10/2023 00h01
GUERRA HÍBRIDA

CONSIDERAÇÕES SOBRE A “GUERRA DE NOVA GERAÇÃO”: HÍBRIDA E / OU IRRESTRITA.



– Híbrida: Uma guerra política: [Conceituada por George Kennam como o uso de todos os meios de disponíveis de uma nação para alcançar objetivos nacionais sem entrar em guerra – aquém da guerra], informacional, de atividades híbridas e secretas pelo maior tempo possível. É a nova estratégia da Rússia para perseguir seus objetivos.



– Irrestrita: É a estratégia chinesa para enfrentar países possuidores grande superioridade militar e alta tecnologia. O terrorismo, hackers, sabotagem econômica, instrumentos financeiros, assassinato de cidadãos, usar a mídia e conduzir guerra urbana estão entre os métodos propostos.



– Conflito na Zona Cinza [Guerra Política]: De acordo com Hal Brands “é uma atividade coercitiva e agressiva por natureza, mas deliberadamente concebida para permanecer abaixo dos limites de um conflito militar convencional”. Ou seja, “a Zona Cinza se caracteriza por uma intensa competição política, econômica, informacional e militar, mais acirrada que a diplomacia tradicional, porém inferior à guerra convencional”.



Na guerra fria a violência situava-se nos conflitos por procuração. No pós-guerra fria a violência encontra-se na Guerra de Nova Geração (Guerra da Síria e do Iêmen).



A ideia é implodir um estado via convulsão social [realizando o aproveitamento do potencial de protesto da oposição ao governo] e a ampliação do espectro do conflito, para incluir várias ferramentas do poder nacional.



As rígidas regras de guerra mudaram… (assim) o foco dos métodos dos confrontos, “para um conflito de espectro ampliado em direção a um importante emprego de medidas de caráter Político, Econômico, Informacional, Humanitário e outras tipicamente não militares … aplicadas em coordenação com o potencial dos protestos da população alvo”.



Assim sendo, a conduta dos Estados com poder de combate e capacidade tecnológica inferior devem se subordinar, claramente, a três premissas:



– Um embate direto contra as forças armadas de alto poder de combate e alta capacidade tecnológica seria extremamente desvantajoso e arriscado e, portanto, deve ser evitado;



– Outros meios, que não as alternativas militares tradicionais, devem ser empregados na consecução dos objetivos nacionais; e



– Dispor de poderio bélico convencional que, embora não seja suficiente para lhes assegurar uma vitória militar definitiva sobre o opositor, permita-lhes manter a estabilidade estratégica [É o equilíbrio alcançado entre nações na medida em que cada lado evite realizar gastos em armamento tal que possa causar apreensão no lado oposto e uma consequente e preventiva ação armada].



Dessa forma, as opções políticas e estratégicas de Países em desenvolvimento, com Forças Armadas, poder de combate e capacidade tecnológica assimétricos em relação ao oponente devem se desenvolver, em linhas gerais, de acordo com a seguinte sequência lógica:



– Emprego “agressivo” de meios não militares, apoiados por alternativas militares de efeito não cinético (não letais), sobretudo operações de informação e guerra cibernética;



– emprego de meios militares para alcançar objetivos estratégicos, sem, contudo, provocar uma forte reação militar do opositor (Estabilidade de Crise) [É o reconhecimento pelas nações que nenhuma delas pode tirar vantagem substancial sobre outra numa ação armada limitada], e;



– Eventual emprego de capacidades de antiacesso e negação de área.



Publicado por Sióstio de Lapa em 07/10/2023 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr