Cada uma das pessoas que exerce sobre a sociedade qualquer influência, recebeu de Deus ou do Diabo determinada missão, e cuja realização tem a participação dos acontecimentos exteriores que se encaixam com as intenções de cada um.
Para compreender a unidade, a sintonia dessas existências humanas com os acontecimentos exteriores, devemos observar como se dar cada participação delas, a influência que exerceram, para verificar qual a intenção por trás da motivação que leva a vontade ser ativada pelo livre arbítrio.
Da mesma forma que estudamos as pessoas, podemos estudar as famílias, as sociedades, os povos. Da moral individual pode surgir a moral coletiva que nas épocas críticas da história aparece com mais nitidez e que explica o seu triunfo ou decadência.
Porém, mais importante que considerar as influências individuais, devemos considerar os desígnios do Criador (qualquer que seja o nome dado a Ele, sendo o mais usado, Deus). Se nós como criaturas temos o nosso propósito na existência, certamente Deus deve também ter o Seu propósito, mesmo que a nossa consciência criada não tenha condições de alcançar a inteligência infinita do Criador.
Por causa dessa nossa incapacidade de compreender a totalidade dos desígnios de Deus é que vemos os princípios de moral pública e privada servirem para explicar melhor os fatos, na biografia ou na história. Embora virtude não seja sempre recompensada, ou as iniquidades sempre punidas como deveriam ser.
O correto é que a virtude em si mesma leve à felicidade, do mesmo modo que o vício leva à desordem e infelicidade.
Mesmo que assim pareça, da virtude ser derrotada e a iniquidade ser triunfante, deve o historiador ter o dever de censurar a iniquidade e glorificar a virtude.
A História deve ser um tribunal onde no qual o passado comparece para ser julgado e para ser proposto a imitação do presente ou à sua condenação.
A História deve ter a dignidade de se apresentar como representante da consciência humana, onde está colocada a centelha de Deus.
Entendendo assim, ela se eleva muito acima da história meramente descritiva. Os seus relatos dentro da verdade, tornar-se-ão o mais útil dos ensinamentos a explicar os fatos a luz dos princípios morais e éticos dando à eles suas confirmações.
A história torna-se assim uma verdadeira moral em ação, uma escola de política real e filosofia social saudável.
Peguemos a Revolução Francesa e a ponhamos no banco dos réus, como uma prática da disciplina Medicina, Saúde e Espiritualidade, neste semestre. Organizemos um júri com um promotor, advogados de defesa e de acusação compostos pelos alunos. Os fatos não devem ser apenas verificados, mas explicados. Os efeitos serão reconduzidos às suas causas, começando pelas imediatas, que são as tendências da vontade “livre” do homem. Depois, a sua causa primeira que sempre deve ser a Providência soberana de Deus.
Surge assim um conhecimento racional semelhante aquele da física sobre o movimento dos corpos celestes. No entanto, as conclusões da História não são tão rigorosas como os relacionados com as leis físicas, que se manifestam com muita precisão. Nas leis da História entra a liberdade do homem, o livre arbítrio, e assim, não produzem efeitos tão certos.
Nos dois casos, no entanto, há a presença da verdadeira ciência em busca da unidade, de integrar as biografias aos fatos, a providência de Deus. Só assim nos aproximaremos do seu encadeamento, da organização que os une, contemplando o grande edifício que a Providência Divina constrói desde o início dos tempos.
Iremos conferir se realmente existe essa unidade nos acontecimentos da História como existe em todas as outras partes da criação. Como terá a Providência Divina que aproveitar esse caos aparente que é a existência da humanidade, na bela ordem que caracteriza a sua ação e que constitui a suprema beleza de todas as suas obras.
Estou vivendo em época bem avançada no tempo. A ciência e tecnologia se desenvolveram a ponto de criarmos máquinas suficiente eficazes no alcance da dimensão espiritual que por muito tempo era inacessível. Só tínhamos acesso a ela por ocasião da morte do corpo físico. Mas a nossa comunicação com as pessoas que passaram para o mundo espiritual na condição espiritual, continuava a evoluir satisfatoriamente, através de médiuns cada vez mais sensíveis às energias vibracionais do mundo transcendental. Sabíamos das condições boas ou precárias que cada espirito assumia quando retornava ao seu lar original. Sabíamos das diversas cidades espirituais, da sua hierarquia e dos diversos campos de aprendizagem.
O grande salto tecnológico que obtivemos foi quando desenvolvemos uma nave ampla, poderosa, de complexidade computacional capaz de se manter em curso espacial conduzindo centenas de passageiros em direção ao mundo espiritual.
Esta viagem de colonização do mundo espiritual com nossos corpos carnais, extrapolou em importância todas as outras conquistas que alcançamos, até mesmo a longínqua conquista da lua. Agora, com o sucesso dessas viagens, estávamos alcançando a eternidade, pois quando houvesse a morte do corpo físico, já estaríamos dentro do mundo espiritual, não haveria nenhum choque emocional pelo sentido da perda.
Já tinha ocorrido outras viagens com sucesso e as pessoas encarnadas já haviam construído cidades, tanto na proximidade da Terra quanto na proximidade de outros mundos.
O inconveniente dessas viagens era a duração, pois para vencer a barreira vibracional para chegarmos no além com integridade do corpo físico, era necessário um tempo de cerca de 100 anos. Por isso foi desenvolvida a tecnologia para suspender a atividade biológica dos nossos corpos e preparar todo um ambiente dentro da nave para a devida adaptação ao novo mundo.
A viagem era muito cara, para cobrir os custos de tal empreitada. Gastei todas minhas economias, mas estava convicto de valer a pena. Inclusive eu podia voltar à Terra na dimensão material após 200 anos e encontrar pessoas totalmente novas. Seria muito interessante as entrevistas que eu iria dar aos vários veículos de comunicação, que queria saber como foi a experiência e se valeu a pena dentro das minhas perspectivas existenciais.
A minha nave levava 300 passageiros e era totalmente dirigida por comandos automáticos, computadorizados, com robôs funcionando por Inteligência Artificial, com uma programação bem próxima ao comportamento humano. Todas as capsulas de hibernação possuíam tampa de vidro e todos os registros da pessoa numa espécie de prontuário digital. eram equipadas com todos os insumos de ressuscitação.
Dessa forma ingressei na nave, sendo recebido cordialmente por um exército de funcionários robotizados, cada um com uma missão de orientação para cada situação prevista no plano de voo. Não sentia medo a minha curiosidade do que eu iria encontrar, de como iria me comportar, era maior que os temores que vez por outra passavam por minha mente. Fui colocado para a hibernação antes da nave decolar. E assim comecei a grande aventura da minha vida.
Estamos em período de eleições municipais para prefeitos e vereadores. Cada candidato desenvolve suas estratégias para conquistar o máximo possível de eleitores. Estamos numa posição privilegiada, segundo eles, pois administramos uma Associação de Moradores acoplada a uma Cooperativa de Resíduos Sólidos, ambas com as mesmas características: trabalhar dentro da comunidade seguindo as lições do Cristo, principalmente aquela lição onde Ele diz aos seus discípulos, que se mostravam irritados por causa de Salomé, mãe de João e Tiago, e que queria para eles uma posição de destaque no Reino dos Céus, um ao lado direito e outro ao lado esquerdo do Pai – Ele aplacou a irritação dos discípulos dizendo que o Reino de Deus era diferente dos reinos seculares, onde as pessoas lutam por privilégios, honrarias, altos salários e ser servido por todos. No Reino de Deus vocês terão a oportunidade de experimentar da mesma taça de fel que irei beber, mas quanto a posição de cada um junto ao Pai, depende dEle e do trabalho abnegado que possamos realizar, sabendo que nossa maior proximidade dEle depende de quanto mais servirmos ao próximo, e não ser servidos.
Com esta filosofia em mente, estamos fazendo convite a muitas pessoas que podem colaborar conosco, principalmente os candidatos a um cargo público.
Interessante que neste caso, de recebermos a visita de um candidato, ele pode ter em mente quantos votos irá obter com este trabalho conosco. Infelizmente ele não tem a consciência que está sendo sondado pelo Espírito Santo, enquanto conversamos, se ele tem condições de assumir a condição de cidadão do Reino de Deus e se está disposto a alcançar o cargo mais alto nesta hierarquia divina
Durante a nossa conversa o candidato faz perguntas na intimidade do seu pensamento e o Espírito Santo responde:
- Que filosofia é essa que essas pessoas praticam?
- A escola do Céu, cujo mestre é Jesus.
- Quem realmente preside essa organização?
- Nosso Pai celestial.
- Em que base será aceita a minha ajuda?
- No respeito e auxílio mútuo.
- Se eu for perseguido por ajudar, como deverei proceder?
- Desculpando a ignorância quantas vezes for necessário.
- Qual o direito que terei quando ajudar?
- O direito de servir, sem exigências.
- Em que consistirá minha recompensa?
- Na alegria de praticar a bondade.
- Estarei fazendo parte de um grande partido?
- Serão em todos os lugares uma assembleia de trabalhadores atentos a vontade divina.
- Qual será o programa?
- Permanecer nos ensinamentos novos de amor, trabalho, esperança, concórdia e perdão.
- Quem tem a voz imediata de comando?
- A consciência.
- E os cofres para manter esse movimento?
- Está na nossa capacidade de produzir o bem.
- Com quem contaremos de imediato?
- Acima de tudo, com o Pai, e na estrada, com nossas próprias forças.
- Quem terá a melhor posição nesse ministério?
- Aquele que mais servir.
- Que objetivo fundamental será o nosso?
- O mundo regenerado, enobrecido e feliz.
- Quanto tempo irei gastar?
- O tempo necessário.
- De quantos companheiros seguros dispomos para fazer essa obra?
- Dos que puderem compreender e quiser ajudar.
- Mas não iremos constranger as pessoas para a colaboração ativa?
- No Reino Divino não há violência.
- Quantos doutores, sacerdotes, pastores, políticos, irão nos acompanhar?
- Neste trabalho, a condição transitória de qualquer profissão ou cargo não interessa, pois a qualidade permanece acima do número.
- Esta missão se limita a Praia do Meio?
- Tem como base a Praia do Meio, mas seu exemplo pode atingir todos os bairros, cidades e países.
- Existirá diferença entre patrão e empregado, entre chefe e chefiado?
- Obedecerá a hierarquia administrativa saudável, dentro da fraternidade universal de que todos somos irmãos, filhos do mesmo Pai.
- Quais são os principais prédios que teremos como sede?
- No coração de cada trabalhador, mesmo que se construa um espaço físico.
- Já existem os livros de registros? Quais são?
- Já existem as atas, mas principalmente as nossas vidas.
O candidato pode se sentir confuso com essas respostas fora dos cursos de oratória. O Espírito Santo acalenta a sua alma e pede para ele refletir e voltar quando estiver disposto a colaborar. E olhando para nós, Ele diz: esses homens e mulheres continuarão a trabalhar com o rústicos e humildes, mas prontos a servir com alegria, com amor, sem perguntar, seguindo as lições do Cristo.
O candidato nos agradeceu a acolhida e saiu pensando no quanto seu trabalho nesta seara iria lhe dar retorno em votos suficientes para garantir sua eleição. Talvez não tenha percebido que tinha acabado de passar por um teste superior ao teste das urnas, pois o cargo que poderá adquirir aqui, hoje, de cidadão do Reino de Deus, não terá prazo de validade aqui na Terra e ainda levará consigo para a eternidade.
Depois que o Cristianismo foi instalado na Terra, conduzido pelos 12 primeiros apóstolos educados pelo Cristo, e formaram a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, houve uma série de sacrifícios iniciais. Mas conseguimos alcançar o nível de religião oficial do Império Romano e com a ajuda do Imperador Constantino foi criado uma hierarquia associada ao poder do Estado, criando os diversos reinados católicos na Europa.
Mesmo com esse apoio estatal obtido pela nova e Santa Igreja Católica, as dificuldades não cessaram de existir. Tanto dentro da Igreja como fora dela, existiam pessoas movidas pela ganância de poder e bens materiais, querendo destruir a Igreja, dispersar ou matar os seus integrantes.
Foi necessária a criação de uma Ordem Militar chamada Os Templários para proteger com o poder da espada os crentes que viviam na Europa, principalmente aqueles que se deslocavam para Jerusalém, em visita aos locais sagrados.
A inveja atacou a integridade moral e eclesiástica dos Templários, com falsas narrativas, conseguindo o poder das Trevas desarticular a Ordem e seus dirigentes serem mortos na fogueira.
Uma parte dos cavaleiros templários se refugiou em Portugal onde foram acolhidos pelo rei que pediu a permissão para eles permanecer no solo português. O Papa assentiu na condição que eles trocassem o nome, dessa forma surgiu a Ordem de Cristo.
Os recursos que os cavaleiros conseguiram trazer para Portugal e foram investidos nas navegações. Por esse motivo, Pedro Álvares Cabral, Mestre da Ordem de Cristo, chefiou as caravelas que ostentavam o símbolo da Ordem de Cristo em suas velas, com o objetivo principal de catequisar os novos povos descobertos.
Assim aconteceu no Brasil, os jesuítas chegaram, rezaram a primeira missa na presença dos índios e partiram para a sua catequização e procura de integração na nova civilização que acabara de chegar, no ano de 1500 dC.
A missão da Ordem de Cristo parece ter se dissolvido no trabalho da colonização e evangelização das novas terras, e não se ouviu mais falar do confronto deles em defesa da fé.
Mas observamos que as Trevas estão investindo com peso na destruição dos valores cristãos, surgindo em muitas ocasiões pelo mundo, verdadeiros suplício, como acontecia nas arenas romanas. Agora o suplício é um pouco mais civilizado, as pessoas não seguem acorrentadas para serem devoradas pelas feras ou queimadas como postes vivos. Hoje as pessoas são convidadas a subirem num ônibus e serem dirigidas para um encarceramento injusto, perverso, maligno, onde as pessoas morrerem longe dos seus familiares com falsas acusações, da mesma forma que acontecia no império romano.
Mais uma vez se torna necessária a ressuscitação da ordem militar, dos cavaleiros cristãos combatentes em defesa da fé, desta vez, não mais com o uso da espada física. Dessa vez a arma será a palavra da verdade na destruição das masmorras das mentiras onde deixam aprisionados os nossos irmãos. Mais uma vez como aconteceu no passado, Deus desperta a consciência de algumas pessoas para assumirem essa Ordem Militar com uma mais pura consciência cristã.
Eis aqui, Senhor, o seu servo, que faça em mim conforme a Sua vontade!
Uma das partes mais difíceis de uma construção ou mera narrativa no campo cosmogônico é quanto a criação de Deus, já que a Sua própria existência não tenho dificuldade cognitiva em incluir.
Mas não consigo entender porque Deus em Sua sabedoria, onipotência, não criou os anjos perfeitos, incorruptíveis. Por que existia entres eles, um anjo de alta hierarquia, mas imperfeito. Aqui está a incoerência. Quanto mais alta a hierarquia dos anjos, maior não seria a sua perfeição? Por que o coitado do Lúcifer saiu com imperfeição o que justificou sua rebelião contra o Criador?
Não consigo fazer um encaixe coerente dessa cosmogonia divina. Na minha narrativa, para não ficar o espaço vazio, vou aceitar essa argumentação, mas sempre atento a nova interpretação sobre essa questão. Algo que justifique a queda na tentação demoníaca que Lúcifer sofreu, um anjo tão perfeito que vivia na Luz ao lado do Criador.
Deus é onipotente, pode criar tudo que quer com um ato de Sua vontade. Deus é sabedoria infinita, tudo que faz é perfeito, mesmo que, com nossa ignorância consigamos imaginar imperfeição na obra de Deus, como é o caso de Lúcifer.
Tanto é verdade essa suspeita de imperfeição na obra de Deus, que Lúcifer conseguiu arrastar consigo a terça parte dos anjos.
Agora fico a imaginar a minha própria situação, eu como todos os irmãos humanos fomos criados simples e ignorantes. Dessa forma, cheios de defeitos dos quais tenho que me livrar por meus próprios esforços, usando a inteligência para discernir o caminho certo e o errado e ter a sabedoria de decidir pelo caminho certo.
Deus, na Sua onipotência e sabedoria divina percebeu que necessitávamos de uma ajuda consciencial, senão jamais iríamos sair da circularidade dos desejos animais em busca de satisfação para a mísera vida carnal, que imaginávamos ser a definitiva.
Foi enviado o Mestre Jesus para mostrar com Suas lições e exemplos práticos, ultrapassando os limites naturais e mostrando com os milagres a Sua intimidade com Deus. Não era preciso usar dos recursos materiais, bens físicos, poder financeiro e militar. Bastava mostrar com coerência a existência do Pai criador de tudo que existe e que espera que nós façamos a Sua vontade, aplicando o amor incondicional, fraternalmente, mostrando ser este o Caminho da Verdade que nos conduzirá a intimidade com o Criador na dimensão espiritual.
É esta narrativa que considero a mais coerente e racional dentre todas as que tenho tido conhecimento, e procuro seguir por esse Caminho, apesar de todas as dificuldades, todos os obstáculos que o mundo material procura impedir o avanço.